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Ativistas LGBT protestam contra leis rígidas de países que jogam a Copa em Curitiba | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Ativistas LGBT protestam contra leis rígidas de países que jogam a Copa em Curitiba| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo
  • Ato contra a homofobia em Curitiba nesta segunda

Ativistas ligados ao movimento LGBT fizeram uma manifestação nesta segunda-feira (16) pela manhã, na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, contra as leis anti-homossexuais vigentes nos países que disputam a Copa do Mundo na cidade.

O evento "No país da Copa, homofobia não rola!" contava com 1,2 mil confirmados no Facebook, e explicava que "78 países dos 193 estados membros da ONU ainda têm legislação que criminaliza atos consensuais entre adultos do mesmo sexo. As punições variam entre multas, chibatadas, espancamento, prisão ou morte, por enforcamento ou apedrejamento".

Desses, quatro estarão em Curitiba para a Copa: Irã e Nigéria, que jogam hoje às 16h, Argélia e Rússia, que jogam no dia 26."A ideia é fazer a denúncia da homofobia no mundo. Não é por direitos humanos, é por direito à vida, porque as pessoas no Irã são decapitadas, jogadas de penhascos e apedrejadas por serem gays", explica o ativista Toni Reis, presidente do Dignidade, um dos diversos grupos capitaneados pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

"As pessoas não sabem que isso existe, e esse é o momento de debater. O nosso movimento é civilizado e não somos contra o governo iraniano, mas sim contra a lei da xaria [o grupo de leis que regem os estados islâmicos] que é contra os atos homossexuais", completa.

Eles deixaram cartazes espalhados pela Boca Maldita e fizeram gritos de guerra pela liberdade sexual. "Eu amo homem/amo mulher/ tenho direito de amar quem eu quiser", gritaram.

Ainda que poucas pessoas tenham comparecido à manifestação, ela chamou a atenção das pessoas que passavam pela Rua XV no momento, com uma larga bandeira arco-íris e bonecos enforcados pendurados em um prédio, fazendo alusão à pena de morte para gays no Irã.

Entre os que pararam para ver o protesto estavam membros imprensa iraniana e torcedores do país, hospedados nos hotéis da região. O estudante iraniano Arteen Asgharzadeh, de 20 anos, foi um deles. "Eu sou a favor desse protesto, acho que as liberdades individuais devem ser respeitadas e muitas minorias, como os homossexuais, têm sofrido abusos da lei no Irã e ao redor do mundo", opina.

Ele diz que muitos gays no país precisam se esconder, emigrar, ou mudar de sexo – ironicamente, uma medida autorizada e financiada pelo governo do país. "É muito difícil pra eles escapar desse tipo de transgressão, e o protesto público é muito difícil de ser feito, mas eles fazem sempre que podem, do jeito que podem".

Outros torcedores, como o empresário Sid Nili, de 50 anos, ficaram contrariados com o protesto. "Eu respeito qualquer vida. Deus trabalha de modos misteriosos, e se uma pessoa nasce gay, não cabe a nós julgar. Mas o Irã não é um país homofóbico, o governo inclusive paga a mudança de sexo para quem quiser. A lei só não permite atos homossexuais em público, assim como não permite que se beba em público. Se você quiser beber ou ser gay na sua casa, ninguém vai lhe incomodar", acredita.

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