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Obra na Baixada: tempo extra para quitar dívida com a Fomento Paraná, sem reajuste | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Obra na Baixada: tempo extra para quitar dívida com a Fomento Paraná, sem reajuste| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

O estádio que mais preocupa a Fifa para a Copa de 2014 ganhará dois anos a mais para o pagamento de um dos empréstimos para a sua reforma.

A prefeitura de Curitiba analisa uma proposta da Fo­­mento Paraná para que os R$ 30 milhões financiados pela autarquia estadual para o Atlético aplicar na Arena sejam pagos em 5 de dezembro de 2015, não mais amanhã, como previsto no contrato assinado em junho de 2012. A prorrogação já foi acertada entre as partes, restando apenas o aval jurídico.

A nova data será oficiali­­za­­da na semana em que a Fifa tornou pública a preocupação com o andamento da obra. Ontem, na Costa do Sauípe (Bahia), o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, confirmou informação antecipada pela Gazeta do Povo de que a Arena só estará pronta em fevereiro.

"Curitiba é o estádio no qual temos mais problemas e claramente não será entregue antes do fim de fevereiro de 2014, isto é um fato", afirmou Valcke, que citou Cuiabá como outra sede problemática e anunciou a entrega da Are­­na Corinthians para fevereiro.

O cronograma da Baixada foi empurrado pelos novos pra­­zos para instalação da cober­­tura, iluminação e 10 mil assentos (15/1), além da aplicação do gramado (21/1). São os itens necessários para a realização do evento-teste, que estava marcado para 26/1. A maior preocupação de Valcke, contudo, é com as instalações temporárias e o andamento da venda de ingressos. "Vamos aumentar a mão de obra para que todas as instalações temporárias sejam montadas. O plano para venda de ingressos por assento terá de esperar, porque ainda não temos o mapa do estádio", resignou-se.

O novo cronograma foi apresentado à organização da Copa na segunda-feira, em uma reunião com represen­­tantes da prefeitura de Curi­­tiba, governo estadual, Atlético e Fomento Paraná. Também foi exposta a nova engenharia financeira para o pagamento dos R$ 265,2 milhões que devem ser investidos no estádio.

Uma conta composta por três empréstimos – um do BNDES, um da Fomento e o terceiro ainda em discussão sobre qual instituição conce­­derá. O primeiro, de R$ 30 mi­­lhões, tomado da Fomento Paraná, deveria ser pago amanhã, em parcela única, com a receita da venda de 60 mil cotas de potencial construtivo.

A Fomento, no entanto, já encaminhou à prefeitura um processo para pedir a prorrogação do prazo até 5 de dezembro de 2015, sem mudança no valor a ser pago. A alteração será formalizada após aprovação do jurídico da administração municipal.

"Vamos concordar com a mudança porque sabemos que não conseguiremos comercializar o potencial construtivo a tempo. É uma questão de ne­­cessidade", justificou o secre­­tário municipal de Copa, Reginaldo Cordeiro.

Até 29/11, haviam sido vendidas 6.299 cotas, com uma renda de R$ 3,8 milhões. Co­­mo o pagamento pode ser parcelado em até oito vezes, só parte deste montante entrou na conta destinada à operação.

Via assessoria de imprensa, a Fomento informou que não poderia se manifestar porque a operação é protegida por sigilo bancário.

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