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Romário partiu para o ataque contra os responsáveis pela Copa: “O brasileiro tem de saber com quem estamos lidando” | Pedro Ladeira/Frame/Folhapress
Romário partiu para o ataque contra os responsáveis pela Copa: “O brasileiro tem de saber com quem estamos lidando”| Foto: Pedro Ladeira/Frame/Folhapress

Ação social

Ministro quer ingresso para índios

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pediu ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que encontre meios de disponibilizar entradas dos jogos do Mundial para indígenas e beneficiários do programa Bolsa Família. "Falei para ele [Valcke] que há uma parcela da população, principalmente na faixa mais pobre, que numa festa como a Copa deveria ter acesso a ingressos", revelou. Questionado se discutiu de que forma isso poderia ser feito, o ministro disse que a responsabilidade de encontrar um caminho é da Fifa. "Isso é problema deles. Eu apresentei a demanda, ele que apresente uma solução", afirmou Rebelo. (SG)

Enviado ao Brasil pela Fifa para resolver os últimos impasses jurídicos com o governo federal, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, teve de enfrentar a fúria do deputado federal Romário (PSB-RJ) em Brasília. O emissário propôs trocar a meia-entrada por uma cota de ingressos a custo mais acessível, afirmou que a venda de bebidas alcoólicas nos estádios é inegociável e reforçou a necessidade de acelerar as obras de infraestrutura.

Em audiência na comissão especial da Câmara dos Depu­tados que discute a Lei Geral da Copa, ele e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foram colocados na parede pelo ex-jogador.

O Baixinho perguntou a ambos sobre denúncias de corrupção contra eles – lembrou, por exemplo, que Valcke foi chamado de "chantagista" pelo próprio presidente da Fifa, Joseph Blatter, e que teria sido demitido pela entidade (e recontratado) após não ter respeitado o acordo de preferência com a então parceira Mastercard, quando a empresa foi trocada pela concorrente Visa.

O secretário defendeu-se alegando que o caso não era relevante. "Ele diz que a carta [em que era chamado de chantagista] não é importante para Copa. É a ele que temos de dar satisfações. O brasileiro tem de saber com quem estamos lidando", bradou Romário.

O deputado indagou o presidente da CBF sobre um acordo na Justiça da Suíça para encobrir seu envolvimento em um suposto esquema de propina. Para não ser citado, teria devolvido o dinheiro. "O senhor recebeu propina? Se o seu nome aparecer no processo, o senhor renuncia à CBF e ao Comitê Organizador Local?", questionou o ex-atacante. Teixeira, assim como Valcke, se limitou a criticar a fonte de Romário, o jornalista da BBC, Andrew Jennings, a quem estaria processando.

O deputado carioca falou por cinco minutos, dois a mais do que o previsto, tentou insistir nos questionamentos, mas foi impedido pelo relator Renan Filho (PMDB-AL), filho do senador alagoano Renan Calheiros. Ele, inclusive, pediu para que as perguntas se restringissem à Lei Geral da Copa. "O que está acontecendo aqui é um circo", finalizou Romário, irritado.

Livre da pressão do Bai­xi­nho, Valcke propôs a criação da "categoria 4" para os ingressos como forma de compensar o drible na lei da meia-entrada. Assim, idosos, estudantes e pessoas de baixa renda poderiam comprar bilhetes a R$ 43 (US$ 25). Es­­tariam nessa classe 10% do total de tíquetes à venda.

O dirigente da Fifa também voltou a cobrar celeridade nas obras: "Dirigir em São Paulo é um pesadelo. Sair do aeroporto leva meio dia. Isso não pode acontecer", exemplificou. "Estamos atrasados. Não podemos perder nem mais um dia", concluiu.

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