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Advogado Gustavo Nadalin acredita que o Coritiba foi vítima de confusão no Couto Pereira | Rodolfo Buhrer / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Advogado Gustavo Nadalin acredita que o Coritiba foi vítima de confusão no Couto Pereira| Foto: Rodolfo Buhrer / Agência de Notícias Gazeta do Povo

A carregada denúncia do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra o Coritiba pelo tumulto após a partida com o Fluminense, domingo, provocou a mobilização de juristas torcedores do clube. No sábado, um grupo liderado pelo advogado René Dotti vai se reunir para analisar estratégias de defesa para o julgamento marcado para a próxima terça-feira, no Rio de Janeiro. "Será uma comissão de ilustres juristas coxas-brancas. A mobilização aconteceu porque temos certeza que o Coritiba é vítima de tudo isso que está acontecendo", diz, em entrevista à Gazeta do Povo, Gustavo Nadalin, coordenador do departamento jurídico do Coritiba.

Com a mobilização, o grupo espera conseguir juntar provas e argumentos para tentar abrandar uma provável pena pesada imposta pelo STJD, que, em caso de punição máxima, o Coxa só voltaria a jogar no Alto da Glória em 2011 e ainda teria de pagar R$ 620 mil em multa. "Estamos nos mobilizando politicamente. Tivemos problemas similares no Brasil,mas com punição pequena.

"No Canindé, estádio da Portuguesa, entraram com arma de fogo para ameaçar os jogadores. Isso é muito sério,mas o clube só perdeu três mandos. Na Fonte Nova, em 2007, morreu gente lá por falta de segurança e poucos foram responsabilizados. Eu não entendo: Por que isso com o Coritiba? Acho que existe má vontade com o futebol do Paraná", protesta Nadalin.

O clube foi denunciado três vezes no artigo 213 (deixar de tomar medidas capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto): pela invasão de campo, pelo tumulto provocado por torcedores e pelo arremesso de objetos. Para cada denúncia foi pedida a pena máxima, de perda de dez mandos, fechando os 30 da solicitação dos procuradores. Também há previsão de multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil.

O Alviverde ainda foi denunciado no artigo 211 (deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização), que prevê a interdição do estádio até que sejam atendidas as medidas determinadas pela sentença. A multa, nesse caso, varia de R$ 1 mil a R$ 10 mil.

É o mesmo valor da punição prevista no artigo 233 (deixar de cumprir obrigação legal por fato ligado ao desporto), por entendimento da procuradoria de que o clube descumpriu o Estatuto do Torcedor.

"Não entendo. É algo inédito. Essa questão de triplicar o artigo 213, não tem lógica. Se tivesse, teriam de repetir o artigo duzentas vezes, pois duzentas pessoas invadiram o campo", explica.

Para o julgamento de terça-feira, Nadalin disse que o clube está na fase junção das provas e testemunhas para compor a defesa no tribunal. Imagens de câmeras de segurança, depoimento de diretores e funcionários estão sendo definidos. O advogado José Mauro Couto Filho, que já defendeu o Botafogo na esfera desportiva, foi contratado. Para o julgamento, uma argumentação que será usada é que o clube teria tomado todas as medidas possíveis no quesito segurança.

De acordo com Nadalin, 300 seguranças particulares foram contratados. Praticamente o dobro de um Atletiba. "No último Atletiba tinham 180 seguranças trabalhando. O problema é que mesmo assim não tem como segurar tanta gente. E segurança não está armado, não pode reagir. Fora isso o que aconteceu foi como uma interpérie climática, não havia como impedir. Até a arbitragem, que estava escoltada pelo polícia, foi agredida", cita o advogado coxa.

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