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Que teríamos um Atletiba para decidir o título todos já esperavam há algum tempo, quando se percebeu que o interior não mostraria forças e pernas para uma rasteira na dupla "finalista". O Paraná Clube se juntou ao interior em fragilidade e não deu trabalho a Atlético e Coxa, perdendo para os dois no octogonal final.

Na verdade, neste Estadual o Tricolor se pareceu muito com o personagem central do conto Um Artista da Fome, de Franz Kafka. Um jejuador profissional que teve seus dias de glória e acabou esquecido em uma jaula de circo, morrendo da própria arte.

O artista da fome da Vila Capa­­nema tem ainda uma última opor­­tunidade de se afastar do mesmo triste fim do jejuador de Kafka, se alimentando nas duas últimas rodadas e botando no estômago um honroso terceiro lugar. Para isso precisa "comer" o Iraty, no Emílio Gomes, e o Ope­­rário, em sua jaula, digo, em seu estádio, a Vila.

O superclássico Atletiba decisivo já foi sancionado, carimbado e assinado. Viveremos uma semana de TPA – tensão pré-Atletiba – intensa, mais do que o habitual, pois esta vale título, como não se via há duas décadas no Couto.

No jogo contra o Operário, domingo, antes do final do primeiro tempo, o Coxa já sentia a TPA quando Ney Franco poupou o artista principal da trupe alviverde, Ariel. E botou para fora do jogo outros, amarelados, para poder contar com eles no clássico.

O Atletiba, para o Coxa, começou ali, naquele exato momento em que Ney "guardou" o Ariel.

Se a semana será tensa para a dupla Atletiba, mais ainda será pa­­ra o Atlético, com outro "verdão" pela frente, também em partida tão decisiva quanto a de domingo que vem. Vai até o Palestra Itália encarar o Palmeiras, na quinta-feira, para ver quem é o melhor e mais capacitado para seguir às quartas de final da Copa do Brasil.

Marcos, goleiro do Porco, já avisou que "irão ralar a bunda no gramado contra o Furacão" – coisa que não fizeram no Campeo­­nato Paulista inteiro – e pediu reforço da torcida para lotar o Palestra Itália.

Sem mais nada a fazer no tornei­o paulista, enfrentaram o Oeste de Itápolis só com a piazada – terminaram num feioso 0 a 0; um jogo que mais pareceu uma par­­tida de torneio sub-17 do futebol turco –, enquanto os titulares amaciavam os músculos para o CAP.

Alguns atleticanos queriam mandar às favas o Estadual e lustrar no capricho as chuteiras só para a Copa do Brasil. Agora é tarde; já estão na "final" do PR-10 e podem seguir em frente no torneio nacional.

E nada melhor do que um jogo desses no Palestra para dar uma visão mais ampla do futebol que se joga na Baixada e levar isso também ao clássico decisivo; e torná-lo ainda mais atraente.

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