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| Foto: ADRIAN DENNIS/AFP

Integrantes do grupo Pussy Riots, que invadiram a final da Copa do Mundo em um protesto contra o presidente russo Vladimir Putin, foram formalmente acusadas pelas autoridades em Moscou. Elas teriam “violado os direitos dos espectadores” e ainda são acusadas de usar de forma ilegal roupas de policiais.

Duas das ativistas já foram julgadas nesta segunda-feira (16) e pegaram 15 dias de prisão, uma delas ainda está proibida de participar de eventos esportivos por três anos.

Multa equivalente a US$ 185 cada (aproximadamente R$ 712), além de prestar serviços comunitários durante 160 horas, também estão entre as penas que os demais réus estão sujeitos.

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No segundo tempo da final entre França e Croácia, o grupo conseguiu driblar a segurança e invadir o campo para se manifestar contra a repressão do Kremlin. Mbappe, estrela da Copa, chegou a saudar uma das integrantes do grupo, antes que elas fossem arrastados para fora. As imagens das garotas vestidas com uniformes policiais foram cortadas pela transmissão oficial da Copa. E o assunto não foi comentado pelas agências de notícia de Moscou.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, elas explicaram a ação. “Tendo em vista que o estado de direito não existe na Rússia e que qualquer policial pode entrar em nossas vidas, a Copa do Mundo mostrou que os policiais sabem se comportar bem”, ironizaram as mulheres, em referência ao tratamento que as forças de segurança prestaram aos turistas. “Mas o que vai ocorrer quando a Copa acabar?”, questionaram. “Só há uma solução: lutar contra a fabricação de falsas acusações e de prisões arbitrárias”, insistiram.

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

No vídeo, em que aparecem vestidas de policiais, elas pedem uma competição política e que “qualquer pessoa possa participar da vida política de seu país, e de ser eleito”. “São coisas muito simples”, afirmam.

Um vídeo vazada de um princípio de um interrogatório das garotas, depois de detidas, também causou polêmica. As autoridades lamentaram não estarem nos anos do Stalinismo, quando a repressão foi ampla e generalizada contra qualquer um que questionasse o sistema.

Em cenas na delegacia que circularam pelas redes sociais, os policiais mantém o que aparenta ser os primeiros momentos de um interrogatório. “Você é uma canalha, qual seu nome?”, questiona um policial. “Por que decidiram fazer merda na Rússia?”, disse. “Não. Não estamos contra a Rússia”, respondeu uma das meninas detidas.

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O policial voltou a cobrar uma explicação. “Saibam que, por esse motivo, a Rússia vai pagar multas contratuais à Fifa?”, disse. “Vocês fizeram mal à Rússia”, declarou o policial.

O grupo, porém, deixou claro que não concordava com a avaliação das autoridades. “Não fizemos mal para a Rússia”, contra-atacaram. O interrogatório continuou: “Vocês são normais?”, perguntou um dos agentes. “Sim, somos”, responderam. A polícia quis saber onde o grupo havia alugado os uniformes de agentes de segurança que usaram para invadir o campo. “Alugamos”, responderam.

Os policiais, porém, lamentaram não estar mais em 1937, ano marcante do Grande Expurgo, uma importante ação de repressão de Joseph Stalin, para poder punir o grupo. “Infelizmente, hoje em dia, não estamos em 1937, infelizmente”, insistiu.

Croata ficou indignado

GABRIEL BOUYS/AFP

O zagueiro Dejan Lovren, vice-campeão da Copa do Mundo com a Croácia, não escondeu sua irritação com o grupo de invasores que entraram em ação na final do Mundial. O defensor acredita que a intervenção atrapalhou um bom momento de sua equipe. “Eu fiquei muito bravo porque estávamos num bom momento quando tudo aconteceu’’, disse o atleta do Liverpool. ‘’Estávamos conseguindo jogar um bom futebol. Eu perdi a minha cabeça, agarrei o homem e gostaria de tê-lo arremessado para fora do estádio”.

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