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O governador Pessuti e o prefeito Ducci marcam presença em Johannesburgo | Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial
O governador Pessuti e o prefeito Ducci marcam presença em Johannesburgo| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial

Avaliação

Blatter se diz "um presidente satisfeito"

Joseph Blatter deu um passo atrás ontem. O presidente da Fifa deixou em stand by a possibilidade de o futebol passar a usar a tecnologia para esclarecer as dúvidas em lances polêmicos. Mudou o discurso dado na semana das eliminações de Inglaterra e México no Mundial, marcadas por erros de arbitragem. O cartola afirmou que o assunto será levado à próxima reunião da International Board, órgão responsável por "cuidar" das 17 regras do esporte, no dia 20, no País de Gales. "Mas não discutiremos nada. Será apenas colocado na pauta do encontro de outubro", explicou.

O dirigente aproveitou também para elogiar a África do Sul. Em diversos momentos da entrevista Blatter usou a organização da Copa 2010 como um exemplo para o mundo – especialmente para o Brasil, sede do próximo Mundial, em 2014. "Ainda não terminou, mas sou um presidente satisfeito. Direi mais coisas na segunda-feira, quando o troféu já tiver sido entregue a um novo campeão", disse ele.

Em ritmo de festa, o homem forte da Fifa entrou de cabeça na campanha do país de Nelson Mandela para sediar a Olimpíada de 2020 – Durban e Cidade do Cabo concorrem entre si pela indicação interna. "A estratégia se anunciar a pretensão logo na primeira semana de Copa foi perfeita. A África do Sul tem totais condições de receber os Jogos Olímpicos", emendou.

  • Orlando Silva (ministro do Esporte), Romário, Bebeto, Ricardo Teixeira, Lula, Cafu, Parreira, Blatter e Carlos Alberto Torres dão as mãos pela Copa 2014, no Brasil. Evento em Johannesburgo foi simbólico para o país assumir o posto de sede do próximo Mundial

O impasse continua, mas já há data para terminar. A Arena da Baixada – e Curitiba – tem até o fim do mês para apresentar as garantias financeiras que viabilizam o término do estádio para a Copa no Brasil, em 2014. A documentação foi cobrada ontem pelo presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira. "Estou aqui na África do Sul e ainda não vi se chegou o relatório de Curitiba. Quando voltar verei se está tudo ok", disse ele.

O aval ainda não saiu da capital paranaense. Descuido que despertou a atenção de outras cidades. Florianópolis e Goiânia já começaram a trabalhar nos bastidores para ficar com a indicação curitibana. Hipótese, em princípio, descartada pela alta cúpula do COL.

Teixeira confia nos novos rumos que tomou a negociação. Por isso afrouxou os prazos, não sendo tão rigoroso quanto foi com o Morumbi, em São Paulo. A matemática que convenceu o cartola é complexa. Os R$ 100 milhões necessários para concluir o complexo esportivo, de acordo com todas as exigências do caderno de encargos da Fifa, seriam divididos em duas partes. Um terço, ou cerca de R$ 33 milhões, sairiam dos cofres do Atlético – o clube já teria o montante para investir. O restante, algo perto de R$ 66 milhões, viria de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão vinculado ao governo federal.

O imbróglio é que para liberar o dinheiro o banco exige garantias. O Conselho Deliberativo do Rubro-Negro proibiu que o próprio estádio e o CT do Caju sejam usados como "fiadores". Na tentativa de viabilizar a negociação, a diretoria atleticana viajou na semana passada para Brasília. Levou ao BNDES a proposta de dar o potencial construtivo oferecido pela prefeitura municipal para facilitar a liberação do dinheiro.

Segundo o projeto elaborado pelo Palácio 29 de Março, a Lei de Zoneamento de Curitiba seria alterada, fazendo com que o terreno da Arena passe a ser classificado como região de potencial construtivo máximo (categoria especial). Assim, o clube teria condições de negociar uma espécie de bônus construtivo – as construtoras pagariam ao Atlético, que colocaria o dinheiro na Baixada – em troca de poder erguer prédios mais altos do que seria permitido em outras regiões da cidade. Neste caso, o governo do estado, como contrapartida, repassaria à prefeitura R$ 80 milhões para ser aplicado nas desapropriações dos terrenos ao redor do estádio. O órgão ficou de estudar.

No caso de o banco recusar, a Copel seria o plano B. A estatal de energia bancaria os R$ 66 milhões recebendo em troca o direito de explorar a publicidade em torno do Furacão – naming rights da praça de esportes, por exemplo. A proposta teria de ser aprovada na Assembleia Legislativa.

Idas e vindas que se não irritaram totalmente o presidente da CBF a ponto de Curitiba ser excluída do Mundial de 2014, ao menos serviram para deixá-lo desconfiado. Mesmo contra o relógio, os políticos paranaenses demonstram otimismo.

"Goiânia que tire o olho de cima de Curitiba. Iremos sediar a Copa sem dúvida nenhuma", ressaltou o prefeito Luciano Ducci,que participou ontem em Johannesburgo da festa de lançamento da logomarca da segunda Copa no Brasil. "Vai dar tudo certo", emendou.

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