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Mario Celso Petraglia diz que o grupo de oposição é formado por um grupo de aventureiros unidos pelo ódio a ele, Petraglia.. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Mario Celso Petraglia diz que o grupo de oposição é formado por um grupo de aventureiros unidos pelo ódio a ele, Petraglia..| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Já são quase 20 anos no comando do Atlético, com exceção do período de 2009 a 2011. Para Mario Celso Petraglia, entretanto, falta uma missão: reposicionar o clube no cenário nacional. Tarefa que o cartola pretende cumprir como presidente do Conselho Deliberativo da chapa de situação CAPGigante, que tem o médico Luiz Sallim Emed como concorrente ao Administrativo.

Neste sábado (12), nas eleições do Furacão, o grupo de Petraglia enfrenta a chapa Atlético de Novo, de oposição. “São aventureiros, se reuniram nesse grupo do ódio contra o Petraglia”, declarou o presidente do Rubro-Negro.

A última entrevista exclusiva de Petraglia à Gazeta do Povo havia sido há quatro anos, também antes das eleições no clube. Além dos projetos para o futuro, o dirigente trata de plano de sócios, torcidas organizadas, o acordo tripartite para a Copa do Mundo, grama sintética, shows na Arena e outros assuntos.

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O Sr. não pretendia seguir no Atlético. Por que mudou de ideia?

Realmente, só voltei por um compromisso meu com o meu clube. Sou sócio do Atlético desde a década de 60. Tenho mais uma missão para completar o projeto. O Atlético precisa se reposicionar, de forma alta, gigante, também no cenário nacional. O grupo que me acompanha é de gente séria. Tenho certeza de que não seremos traídos. O Dr. Sallim está conosco há quatro anos. Quando vi que o outro lado, que não tem nenhuma credibilidade, se juntou contra o Mario Petraglia. Eles não têm propostas, experiência, conhecimento de nada. O plano de sócio torcedor é ridículo, eles não conhecem a logística do estádio. Jamais o Corpo de Bombeiros vai aprovar a divisão.

Sallim ficará responsável pelo Clube Atlético Paranaense, que tem um único objetivo, bola. Futebol. Ele se dedicará, e sua equipe, para fazer futebol campeão. Brinco com o Sallim que, do meu banquinho, cadeira, vou gritar “queremos time”

Mario Celso Petraglia, candidato da CAPGigante ao Conselho Deliberativo

O Sallim disse que ele comandará o Atlético e o Sr. ficará com a CAP S/A, certo?

É a divisão de tarefas que acordei em 2008 e não cumpriram. Sallim ficará responsável pelo Clube Atlético Paranaense, que tem um único objetivo, bola. Futebol. Ele se dedicará, e sua equipe, para fazer futebol campeão. Brinco com o Sallim que, do meu banquinho, cadeira, vou gritar “queremos time”. Assumirei o Deliberativo, com as funções que o estatuto me delega. E a presidência da CAP S/A, que tem compromisso de pagar o saldo da dívida do estádio. E a venda de todas as propriedades. O naming rights, lojas, alugueis, camarotes.

Como está a questão do acordo tripartite com o a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná?

Estamos quase acertados, dependemos de dois ou três decretos novos. Vamos renegociar o saldo para mais dez anos de prazo com dois de carência. Teremos tempo de o Brasil se recuperar, vender propriedades, e pagar as prestações. Que será no valor de um técnico médio no Brasil.

Por que o governador Beto Richa afirma que não haverá o aumento para o orçamento de R$ 346 milhões?

Eu não me baseio, os nossos advogados, em disse e não disse. O estado, o poder público, se manifesta por escrito. Temos a manifestação tácita e material, e oficial, apresentei o ofício que a Casa Civil mandou para a prefeitura. O estado entende que o custo foi de R$ 346 milhões. Uma coisa que fique clara, o estado jamais passou um tostão para o estádio. O estado se dispôs a repassar um terço do que custaria para outras obras da prefeitura, que foram incluídas no PAC da Copa. A prefeitura recebe, em caixa, destina o pagamento de outras obras e emite um título chamado potencial construtivo. Entrega para o Atlético, que vende esses títulos, ou paga conta com esses títulos. E falta um pedaço para ser acordado.

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Quais as melhorias que a Arena ainda precisa?

A Fifa saiu depois da Copa e deixou problemas sérios. Fazem instalações complementares, provisórias, tivemos de recomeçar. O boulevard gastronômico, as lojas internas, a Anvisa exige mundos e fundos. Não pode mais vender e fritar pão com bife em cima de um tonel. Estamos dentro dessas exigências. Iremos até o final de 2016 para deixar a casa com nossa cara. Concluímos o teto retrátil, tivemos problema com a empresa, mas felizmente somos o 6º estádio com teto retrátil do mundo. Estamos trabalhando e as dívidas com fornecedoras estão no fim. Logo teremos todas as certidões negativas em cartórios. Algumas estão sub judice, negociando valores que não concordamos.

Como funcionará o aluguel para lojistas?

Queremos, como já tínhamos no estádio anterior, uma ótima alimentação. Agora teremos mais vantagem, faremos a preço de custo. Não cobraremos aluguel, água, luz, espaço. Mas o lojista terá de fazer preço dos produtos a custo, para que nosso torcedor não seja explorado.

Uma das propostas é a possibilidade de o sócio disponibilizar o assento quando não for ao jogo e lucrar com isso. Desistência que pode gerar ainda ingressos baratos na bilheteria. Como funcionará?

Temos 24 mil sócios e presença média de 13 mil. Potencial grande de sócios que queiram disponibilizar a cadeira. A história do Sallim, que afirmou que teremos ingressos mais baratos, serão os que o clube disponibilizará do sócio-torcedor que não for ao jogo. Acertaremos, de comum acordo com os sócios, qual será o valor desse ingresso. Eu gostaria que fosse o valor mais baixo possível, para que dê a oportunidade dos menos favorecidos irem ao jogo. Desse valor, não participaremos em um tostão. Será creditado ao sócio que avisar. Nosso smart card [cartão do sócio] é pré-pago. Carregaremos esse crédito se for vendido o ingresso da cadeira.

A troca do gramado natural pelo sintético não deveria ter sido mais debatida?

Primeiro não vejo que seja caso polêmico. Acabamos de voltar de Colônia, na Alemanha, onde a Fifa homologou oito empresas internacionais para serem fornecedoras da 4ª geração dessa grama, melhor do que a natural. Não há mais lesão. Negociamos com a Fifa para a Copa do Mundo, queríamos implementar a grama sintética. A Fifa não permitiu, pois os outros seriam de grama natural. Optamos por fazer um teatro para multishows. Precisamos de receita para fazer futebol. Só sócios, tevê, aquilo que o Atlético tem pouco, não será suficiente.

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Uma das vantagens do time que possui estádio com grama sintética é treinar no piso. O CT do Caju não

pode ficar pouco utilizado?

Temos aquele equipamento que a Fifa nos obrigou a comprar [de iluminação artificial para o gramado]. Custou um milhão de euros, vamos disponibilizar para vendê-lo. Esse dinheiro bancará dois campos, o da Arena e o que faremos no CT. Porque essa pressa de fazermos agora? São dois meses de calendário que temos. Jamais será subutilizado. Temos equipes sub-15, 17, 18, 23, o principal também. Vamos treinar na grama natural, pois vamos jogar na grama fora.

Por que a Arena ainda não vingou para receber shows e o que ocorreu com a parceria com a G3 United?

As parcerias para esse atividade no Brasil são difíceis. Trouxemos a melhor do mundo como parceira, americana [AEG], que administra cento e tantos estádios, equipamentos, arenas, e infelizmente não foram bem-sucedidos no Brasil. O Atlético não pretende alugar a casa, que venham, aluguem, paguem uma miséria e estraguem. Damos o circo, eles trazem o artista. Já temos estrutura para operar 40 grandes eventos por ano, que são as partidas, dez vezes mais difíceis para operar. Queremos a segurança de um valor pelos custos e um ‘rachide’ no que der de lucro

O show do Rod Stewart foi vantajoso como experiência e financeiramente?

Deviam perguntar para o seu Willian, que trouxe o show. Eles disseram que foi a melhor operação que participaram. Não tivemos lotação completa, esperávamos entre 80% a 90%. Tivemos cerca de 60%, mas tivemos todas as despesas pagas, até a recuperação da grama, e sobrou um troco. Deu resultado de cento e poucos mil dólares de caixa.

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O Sr. voltou a ser ativo nas redes sociais (Twitter e Facebook). Como encara o uso dessas ferramentas?

Tem pessoas que acham que devo participar, que não, que não posso me calar, pois te xingam e tal. Vou pelo meu coração. O que nos deixa triste são críticas, ofensas principalmente. A pessoa me mandar uma voz de um telefone fictício, xingando, não aceito. Desafio quem quer que seja, que levante minha vida e acuse, e prove de algum ilícito. Como não tenho sangue de barata, meus antepassados eram da Calábria, sangue sobe, passo da bola, xingo também.

O que o incomodou na postura do candidato Henrique Gaede, fotografado de camisa do Atlético e bebendo cerveja?

Nada me incomodou. Ele sabia que o jogo era de portões fechados. Queria saber o que ele foi fazer lá. Todos sabiam que o Sport tinha sido penalizado. E ele foi para que? Ficar no mesmo hotel, perto da delegação. Qual foi o objetivo? Dizer que é torcedor, que acompanha, veste a camisa. Minha camisa está por dentro, não por fora, meu coração é rubro-negro. São 20 anos de dedicação ao clube. Quanto custa uma hora de Petraglia? Trabalho de graça pelo clube.

O contrato do Atlético com as ambulâncias do João Alfredo Costa Filho, candidato da oposição, foi fechado na sua gestão. Por que passou?

Foi um contrato sem muita pretensão, não diria de favor, mas um contrato de pequenos valores. Mas havia uma empresa que nos atendia. E ela voltou e disse que faria por preço menor. Não conhecia esse senhor, a sua vida. Não era do meu relacionamento, conheci agora, nunca tinha visto mais gordo ou magro nas reuniões do Conselho Deliberativo. Ele se aproximou, quis ajudar, aí veio o concorrente. Ele cobrava R$ 815 por ambulância e a outra ofereceu a R$ 500. Chamamos os responsáveis, pela empresa dele, sua esposa, e ela disse que não baixaria. E contratamos o mais barato. Falem o que quiserem, não tem benefício para ninguém. O único beneficiado é o Atlético.

Como será o relacionamento com as torcidas organizadas?

Torcida organizada é um assunto que não domino. Quando chegamos em 1995, os Fanáticos estavam construindo uma sede dentro da Baixada. Compramos aquela sede para eles e demos a condição de nos devolverem em prestações. Procurem saber quem pagou. Temos convivido, às vezes melhor, às vezes pior. Na questão política nos reaproximamos.

O Sr. ainda é favorável à Arena Atletiba?

Perdemos um momento histórico de fazer arena única para os três clubes. Mas não foi possível. A cultura da vaidade foi contra, a paixão não permitiu. E passou. Hoje o estádio é nosso. Não tem condições em pensar e voltar a ser um estádio comum para os dois.

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O Dr. Sallim pretende ampliar o relacionamento com a imprensa. O Sr. é favorável?

Claro que tenho de ser favorável. Ele tem perfil de homem de sua formação, médico humanista, homem de conflitos de corpo e alma. Vai administrar isso, assim como administrei da minha forma, certa ou errada. Não domino 100% das minhas emoções. Ele felizmente parecer ser um humano competente, bem-intencionado, atleticano, experiente, que tem esse lado melhor do que o meu. Com certeza ficarão infinitamente mais felizes com o relacionamento clube e imprensa do que na minha época.

Qual a sua preocupação em caso de vitória da oposição?

Absolutamente levo em consideração essa alternativa. Não existe em sã consciência que o mal vença o bem. São inconsequentes, irresponsáveis, despreparados, não têm credibilidade, não terão respeito do resto do Brasil pelo que o clube representa. Somos modelo de gestão. Nosso eleitor sabe. O que eles têm para dar? Aventureiros, se reuniram nesse grupo do ódio contra o Petraglia.

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Qual a sua mensagem para o eleitor indeciso?

Estamos na obrigação de alertar, informar nossos eleitores que, lamentavelmente, nós não temos o apoio e nem a neutralidade dos meios de comunicação. Gostaria de deixar minha preocupação de que pessoas sem nenhuma condição, sem credibilidade, se proponham, tenham coragem de reconduzir os destinos desse clube, um dos maiores do Brasil e das Américas. Eleitor. Torcedor atleticano. Vote em quem sabe. Vote no CAPGigante, 11. Para continuarmos a transformar e a crescer, para o orgulho cada vez maior de todos nos. CAPGigante, cada vez mais forte.

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