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Henrique Gaede, candidato da oposição do Atlético, promete uma gestão transparente e com poder descentralizado. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Henrique Gaede, candidato da oposição do Atlético, promete uma gestão transparente e com poder descentralizado.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Henrique Gaede formou-se atleticano como torcedor de arquibancada. Paixão que agora quer transferir para os bastidores da Baixada, como presidente do Conselho Deliberativo pela chapa Atlético de Novo, de oposição. “Já ganhei muito do clube, alegria e satisfação, chegou a hora de retribuir”, diz o advogado curitibano.

Neste sábado (12), nas eleições do Atlético, o grupo de Gaede enfrenta a chapa CAPGigante, de situação. “O povo percebe que e hora de mudança no país e a torcida que é hora de mudança no Atlético. Não consigo entender como uma atividade sem benefícios financeiros uma pessoa queira se manter há tanto tempo”, comenta.

Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Gaede tratou do seu papel à frente do Deliberativo – João Alfredo Costa Filho é o concorrente ao Administrativo –, os projetos para os planos de sócio, futebol, o futuro da Baixada, relacionamento com a torcida e imprensa.

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Qual será o seu papel como presidente do Conselho Deliberativo?

O presidente do Conselho Deliberativo tem a sua função prevista em estatuto, órgão maior do clube, de representação politica e institucional, e serve para dar direcionamento para o Conselho Administrativo. Queremos conselheiros mais participativos. A ideia é desenvolver comissões temáticas para questões específicas. O João Alfredo [Costa Filho] tem pedido para ajudar em algumas atribuições que ele vai designar. Não pretendo influenciar de forma direta, mesmo porque teremos um colegiado. Mas sempre pronto para contribuir naquilo que for interessante, sem vaidade pessoal. Deve cuidar das coisas do clube, como cuidaria das suas próprias coisas, com honestidade e transparência. Já ganhei muito do clube, alegria e satisfação, chegou a hora de retribuir.

Estamos em campanha propositiva. Só respondemos quando somos atacados. Hoje tenho receio de ir ao estádio, por causa desse fanatismo político que se criou dentro do Atlético. A partir do dia 12, dia 14, vamos tentar virar essa página, construir um Atlético único, que não tenham pessoas que torçam para pessoas, mas sim para o clube

Henrique Gaede, candidato da Atlético de Novo ao Conselho Deliberativo

O João Alfredo terá autonomia na presidência do clube?

O João Alfredo foi muito bem recebido pelo nosso grupo. É simpático, competente, de caráter, reúne todos os requisitos para bem conduzir o grupo. É uma liderança natural, não quer impor ideias. E por certo saberá ouvir os demais colegas. A função de presidente é dele, ele que dará a palavra final na gestão. E se bem conheço o João, se valerá de todas as opiniões de quem quiser colaborar, vai produzir seu juízo, e decidir da melhor forma possível para o Atlético.

A situação afirma que o Sr., como vice-presidente da gestão de Marcos Malucelli, era favorável à escolha da empreiteira OAS para assumir a construção da Baixada para a Copa do Mundo. Qual foi a sua posição na oportunidade?

Tenho minha ética profissional. E emprego na minha vida pessoal. Não apoiei de forma alguma o projeto da OAS. Não apoiei, repito. Eu me abstive da votação, pois não tinha a convicção necessária naquele momento da votação, que ocorreu de forma precipitada, numa assembleia feita em afogadilho, com gritaria, tentando impor questões emocionais em um momento tão importante. E não aceitaria em hipótese alguma a autogestão, se não fosse apresentado orçamento efetivo. O Petraglia disse que não gastaria mais do que R$ 180 milhões e, se gastasse, tiraria do próprio bolso. É desse orçamento que não tinha convicção.

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Qual foi o seu trabalho na gestão do Marcos Malucelli?

Fui inserido no clube pelo Mario Celso Petraglia. Participei da chapa constituída por ele, com Diogo Braz, Yara Eisenbach, Marcos Malucelli, eu e o Ênio Fornea. Estávamos num grupo de pessoas de bem, responsáveis, com amor ao clube, e percebemos que a forma externa de determinação de algumas condutas não era condizente com o que pensávamos. Começamos o processo de afastamento da figura do Petraglia. Tenho respeito a ele. Mas não concordava com algumas das questões. Confiantes naquilo que pretendíamos para o clube, fomos nos afastando, e culminou com o Petraglia fazendo oposição fervorosa e desmedida. Foi designada a parte financeira para mim e voltada ao marketing. Nunca me envolvi no futebol do clube.

A formação de um conselho gestor não corre o risco de dificultar decisões urgentes do clube?

Esse conselho gestor não significa que a cada assunto relevante será reunida a totalidade dos membros. Existe um núcleo duro no conselho, capitaneado pelo João, que possibilita agilidade na tomada de decisão. Confunde-se quem pensa que será bagunça e gritaria na tomada de decisões. São pessoas focadas exclusivamente no benefício que podem trazer ao clube sem benefícios pessoais.

O Sr. acredita que o Dr. Sallim Emed terá autonomia na gestão do clube?

Eu gosto muito do Sallim, pessoa simpática, sensata, e está dizendo que, caso ganhe, vai agir com suas pernas. E isso se espera de um homem de caráter, que tem que ter suas convicções. Tenho dúvida que isso possa acontecer na prática, por conhecer o Mario. Ele mesmo já disse que quem acredita em mudança de pessoas são os donos de transportadores. Não acredito que ele vá mudar. Tem suas convicções e, na maioria das vezes, atropela assuntos do Atlético, sem consultar ninguém.

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O candidato de situação, Mario Celso Petraglia, diz que a oposição nunca fez nada pelo clube. O que o Sr. pensa sobre isso?

Isso é sinal de desespero, usar da velha politica de desconstrução, talvez proposta do marqueteiro do Doático [Santos]. E dizem que será diretor de futebol. O povo percebe que e hora de mudança no país e a torcida que é hora de mudança no Atlético. Não consigo entender como em uma atividade sem benefícios financeiros uma pessoa queira se manter há tanto tempo. Como dizer que Edilson Thiele, Ênio Fornéa, Guivan Bueno, Diogo Braz não fizeram nada pelo clube. É jogo de palavras com cunho meramente eleitoral. Sou atleticano por convicção. Amo o Atlético.

Quanto custa uma campanha eleitoral para o Atlético?

Custa caro. Os recursos pela chapa de situação são utilizados de forma desmedida. E usam a estrutura do clube. Estamos pedindo contribuição para todos os membros do Conselho Deliberativo, são dadas contribuições espontâneas. Não estamos nos comprometendo com nenhuma empresa para depois tentar tirar benefício do clube. É uma campanha próxima de ser franciscana. Estamos em campanha propositiva. Só respondemos quando somos atacados. Hoje tenho receio de ir ao estádio, por causa desse fanatismo político que se criou dentro do Atlético. A partir do dia 12, dia 14, vamos tentar virar essa página, construir um Atlético único, que não tenham pessoas que torçam para pessoas, mas sim para o clube.

Como o Sr. pretende tratar da questão do acordo tripartite com o governo do Paraná e da prefeitura de Curitiba?

Essa interlocução está desgastada. O Petraglia afasta as pessoas dessa conciliação. Isso que vamos propor, vamos convidar o Ênio Fornéa, que tem habilidade, conhecimento, tem relacionamento bom com poder público e a sociedade organizada. Vamos pagar as dívidas da melhor forma possível.

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A Arena da Baixada precisa de melhorias?

A dívida contraída seria para arrumar a Arena completa. De fato, faltam muitas coisas. Temos dificuldades numa série de aspectos. Para acolher lojas, restaurantes. Faltam estruturas básicas, que deveriam ter sido concluídas no projeto. Teremos muito trabalho pela frente. Vamos fazer da melhor forma possível. Não falo em troca de cadeiras, seria um absurdo. Tão absurdo quanto colocar cadeiras cinzas. O colorido que precisamos dar será de outra forma, não trocando cadeiras, mas colocando cores, chamando parceiros, arquitetos, que possam ajudar a tornar aquilo ambiente mais atleticano. O torcedor tem de ir de camisa, colorir a Arena com o espírito dos torcedores atleticanos, colocar alma naquele estádio triste e sombrio.

O Sr. tem plano para a venda do naming right?

A questão do naming right precisa ser revista. Os valores têm de ser compatíveis com retornos que o investidor terá nesses processos. Sou advogado da área empresarial, milito há mais de 30 anos. Conheço várias empresas de grande porte interessadas em abrir o canal de comunicação com o Atlético.

O Sr. aceitaria uma Arena Atletiba?

Em hipótese alguma. O Coritiba tem seus meios de construir seu estádio e abrigar sua torcida. O futebol tem que se valer de negócios, mas não pode ser a prioridade. A prioridade do futebol é o futebol. A rivalidade é o sentimento do torcedor. Eles têm o estádio deles e nós temos o nosso.

Como será o seu relacionamento com as torcidas organizadas?

As torcidas querem isso, as organizadas querem aproximação e relacionamento. Acredito na Os Fanáticos, eles têm 38 anos, são pessoa que torcem pelo clube e vão saber o momento certo dessa composição acontecer. O clube sempre terá respeito, mas independência sobre a organizada.

O plano de sócios da sua chapa é viável?

Plano estudado há tempos, atendendo às expectativas do torcedor atleticano. Temos um plano, Amigos do Atlético, onde o associado que não tem direito político, paga mensalidade de R$ 25 para comprar ingresso com descontos. O plano vem junto com a redução do ingresso avulso para R$ 100, R$ 50 e R$ 70. Essa composição, de plano e ingresso avulsos, vai provocar aumento sensível nas receitas. Existe viabilidade técnica, pessoas da área de engenharia que ajudaram na setorização, nós vamos colocar no papel e submeter isso aos bombeiros.

Quais os planos para utilizar a Baixada como espaço multiuso?

A prioridade da Arena é futebol, mas óbvio que temos que utilizá-la como fonte de outras receitas. A ideia do João Alfredo é que o Atlético seja um intermediário de um empresário do show, cobrando aluguel, diminuindo o risco de prejuízo. Quando você aluga um espaço, se for entregue de forma não condizente como foi pego no inicio, claro que o locador tem de repor os prejuízos que causar.

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Como foi a costura para receber o apoio de Nadim Andraus e Paulo Rink, que seriam candidatos de outras chapas?

A costura foi contendo as ansiedades. Todo mundo cobrava união da oposição, mas sempre falamos que não queríamos união de pessoas, mas sim de propostas. Não houve composição extravagante para isso. O Rink entendeu o momento político que estava vivendo, é inteligente e soube que apoiar seria melhor forma de prestigiar. O Nadim da mesma forma. Ninguém vai se beneficiar do Atlético, ninguém vai fornecer benefícios, produtos, se não for de interesse do clube, nas condições usuais de mercado.

O Sr. promete títulos?

Em época eleitoral, seria bacana chegar e fala que seremos campeões do mundo, falar de grandes reforços. A responsabilidade de gestão não nos permite isso. Vamos fazer levantamento de todos os contratos de atletas.

Como será a relação com a imprensa?

A relação será completamente diferente da atual. Transparência não porque somos bonzinhos. A imprensa precisa, o torcedor precisa, o investidor quer saber notícias e a exposição de sua marca. Sou aluno de escola pública, lutei contra a ditatura, e seria contrassenso da minha parte negar acesso da imprensa.

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Qual a sua mensagem para os sócios do Atlético?

Meu filho de 12 anos disse que preciso pedir voto. Estou aqui para pedir. Temos percebido nessa caminhada apoio maciço da torcida para um tempo de mudança. A torcida é importante, mas na eleição o associado é importante e nos dará o aval para a gestão de quatro anos. Peço voto, que comparem proposta. Vote 49, Atlético de Novo.

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