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Friedhelm Althans (esq.), da polícia alemã, Peter Limbacher, porta-voz da Uefa, e o promotor Andreas Bachmann: escândalo | Ina Fasbender/Reuters
Friedhelm Althans (esq.), da polícia alemã, Peter Limbacher, porta-voz da Uefa, e o promotor Andreas Bachmann: escândalo| Foto: Ina Fasbender/Reuters

Genebra - A Europa vive o que a Uefa já chama de "o maior escândalo de corrupção" da história do futebol europeu. Ontem, promotores alemães e a própria Uefa revelaram investigações que apontam para a manipulação dos resultados de cerca de 200 jogos, inclusive da milionária Liga dos Campeões.

O escândalo tem dimensões que podem afetar a credibilidade do futebol europeu. Ontem, 17 pessoas foram presas em toda a Europa, em ações conjuntas da polícia. A manipulação dos jogos poderia envolver 10 milhões de euros. Mas a polícia alemã alerta que isso pode ser apenas "a ponta de um iceberg".

A Uefa indicou que, se as suspeitas forem confirmadas, trata-se do maior escândalo de manipulação de resultados de jogos do esporte europeu. Nos últimos meses, tanto o presidente da Uefa, Michel Platini, como o da Fifa, Joseph Blatter, estão alertando sobre a corrupção no futebol.

No total, mais de 200 pessoas são suspeitas de fazer parte de um esquema de apostas e acerto de resultados de jogos para garantir lucros. A atuação de uma organização criminosa internacional envolve nove campeonatos nacionais, além da Liga dos Campeões e da Liga Europa (antiga Copa Uefa).

Em Bochum, na Alemanha, o Ministério Público que lida com o caso anunciou que times da Primeira Divisão da Áustria, Bósnia, Hungria, Eslovênia, Croácia e Turquia estão envolvidos. Na Bélgica, Suíça e Alemanha, as equipes envolvidas no escândalo são da Segunda Divisão.

Pelas investigações, quatro jogos da Segundona do Alemão tiveram seus resultados manipulados por pagamento de propinas. Mas o que mais preocupa a Uefa é que três partidas da Liga dos Campeões estariam sob suspeita, além de outros 12 da Liga Europa – esses dois torneios são os mais importantes do continente.

Ontem, 17 pessoas foram presas, sendo 15 na Alemanha e 2 na Suíça. Além disso, mais de 50 locais foram invadidos pela polícia em busca de provas – as ações incluíram também o Reino Unido. Os detidos estão sendo suspeitos de pagar propinas a jogadores, árbitro, técnicos e outros personagens do mundo do futebol. O objetivo era o de garantir um resultado que, nas bolsas de apostas na Europa e Ásia, levasse a um lucro importante para quem investiu seu dinheiro.

O porta-voz da Uefa, Peter Limacher, garantiu que a entidade sabia das investigações e que teria sido ela mesmo quem indicou para a polícia "padrões anormais" de apostas registradas em alguns jogos. "Estamos satisfeitos com os resultados da investigação. Ainda assim, o que está sendo revelado é chocante diante da extensão da manipulação orquestrada por gangues internacionais", disse ele.

A polícia alemã acredita que já prendeu o líder do grupo. O centro da corrupção estaria em Berlim. Outras 40 partidas estão sendo avaliadas.

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