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Luís Fabiano, não quero te levar mais preocupações aí na África do Sul, mas a rapaziada já está comentando. Eu até te defendo, recordo do teu potencial, da tua vontade de chegar a essa Copa. Mas com seis jogos sem marcar com a Amarelinha, eu lanço o balde no poço de argumentos a teu favor e ele volta raso, rasinho...

Melhor você dar um jeito nisso amanhã, meu caro. Que meta logo uns golzinhos nessa Costa do Marfim, porque a língua do povo aqui te chicoteia sem dó.

E não é para menos.

Levando-se em conta o currículo desses times em que você não balançou a rede, é de se perguntar por onde anda o Fabuloso.

Porque te digo: bem treinadinho – coisa de uma ou duas se­­manas para os tiozões se adaptarem à tal da Jabulani –, o time de veteranos aqui do meu bairro daria um suador nesses cabras da Venezuela, Omã, Zimbábue, Tanzânia e Coreia do Norte que você passou em branco. Com a Inglaterra, em quem você também não marcou, a coisa até poderia engrossar. O time deles é mesmo ajeitado. Mas com aquele goleirinho mão de manteiga não precisa muito. Basta tentar.

Aliás, LF (me permita essa in­­ti­­midade), acho que é isso que te falta: tentar mais, confiar mais.

Você não deve se lembrar, mas em agosto de 2008 me surpreendi ao te encontrar nas ruas de Amsterdã. Eu, mochilando pelo Velho Mundo, sentado ao meio-fio, com um chope holandês à mão. Você, passeando com a delegação do Sevilla, que jogava um torneio pré-temporada na cidade. Até hoje, pouca gente acredita que conversei com você – um amigo, o Andrey, chegou a me perguntar se eu havia consumido um dos típicos cigarros artesanais de Amster­­­dã quando disse que nos esbarramos.

Naqueles dez minutinhos de bate-papo, eu disse que você ti­­nha tudo para arrebentar na Co­­pa, de ser o artilheiro do Mundial. E você, na humildade, me respondeu que ainda tinha de brigar por uma vaga entre os convocados do Dunga.

Teu lugar você garantiu. Está aí entre as feras. Só falta injetar novamente aquele sangue nos olhos que só os artilheiros têm quando pisam na pequena área.

De mi­nha parte, man­­te­­nho cada palavra di­ta a você em Amster­­dã. E não preciso de nenhum aditivo para isso: é na cara limpa mesmo.

Desencan­ta, Luís Fabiano!

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