• Carregando...

Há alguma coisa no ar de Melbourne que desperta reações no mínimo estranhas em Lewis Hamilton. No ano passado, ele mentiu para os comissários do GP da Austrália e acabou recebendo punição da Fórmula 1. E nesta sexta-feira, provocou derrapagens com sua Mercedes, numa rua da cidade, e foi surpreendido pela polícia. Vai responder outra acusação: conduta perigosa.

O piloto inglês da McLaren usou no seu comunicado sobre o caso desta sexta-feira quase as mesmas palavras que utilizou no ano passado. "Peço desculpas pelo que fiz, me sinto envergonhado", disse Hamilton.

O mesmo Hamilton havia conquistado, horas antes de se comportar como um inconsequente, o melhor tempo nos treinos livres desta sexta-feira, com a marca de 1min25s801, seguido pelo seu companheiro na equipe McLaren, o também inglês Jenson Button, que fez 1min26s076.

Button, contudo, reconheceu um fator de desequilíbrio para a McLaren no treino. "Estávamos, sim, mais leves, mas precisamos preparar o carro para a classificação, o que não fizemos no Bahrein e comprometeu nossa corrida, por largar muito atrás", contou o inglês.

Pneus

Todos os pilotos vão para a corrida, neste domingo, sem ter as mesmas referências do comportamento do carro com os dois tipos de pneus disponibilizados pela Bridgestone, os macios e os duros. No Bahrein, foram os supermacios e os médios. "A chuva, na sessão livre da tarde desta sexta-feira prejudicou o nosso programa de testes", explicou o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari. Assim, eles não testaram os pneus macios.

Para justificar seu tempo no primeiro dia de treinos livres, quando foi apenas o 17º colocado - seu companheiro na Ferrari, o espanhol Fernando Alonso, terminou em 15º lugar -, Massa culpou a estratégia. "Entramos na pista na hora errada", disse o brasileiro.

Disputa árdua

"O bloco dos que vão lutar pelo nono lugar, na corrida de domingo, vai estar maior do que no Bahrein", revelou Rubens Barrichello, da Williams. "Estão nele nós, a Renault, que pode até ir melhor na corrida, a Force India e a Toro Rosso", enumerou o brasileiro. São, portanto, oito pilotos por duas colocações que ainda somam pontos, a nona e a décima.

"Em condições normais, sem chuva, os oito primeiros lugares ficam com os pilotos de Red Bull, Ferrari, McLaren e Mercedes", analisou Rubinho, o mais experiente piloto da Fórmula 1, que completará sua participação em 300 GPs na Bélgica, no dia 29 de agosto.

Combustível

"No Bahrein, as equipes trabalharam com uma margem de segurança maior quanto ao volume de gasolina no tanque, mas aqui a margem será crítica", avisou o diretor esportivo da Renault, Steve Nielsen. Todos estão atrás do melhor desempenho possível. "E esse traçado, junto com o de Montreal, Cingapura, Valência e Monza, são os de maior consumo."

O brasileiro Lucas Di Grassi, por exemplo, terá de aumentar o volume do tanque do seu carro. "Se nós impusermos um ritmo forte, teremos depois de administrá-lo", disse o piloto da novata Virgin. Mas outros estão na mesma condição.

Surpresa

O polonês Robert Kubica, da Renault, pode ser uma das boas surpresas do GP da Austrália. Nesta sexta-feira, ele foi o mais rápido no primeiro treino livre - tempo superado pelo inglês Lewis Hamilton, da McLaren, na segunda sessão.

Kubica comenta como está sendo preparar-se para disputar uma corrida sem o reabastecimento de combustível. "Diferentemente dos últimos anos, não nos preocupamos tanto em descobrir como montar a estratégia. Hoje ela é determinada apenas pela autonomia dos pneus", avisou o polonês. E, como os pneus são mais resistentes, todos os pilotos devem fazer um único pit stop na prova deste domingo.

Velocidade

É bom os pilotos estarem bem atentos. Na corrida australiana, a velocidade máximas nos boxes será de apenas 60km/h, em vez dos tradicionais 100km/h. A área é pequena, estreita, e são 24 carros, argumenta a direção de prova. Quem ultrapassar os 60km/h cumprirá uma punição de "drive trough", o que significa quase ficar de fora da possibilidade de marcar pontos, embora se espere, como é comum no circuito Albert Park, a entrada do safety car na corrida e, nesses casos, muitas mudanças ocorrerem no desenvolvimento da competição.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]