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Argentina e Holanda confrontam estilos distintos não apenas em campo. Alejandro Sabella, 59 anos, e Louis Van Gaal, 62, são técnicos de personalidades opostas que tentam hoje, a partir das 17 horas, no Itaquerão, chegar à decisão contra a Alemanha, neste domingo, no Maracanã.

O europeu é um disciplinador que adotou a faceta de paizão para essa Copa – uma imitação de Felipão de 2002. O sul-americano tem fama de tranquilo e politizado, mas é adepto da raça como principal pilar de uma equipe de futebol. Até agora, a vantagem é do comandante da Laranja. O alviceleste ainda luta para azeitar as engrenagens em torno de Messi.

Batizado Aloysius Paulus Maria, Van Gaal comprou briga com a imprensa holandesa. E tem vencido. Responsável pela melhor campanha das eliminatórias europeias, ele iniciou uma revolução ao adotar um estilo de jogo voltado à defesa. Conseguiu calar boa parte dos críticos ao massacrar a Espanha na estreia e segue influenciando o time.

As orientações dele foram fundamentais nas oitavas de final, quando uma parada técnica para amenizar o calor foi suficiente para formalizar a virada sobre o México. Nas quartas, não houve alteração de esquema tático, mas sim no goleiro. Krul entrou no lugar de Cillessen somente para a disputa de pênaltis e garantiu a classificação.

Falastrão, o holandês polemizou questões de arbitragem, gramados e clima. Famoso por supostamente não gostar de trabalhar com brasileiros, teve atritos até com o compatriota Sneijder antes do Mundial. Mas aparou as arestas e até convidou o meia para fazer parte do elenco do Manchester United, clube que comandará a partir de agosto. Tem o grupo na mão e o respeito dos rivais.

"Ele foi o melhor treinador com quem trabalhei na carreira", confessou o zagueiro argentino Demichelis ao periódico Clarín. "Ele falava na frente do elenco [do Bayern de Munique] quem era o melhor e o pior em uma determinada coisa. E tomava as decisões pensando na equipe, sem pensar nas consequências", contou o defensor, hoje um soldado de Sabella.

Militante político na década de 1970, o portenho é a antítese do rival. Não gosta de controvérsias e também não é afeito a "invenções" no campo. Apelidado de ‘Pachorra’ por causa de sua tranquilidade, o treinador passa por uma crise de personalidade no Mundial. Ao mesmo tempo em que pensa em executar suas ideias, quer agradar o astro da equipe.

Com seriedade, trouxe seu país de volta aos holofotes da Copa. Mas sua personalidade lhe obriga a fugir dos créditos. "Nunca falo sobre meus méritos, se é que tenho algum. Sempre digo que são dos jogadores", disse o treinador, ontem. Hoje, aniversário de 198 anos da independência argentina, o presente é se entregar como em uma Libertadores.

"A mensagem é que vamos fazer como sempre. Trabalhar a 100% e depois vemos quem ganhou. Não podemos dar menos do que nossa obrigação."

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