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Alonso comemora uma das cinco vitórias que o levaram à liderança do Mundial. Reação começou com a marmelada na Alemanha | Fred Dufour / AFP
Alonso comemora uma das cinco vitórias que o levaram à liderança do Mundial. Reação começou com a marmelada na Alemanha| Foto: Fred Dufour / AFP

Ele não tem o melhor carro da temporada. Porém, aliando talento a uma boa, ou grande, dose de sorte, Fernando Alonso assumiu a liderança do Mundial após a vitória na Coreia do Sul. O talento, reconhecido há muito tempo, já o levou a dois títulos mundiais. A sorte terá de estar mais uma vez ao seu lado para segurar as Red Bulls e McLarens em Interlagos, no domingo, e dar ao espanhol o tri com uma etapa de antecedência. Exatamente na mesma pista onde comemorou as conquistas de 2005 e 2006.

"É muito especial correr aqui. Tenho uma relação emotiva por ter conquistado dois títulos no Brasil. Quando desembarco em São Paulo, já recordo os bons momentos. Acho sempre bom voltar", diz o piloto, que curiosamente nunca venceu em Interlagos. O primeiro título foi assegurado com um terceiro lugar – mesmo faltando duas provas para o encerramento da temporada – e o bi com uma quarta posição, enquanto Felipe Massa ganhava a corrida.

Desta vez, no entanto, ele deixou claro não acreditar na possibilidade de sair do Brasil campeão. Conse­quência do respeito pelos carros da Red Bull. Os mesmos que na última prova eram superiores – como na maior parte da temporada–, mas abandonaram e deixaram o caminho livre para Alonso vencer e saltar para a ponta da classificação.

A reação dele no Mundial começou em um momento polêmico. Até o GP da Alemanha, a 11ª etapa, era o quinto colocado, 47 pontos atrás do líder Lewis Hamilton. Mas o chefe da Ferrari, Stefano Dome­nicali, avisava: "Qualquer um que não acredite que nós podemos vencer o campeonato deveria procurar outro emprego." De fato, em Hockenheim a escuderia voltou a ser competitiva. Massa liderava e o espanhol vinha em segundo. Até a famosa ordem para a troca de posições, lembrando Barrichello e Schumacher em 2002. Se no mundo da F-1 o jogo de equipe foi visto como natural – apesar de contra o regulamento –, no Brasil não pegou nada bem.

Outro episódio que manchou a imagem de Alonso por aqui, especialmente por também envolver um piloto brasileiro, foi a batida proposital de Nelsinho Piquet no GP de Cingapura em 2008. Uma armação do chefe Flavio Briatore para o então piloto número 1 da Renault aproveitar a entrada do safety car na pista, assumir a liderança e vencer a corrida. Até hoje o espanhol garante que não sabia de nada.

Não foi apenas com brasileiros que ele se envolveu em polêmicas. Em 2007 viveu uma temporada turbulenta ao lado de Hamilton na McLaren, se rebelando ao sentir que a equipe inglesa priorizava o companheiro, também inglês. Optou então por voltar à Renault, onde indiscutivelmente tinha a vaga de primeiro piloto.

Mas o time francês já não era o mesmo da época dos títulos de 2005 e 2006. A ponto de Alonso precisar de artimanhas como a batida de Nelsinho para vencer uma corrida. Veio então o convite da Ferrari para 2010.

Se no início da temporada a equipe italiana dizia não fazer distinção entre seus pilotos, no GP da Ale­manha ela ficou clara. E a cúpula ferrarista não deve ter se arrependido nenhum pouco. Afinal, Alonso conseguiu sete pontos a mais com a troca de posições. Se ela não tivesse ocorrido, a vantagem sobre o vice-líder Webber hoje seria de apenas quatro pontos. Ou seja, com uma simples vitória no Brasil o australiano poderia assumir a liderança antes da prova de encerramento do campeonato, em Abu Dabi.

Os brasileiros podem até ficar meio desconfiados com as passagens controvertidas na carreira de Alonso, mas na certa reconhecem o talento do bicampeão mundial. Fica a expectativa para saber qual será a reação do público se vier o tricampeonato. O piloto, pelo menos, não poupa elogios. "É um circuito tecnicamente interessante. A atmosfera e a cultura do automobilismo do país é especial."

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