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O futebol ganha de forma definitiva o mercado americano e leva a Fifa a rediscutir internamente o número de vagas para cada continente. Segundo dados da Fifa, a média de audiência para os jogos dos EUA na Copa do Mundo supera já as finais da NBA nas cidades americanas e é superior até mesmo a disputa da World Series, as finais do beisebol de 2014.

"Essa Copa é um divisor de águas nos EUA", declarou Niclas Ericson, diretor de televisão da Fifa. No total, o jogo entre Portugal x EUA foi assistido por uma audiência superior a 25 milhões de pessoas. "Isso é maior que a média dos jogos das finais da NBA, no início do ano", declarou. Segundo ele, a média dos seis jogos da final do beisebol foi de 15 milhões de pessoas "O que estamos vendo é uma marca importante na história do futebol", disse.

O sucesso comercial da Copa na terra do "soccer" e ainda o bom desempenho das seleções das Américas na Copa do Mundo reabrem o debate internamente na Fifa sobre o número de vagas para cada continente.

A reportagem apurou que cartolas da América do Norte, Central e os sul-americanos já se mobilizam para pedir uma presença maior de seleções do Hemisfério Ocidental, em detrimento da Ásia, que sequer ganhou uma partida na Copa de 2014.

O ponto central do debate é a participação da Concacaf, organismo regional que representa América do Norte, Central e Caribe. Hoje, a região conta com apenas três vagas e meia. No Brasil, eles conseguiram quatro vagas graças à vitória do México na repescagem sobre a Nova Zelândia.

Dos quatro times que foram classificados para ir ao Mundial - Costa Rica, EUA, México e Honduras - três deles podem se classificar para as oitavas de final. Os mexicanos, por exemplo, se classificaram pela sexta vez consecutiva para a segunda fase da Copa.

Entre os cartolas da Concacaf, o pedido é de que a região conte com quatro vagas certas para a Copa. Além do bom desempenho em campo, a região vive um boom econômico no futebol. Depois de anos assolados por escândalos de corrupção, a entidade acumula lucros e grandes contratos de televisão, com um índice de popularidade do futebol nos EUA cada vez maior.

Os torcedores norte-americanos também estão entre os que mais compraram ingressos para a Copa no Brasil e até o vice-presidente Joe Biden visitou o País.

Mas uma vaga a mais para a América do Norte significaria um prejuízo para os asiáticos. A região é que a mais cresce em termos econômicos no mundo e a Fifa passou a dar atenção às federações locais como forma de ampliar seus lucros também no Oriente. A China, por exemplo, é considerado como a nova fronteira do futebol. Mas o resultado decepcionante das seleções asiáticas nesta Copa pode acabar tendo um impacto real nos futuros Mundiais.

Quem também faz pressão é a América do Sul. Desta vez, não se trata de pedir uma vaga extra, mas sim manter os quatro lugares e meio garantidos que a região mantém, além da vaga garantida para o anfitrião. Mas com Brasil, Argentina e Colômbia já classificados e jogos emocionantes com o Uruguai e ainda Equador, cartolas da Conmebol já usam o evento para mostrar que não existe razão para que deixem de ter uma presença forte na Copa do Mundo.

Um dos argumentos dos europeus é de que, se regiões como a África, Oceania e Oriente Médio querem uma representação maior na Copa, todos precisam ceder, inclusive os sul-americanos.

Para a Conmebol, está claro que quem precisa ceder é justamente a Europa, que hoje conta com 13 vagas das 32 vagas. Temendo perder espaço - e votos - o presidente da Uefa, Michel Platini, quer uma Copa do Mundo com 40 times, oito a mais que a atual.

Isso significaria um aumento de 25% no número de jogos, 32 partidas a mais. Mas Platini insiste que isso poderia ser feito adicionando apenas três dias a mais na Copa. Já Joseph Blatter, presidente da Fifa, rejeita a proposta.

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