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O Bom Senso FC merece o apoio de quem acompanha futebol. Só os jogadores de futebol são capazes de mudar o estado de coisas de um esporte arruinado moralmente. Não existem reviravoltas sem a presença de quem põe o pé no chão da fábrica – no caso, veste chuteiras. Líder do movimento, Alex orgulha hoje a comunidade esportiva do estado. Com uma rara habilidade para expor ideias, o camisa 10 está na proa desse processo que sugere um basta à péssima gestão dos clubes. A exemplo do capitão coxa, o BSFC não é egoísta. O ídolo alviverde poderia desfrutar o fim da carreira, em uma belíssima zona de conforto, o grupo não quer só um pacto salarial. Tem como ideário salvar uma atividade arruinada pelo oportunismo.

Os boleiros perceberam o óbvio: se o futebol como negócio fracassar, eles fracassam. Motivados pela insustentável situação financeira, os atletas não querem apenas garantias salariais, exigem calendário racional e participação política. Ao contrário dos torcedores e patrocinadores, não se omitem aos desmandos dos pródigos dirigentes. Em 2013, as 27 principais agremiações do país acumularam um déficit de R$ 445,6 milhões. Ao todo, ostentam quase R$ 6 bilhões em dívidas. Engana-se quem pensa que essa situação falimentar não entra em campo. Os mesmos cartolas que gastam mais do que arrecadam, são incompetentes na formação de jogadores, na captação de torcedores e organização dos torneios. Ou seja: imprestáveis.

Tome como exemplo o Paranaense ou qualquer outro certame local. Existe alguma razão lógica para o torneio existir? Não. E vai acabar, questão de tempo. O mercado não o assimila mais (leia-se tevê, torcida, grandes patrocinadores). Os regionais só existem por causa da política sórdida entre CBF e federações. Nenhum gestor consciente optaria por uma disputa de 120 dias, caso tenha na mesa a alternativa de uma competição de longo prazo e com promoção de série.

O status quo da bola também não ajuda a forjar craques. A aposta ainda é no talento individual e treinadores instintivos. A estrutura precária parece ser apenas uma etapa desse calvário ("Precisa vencer tudo isso, garoto", é o bordão). Se ele sobreviver, pode entrar no mercado. Entre os 12 e 16 anos, as promessas criam um laço patrimonial com as equipes – são tratados como propriedade.

O resultado é a fuga do público nos estádios. O feche de ouro tem sido tratar torcedor como cliente. Uma aberração contemporânea que categoriza os fãs pelo seu poder aquisitivo, faz dos planos de fidelidade uma exigência, não uma opção, e ignora que a essência da relação é de carinho, não de consumo.

Ao exigir o ‘preto no branco’ na tal Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, Alex não quer deixar uma "porta aberta" para quem deteriorou o futebol. Por trás da cobrança de garantias trabalhistas, o BSFC espera mesmo é criar uma imagem compatível com a paixão das pessoas pelo futebol.

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