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Balotelli cabeceia a bola para vencer o goleiro Hart, da Inglaterra | Francois Marit/Reuters
Balotelli cabeceia a bola para vencer o goleiro Hart, da Inglaterra| Foto: Francois Marit/Reuters

Vestiário

Técnico cobra reação inglesa e lamenta sofrimento físico

"Os jogadores têm de perceber que precisam jogar duas vezes melhor [do que ontem] para que tenhamos bons resultados". Foi dessa forma que o técnico inglês Roy Hodgson resumiu o revés para a Itália e a possibilidade de reverter o prejuízo para conseguir a classificação para as oitavas de final.

O entusiasmo da véspera da estreia na Copa, com sorrisos durante a entrevista coletiva, foi radicalmente alterado após a derrota. O olhar fechado do "manager" e a voz em volume baixo evidenciaram o tamanho do baque, que pode ser decisivo em uma eventual desclassificação precoce.

O momento crucial apontado por Hodgson para o revés foi o gol de Balotelli, no início do segundo tempo, aos 5 minutos. Exatamente no momento em que os ingleses contavam com a igualdade no placar e voltaram para a etapa final renovados. Quando a Azzurra retomou a vantagem, não havia nada a fazer a não ser correr mais do que o normal.

E foi aí que os aspectos climático e físico foram determinantes. Apesar de tentarem, os jogadores ingleses esbarraram nos próprios corpos. Cãibras se espalharam e alguns se arrastaram até o fim, como Gerrard, que não conseguia esticar a perna direita nos últimos dez minutos. "Trabalhamos muito nesse sentido [de enfrentar as condições climáticas], mas as cãibras apareceram por causa da desidratação. Isso pesou muito, mas mesmo assim brigamos até o fim para empatar", analisou Hodgson, buscando um lado positivo na derrota.

O English Team terá alguns dias para se recuperar. Será em um clima bem mais ameno, em São Paulo, na quinta-feira. O jogo, porém, vai esquentar, já que o Uruguai também precisa de um triunfo para sonhar com as oitavas de final.

Brasil, Manaus, calor, alta umi­­dade, paradas técnicas e torcidas inertes. Quase tudo foi novidade para Inglaterra e Itália na noite de ontem na Arena da Amazônia. Um aspecto, porém, permaneceu intacto: a hegemonia italiana sobre os ingleses quando a bola rola para valer.

Confira a nota dos jogadores e quem foi o craque da partida

O triunfo da Azzurra por 2 a 1 na largada da Copa foi só mais um capítulo da freguesia que impõe sobre o En­­glish Team. Nos oito jogos de Eliminatórias, Eurocopas e Mun­­diais, o time hoje comandado por Cesare Prandelli somou a quinta vitória. Para fechar a conta, dois empates – um com direito a classificação italiana na última Euro – e só um jogo de honra para os ingleses, nos idos de 1977, pelas Eliminatórias para a Copa de 1978.

Uma supremacia aumentada devido à atuação irrepreensível de Pirlo e companhia. A Itália foi melhor durante os 90 minutos, com raros momentos de reação por parte dos ingleses. Não à toa que saiu na frente, aos 35/1.º, com Marchisio, depois que Pirlo deixou a bola passar para o companheiro ficar em condições de finalizar. A Inglaterra assustou na sequência, aos 37, quando Sturridge empatou.

Não passou de um susto, pois o gol de Balotelli logo no início do segundo tempo, aos 5 minutos, acabou com as chances do time de Roy Hodgson. Com a vantagem no placar, os italianos levaram a partida com tranquilidade até o fim, enquanto os ingleses tentavam, mas sofriam com as condições físicas.

Resultado de uma Azzurra que jogou no coletivo e não dependeu de individualidades. Um trunfo que Prandelli acredita pode ser fundamental no Mundial. "Não temos jogadores como a Inglaterra. Mas precisamos valorizá-los como eles são. Eles têm capacidade técnica e são muito bons", protegeu os comandados.

Esse jogo de equipe não só manteve o retrospecto histórico favorável como deu uma vantagem considerável no Grupo D. O revés do Uruguai, que perdeu para a Costa Rica, deixou os italianos em ótima situação. Uma vitória sobre os costarriquenhos na próxima sexta-feira, no Recife, e um empate entre Uruguai e Inglaterra – um dia antes – já garante a classificação para as oitavas de final.

"Ter vencido na estreia pode nos ajudar psicologicamente daqui para frente. É uma vantagem. E o segundo jogo é determinante para avançar de fase. Mas tem um time do outro lado e que ninguém levava em consideração antes da Copa", destacou Prandelli, revelando cautela e respeito com a surpreendente Costa Rica.

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