• Carregando...

Dunga já definiu, há muito tempo, uma única es­­­­tratégia e praticamente o time titular. Isso é peri­­­­goso. Ainda mais em uma seleção com tantas possibilidades.

As seleções comuns, mesmo quando vencem, ficam geralmente prontas com antecedência. As grandes seleções, mesmo quando não vencem, são definidas durante ou próximo da Copa. Por causa dos excelentes resultados, Dunga acha que só há um jeito de vencer.

A estratégia será a mesma de quase todas as seleções: iniciar a marcação no meio-campo, diminuir os espaços na defesa e contra-atacar. A Espanha é a única que privilegia a posse de bola, a troca de passes e o domínio da partida.

O Brasil está dividido em dois compartimentos, que pouco se misturam. Um formado por sete jogadores (quatro defensores e três do meio), e outro com Kaká, Robi­­nho e Luís Fabiano. Se der tempo, Elano e os dois laterais, principalmente Maicon, chegam ao ataque.

Não dá para dizer em números qual é o esquema tático do Brasil e de outras seleções. Os números servem apenas de referência. Os jogadores correm e trocam muito de posições. Só dá para explicar quando os jogadores estão perfilados, antes de a bola rolar.

O Brasil não é forte candidato ao título porque tem uma estratégia eficiente, e os jogadores serão raçudos e não irão para as baladas. É prin­­­cipalmente porque tem excepcionais jogadores na maioria das posições. Falta melhor qualidade no meio, na lateral-esquerda, e me­­­lhores reservas para Kaká, Robinho e Júlio César. Todas as outras seleções possuem deficiências.

Se o Brasil ganhar ou perder, o motivo principal não será Dunga. A Inter não eliminou o Barcelona na Liga dos Campeões da Europa porque José Mourinho fez uma revolucionária retranca, tão elogiada, e sim porque tinha ótimos defensores. Já vi um milhão de vezes times jogarem da mesma forma, com nove jogadores na entrada da área.

O Santos não possui um excepcional ataque porque tem uma postura ofensiva, e sim porque possui os três melhores jogadores que atuam hoje no Brasil (Robinho, Gan­­­­so e Neymar). Os técnicos são im­­­­­­portantes, mas nem tanto. A prin­­­cipal discussão não deveria ser entre futebol de resultados e futebol-arte, ofensivo e defensi­­­vo, e sim sobre os jogadores que sa­­­­­­bem, os que não sabem e os que sabem mais ou menos jogar futebol.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]