Trancos e barrancos

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Aos poucos a poeira vai baixando. Com sofrimento, pois tem sido assim na vida recente do Coritiba. Mas ontem, depois de um primeiro tempo instável, a equipe conseguiu se firmar em campo e construir o resultado na etapa final, ganhando mais posse de bola e encontrando o caminho da grande área pelas jogadas de beira de campo. Certo que o Palmeiras é um time muito fraco – e não de graça está em situação difícil no campeonato. Mas o Coritiba é melhor e soube ser melhor. Consolidou a vitória, respirou um pouco melhor e tenta manter o foco nas duas partidas que ainda restam nesse campeonato brasileiro.

No fim de semana vai pegar o Atlético Mineiro (talvez relaxado pelo título a conquistar da Copa do Brasil), mas decide tudo mesmo na rodada final, contra o Bahia, que àquela altura já deverá estar rebaixado e desmotivado – pelo quase nada que mostrou na derrota de sábado para o Atlético, em Salvador. Foram três pontos importantes os de ontem. Na tensão de correr no afogadilho, aos trancos e barrancos, deixando mais uma vez tudo para a última hora, quando tudo poderia ter sido resolvido lá atrás. Não poderia haver melhor teste para o coração da torcida coxa.

Os mineiros

Ah, esses mineiros, como devem ser felizes! São deles os dois principais títulos do futebol brasileiro. O primeiro, ratificado ontem, com a vitória do Cruzeiro sobre o Goiás. Mas seria apenas uma questão de tempo, pois se não tivesse sido dessa vez seria na rodada seguinte, na outra... a qualquer momento. Mas foi ontem, em casa, casa cheia, para consolidar a impecável campanha daquele que foi o melhor time do campeonato brasileiro.

E outro título virá na quarta-feira, na decisão da Copa do Brasil. Também será mineiro, mais para o Atlético, que tem a vantagem, mas ainda com possibilidade de reversão do Cruzeiro, que chegaria, assim, à segunda "tríplice coroa" (estadual, brasileiro e Copa do Brasil). Minas Gerais conseguiu, com trabalho e seriedade, deslocar o polo do futebol brasileiro para suas plagas.

Com gestões sadias, equilibradas e sem grandes arroubos emocionais, os dois clubes mineiros deram exemplo às demais agremiações e mostraram, na prática, o retorno garantido.

Por curiosidade, fui dar uma espiada nos jogadores que atuaram pelo Cruzeiro na partida da conquista do título do ano passado. Todos, sem exceção, permanecem no grupo de trabalho. Assim como a comissão técnica, que pode manter a execução do planejamento a médio prazo sem maiores sobressaltos.

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