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Destaque atleticano no Brasileiro, o meia Nikão é o melhor exemplo da surpreendente campanha do Furacão na competição. Desacreditado, sem perspectivas, assim como o clube após o Estadual, o jogador agora brilha.

Após ser afastado do grupo principal por estar acima do peso e ficar de fora da preparação atleticana do início do ano, realizada na Espanha, o camisa 11 voltou a ganhar espaço no elenco com a chegada do treinador Milton Mendes e com a saída do meia Marcos Guilherme para a disputa do mundial sub-20. O acaso foi o estopim para a 15.ª chance na carreira, com apenas 22 anos.

Revelado no Atlético-MG, o jogador já passou por 14 clubes, entre base e profissional, e tem em seu histórico boas atuações, além de problemas extracampo.

INFOGRÁFICO: confira o currículo de Nikão

Com três anos de contrato com o Atlético, o meia vem sendo escalado em nova função, no lado esquerdo do campo, e passa por uma sequência de três jogos marcando gols, fato que só havia conseguido no Campeonato Baiano de 2011, quando balançou as redes em cinco partidas consecutivas atuando pelo Vitória, raro rompante na carreira.

“É sempre bom estar voltando à fase boa. Cheguei aqui e me machuquei no começo. Fomos bastante apedrejados, mas, agora, estamos dando a volta por cima”, afirmou, em entrevista ao canal SporTV na tarde desta segunda-feira (8), justificando o mau começo no Furacão.

A vida do atleticano explica muito dos percalços. Órfão dos pais, Nikão foi criado pela avó em condições precárias e quase se envolveu com o tráfico de drogas, caminho que vitimou um de seus irmãos, antes de ser descoberto por seu ‘pai adotivo’, Wanilton César Silva, o Cesinha, em um treino do clube Casimiro de Abreu, de sua terra natal, Montes Claros-MG.

Com 11 anos, o mineiro demonstrava potencial na base do Mirassol-SP e foi para a Rússia, onde ganhou o apelido de ‘Maradona Negro’. “Os moleques de lá eram todos brancos, só tinha eu de pretinho. Eu, pretinho e canhoto, e os caras, todos branquelos. Daí surgiu o apelido”, explicou, em entrevista concedida nos tempos de Vitória.

Após passagens frustradas por PSV, da Holanda, e Príncipe, da Arábia Saudita, além do clube russo, graças a problemas com sua documentação, Nikão voltou ao Brasil e jogou pelo Palmeiras antes de ganhar destaque no Santos, na campanha que levou o Peixe ao vice-campeonato da Copa São Paulo de 2009.

Seu primeiro bom momento na carreira lhe rendeu a contratação pelo Atlético-MG, mas resultou também em uma grande frustração.

Sem jogar pelo clube mineiro, o meia passou a peregrinar: foi seguidamente emprestado para diversas equipes nos últimos cinco anos (ver gráfico). Para Cesinha, fato que quase encerrou a vida profissional do filho. “Ele perdeu o foco por algum tempo. Queria largar tudo. Envolveu-se com bebidas e mulheres”.

Chegou a jogar a Série A pela Ponte Preta, em 2012, mas viveu sua melhor fase no ano passado, no Ceará, quando fez 28 partidas na Série B. Porém, sua passagem terminou em dispensa, sob a alegação de indisciplina, faltando quatro rodadas para o término da competição.

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