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Escuto, com frequência, que o Campeonato Bra­­sileiro é mais equilibrado que os da Europa, o que é verdade, porque os times pequenos brasileiros são melhores que os pequenos europeus, e que os grandes daqui estão no mesmo nível que os grandes de lá.

Quem diz isso só deve ver os melhores momentos dos jogos da Europa, desaprendeu ou nunca soube o que é um bom futebol, faz isso para aumentar a audiência ou porque é um Pa­­­­che­cão, um Policarpo Quaresma.

Os times pequenos do Brasil são tão fracos quanto os pequenos da Europa, e os grandes daqui são muito piores que os grandes de lá. Os grandes da Europa impõem sua superioridade sobre os pequenos, o que não acontece aqui.

Haveria equilíbrio técnico se Kaká, Robinho, Luís Fabiano, Maicon, Daniel Alves, Júlio César, Lúcio, Juan, Ronaldinho, Diego, Zé Roberto, Alex (Fener­­bahce) e outros jogassem no Brasil.

Quando falo em superioridade, não penso somente no resultado de um jogo mata-mata. Penso também no estilo de jogar, no talento individual, no número de faltas, na violência e na organização das partidas. Tudo isso faz parte do espetáculo.

Se o Palmeiras for campeão, Muricy, que tem sido criticado, voltará a ser endeusado, chamado de estrategista e de o técnico que treina mais e melhor, principalmente as jogadas aéreas. Se perder, não deixarei de reconhecer os méritos do técnico. Ga­­nhando ou perdendo, não gosto de ver suas equipes jogarem.

Se o São Paulo for campeão, será bom para mostrar que a maior razão das últimas conquistas do time não foi o bom trabalho de Muricy, e sim a organização profissional do clube e, principalmente, a qualidade do elenco. Outros vão dizer que ganhou porque Ricardo Gomes manteve o estilo Muricy.

Antes da competição, o Atlético tinha um elenco muito inferior aos atuais candidatos ao título e só cresceu por causa de algumas contratações e, principalmente, pelo bom trabalho de Celso Roth. O técnico já tinha feito um ótimo trabalho no ano passado, no Grêmio, vice-campeão, com um time inferior individualmente aos rivais. Se o Atlético não for campeão, muitos vão falar que Celso Roth amarela quando o campeonato se aproxima do final.

Se o Flamengo for campeão, será ótimo para Andrade e para os treinadores jovens e interinos, além de diminuir a supervalorização dos técnicos mais famosos.

Além do preconceito com Andrade, por ser auxiliar e falar baixo, há o preconceito por ele ser negro. Não me refiro ao hediondo racismo de não gostar de uma pessoa de outra cor, e sim ao preconceito de que os técnicos negros não teriam capacidade intelectual de comandar um grupo.

Evaldo, excelente atacante do Cruzeiro nos anos 60, tinha tudo para ser um ótimo treinador. Era equilibrado, educado, falava bem, tinha um amplo conhecimento e se preparou para o cargo, trabalhando vários anos nas categorias de base. Não teve as chances que merecia. O mesmo aconteceu com outros técnicos negros.

Enquanto isso, alguns treinadores posudos, marqueteiros e bem relacionados estão por aí, com prestígio e fazendo mal ao futebol.

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