Júlio César minimiza rótulo de "melhor do mundo", mas sonha em beijar a taça

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Não foi só a polêmica sobre a "Jabulani", apelido dado para a bola que será usada na Copa do Mundo da África do Sul, que roubou a atenção na entrevista coletiva dada pelo goleiro Júlio César. Ao lado dos reservas Doni e Gomes, o goleiro titular da Seleção Brasileira afirmou que o fato de ser considerado um dos melhores do mundo não vai prejudicá-lo na disputa do Mundial.

"Não dou importância para esse negócio de ser ou não ser o melhor do mundo. Respeito e agradeço as vozes que me dizem isso, mas sempre mantive o mesmo jeito de ser e não quero que isso interfira nas minhas atuações", disse Júlio César durante a entrevista coletiva realizada no Rand Park Golfe, clube ao lado do hotel The Fairway onde os jogadores estão hospedados.

Humilde, o goleiro destaca que conquistou seu espaço na preferência de Dunga aos poucos e com muito trabalho. A certeza de que poderia ser titular surgiu durante um jogo contra Gana. "Senti que poderia ser muito útil ao Dunga após este jogo em Londres. A partir dali percebi que poderia chegar com chances de jogar uma Copa do Mundo".

As dificuldades que o Brasil irá enfrentar não foram esquecidas pelo goleiro. "Vai ser uma Copa muito equilibrada. Para mim é um momento muito especial de chegar a essa Copa para jogar. Quero muito vencer, levar o hexa e beijar aquela taça. Já tinha pedido para o Cafu se eu poderia beijar a taça na outra Copa, mas a França mereceu vencer aquele jogo em 2006", disse, lembrando-se da eliminação do último mundial.

Quem será o reserva?

O técnico Dunga ainda não decidiu quem será o goleiro reserva da seleção durante a Copa. Uma possibilidade é fazer revezamento entre Doni e Gomes, mas nem os goleiros sabem como o "professor" vai proceder. "Ainda não nos passaram nada, mas estamos aqui para trabalhar muito e empurrar o Júlio César", disse Doni, que em seguida se esquivou de comentar sua situação de reserva do Roma. "Nem quero falar do que ocorreu no clube. Tive meus problemas lá, mas mesmo sem jogar me preparei bastante para estar aqui".

O goleiro Gomes, do Tottenham, foi quase uma surpresa na lista dos convocados para a Copa. Victor, do Grêmio, era o favorito, mas a regularidade de Gomes no clube inglês convenceu Dunga a levá-lo. "São 10 anos de trabalho forte para estar aqui. Não tive categorias de base e já cheguei com 19 anos no cruzeiro. Tive de recuperar o tempo perdido e sempre sonhei alto. Nunca desisti desse sonho de chegar a Copa".