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Três anos depois de dar a Copa de 2014 ao Brasil, a Fifa alerta que falta muito ainda ao País para organizar o próximo Mundial. A entidade deixou claro que, com o fim da Copa de 2010, passará a pressionar o Brasil para acelerar as obras para a realização da competição. Muitas das promessas sequer saíram ainda do papel para o desespero da entidade.

Nesta segunda-feira, questionado se existiam problemas do Brasil para a Copa, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, admitiu que sim. "Temos alguns problemas sim", disse. A lista do cartola na realidade, é longa e complexa. "Precisamos construir estádios, estradas, o sistema de telecomunicações, aeroportos e ver se há mesmo a capacidade suficiente em hotéis", disse o dirigente.

Em resumo, o recado da entidade é de que nada está em dia. Não há nem uma definição sobre onde ocorrerão os jogos de abertura e semifinais, como será a infraestrutura, quais aeroportos serão usados e nem sobre garantias financeiras. Um membro do Comitê Executivo da Fifa admitiu à Agência Estado que, se o Brasil não tivesse concorrido sozinho para sediar a Copa, não teria vencido a disputa diante da falta de planejamento.

Para a Copa de 2018 e 2022, há na Fifa quem tenha a sensação de que os candidatos estão mais preparados que o Brasil. Nos bastidores, o Brasil vem sendo considerado pela entidade como um país tão problemático ou até pior que a África do Sul para a realização da Copa. Antes do início do Mundial, o presidente da entidade, Joseph Blatter, chegou a apontar que "o Brasil não era um paraíso", em um sinal de insatisfação com a forma de lidar com a Copa pelos dirigentes e governos.

Em maio, Valcke já havia alertado que os trabalhos no Brasil estavam "impressionantemente atrasados". Sua avaliação é de que o atraso chegava a dois anos. Na quinta-feira, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantiu que essa não era mais a situação do Brasil e que as obras estavam já em andamento. Mas alertou para a situação preocupante dos aeroportos.

Na sexta-feira, foi a vez do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacar quem duvidasse do Brasil. Para ele, era "descabido" questionar se o Brasil estaria pronto para a Copa, garantindo que investimentos seriam feitos e que não faltaria aeroportos. Lula chegou a se irritar com o questionamento. "Se o Brasil não tiver condições, garanto que volto da África a nado", disse.

Valcke, que terá de tomar decisões sobre estádios e sobre o formato da competição no Brasil, admite que o trabalho não será pequeno. "Vamos trabalhar em todos esses assuntos", garantiu. A Fifa havia prometido que falaria de 2014 após o final da Copa de 2010. Mas, nesta segunda-feira, um dia após a final do Mundial, o sentimento ainda era de que não se deveria tratar do assunto diante do grande número de polêmicas. A Fifa estava decidida a não permitir que jornalistas brasileiros tomassem a conferência para falar de 2014. Vários jornalistas do País que pediram a palavra simplesmente não foram atendidos.

Blatter admitiu que fará uma visita até o final do ano ao Brasil antes do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a relação entre a Fifa, CBF e o governo não é das melhores. Lula desistiu de assistir a final da Copa, o que foi considerado como um ato de menosprezo à entidade que levará o Mundial ao Brasil em 2014.

Tradicionalmente, o presidente do próximo país sede é o convidado de honra da final da Copa. No último domingo, na sala vip do estádio, o lugar de Lula ficou vazio.

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