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O Atlético vive um impasse em relação à instalação do teto retrátil na Arena da Baixada. A estrutura, inédita em estádios da América Latina, era tida como o grande diferencial da casa atleticana para a Copa do Mundo, mas atrasos nas obras acabaram fazendo com que a Fifa obrigasse o clube a excluir o projeto da cobertura do Mundial.

Agora, a promessa da diretoria rubro-negra é a entrega da tampa do caldeirão até o fim do ano, mas uma série de problemas com a fornecedora do material deixa incerto o futuro da instalação.

Caso a conclusão do teto se concretize, o Atlético terá uma grande oportunidade de diversificar o lucro com o estádio, além do futebol. Como Curitiba carece de grandes espaços fechados para eventos, a Baixada pode despontar como o principal local de realização de shows na cidade. A tarefa em captar os eventos caberá à G3, empresa operadora oficial do Atlético para patrocínios e ativações do Complexo Multi-Eventos CAP.

A Veltins-Arena, de propriedade do clube alemão Schalke 04, é um exemplo de como lucrar com apresentações artísticas. Desde a abertura, em 2001, a arena, na cidade de Gelsernkirchen, tem, em média, de 25 a 30 grandes eventos internacionais por ano. No total, mais de 20 milhões de pessoas já passaram pelo estádio.

O clube alemão criou uma empresa para gerenciar a utilização da arena, incluindo até mesmo cozinhas, que atendem às necessidades de todo o estádio. A boa gestão por parte do Schalke 04 facilitou para fechar o contrato de naming rights – a última renovação com a Veltins, em março deste ano, renderá ao clube 5,5 milhões de euros (R$ 16,7 milhões) nas próximas quatro temporadas.

A Gazeta do Povo lembra outros estádios, além da arena do Schalke 04, com teto retrátil pelo mundo, para a torcida do Atlético ter ideia de como será acompanhar as partidas na Arena:

Estádio Pierre-Mauroy – Villeneuve d' Ascq, França

O estádio Pierre-Mauroy foi inaugurado em 2012, e é utilizado pelo Lille, da primeira divisão francesa. Localizada em Villeneuve d’Ascq, cidade próxima a Lille, a obra tem uma particularidade: o teto retrátil, concebido em uma única peça, foi instalado em apenas um dia.

Com capacidade para 50 mil torcedores, o estádio utiliza painéis solares e dois geradores eólicos para garantir o fornecimento de eletricidade sem impacto ambiental. Há cinco configurações diferentes, conforme a utilização desejada: jogos de futebol ou rúgbi, concertos a céu aberto ou fechado, e eventos esportivos fechados.

O calendário de shows já tem datas agendadas até outubro de 2015, mostrando como um bom planejamento pode potencializar os lucros do local.

Toyota Stadium – Toyota, Japão

O Toyota Stadium, com capacidade para 45 mil torcedores, foi construído em 2001 e foi utilizado algumas vezes no Mundial de Clubes. O estádio tem como principal inquilino o Nagoya Grampus, um dos principais clubes da J-League. O Toyota Stadium foi projetado para o futebol, pensando nas particularidades do esporte, ao contrário de outras arenas multi-uso.

A estrutura do teto retrátil é única: abre e fecha como uma sanfona. A localização do estádio, no entanto, é tida como um problema. Os torcedores do Grampus não gostam da ideia de viajar quase 25 km até Toyota, fazendo com que o clube mande metade de suas partidas em Nagoya.

Commerzbank-Arena – Frankfurt, Alemanha

O tradicional estádio do Eintracht Frankfurt, com capacidade de 51,5 mil torcedores, é o mais antigo desta lista, tendo sido inaugurado em 1925. Várias remodelações aconteceram nos quase 90 anos de sua história, sendo a mais recente em 2005, para a disputa da Copa das Confederações do mesmo ano e da Copa do Mundo de 2006.

O teto retrátil alemão também tem um projeto inovador. Suspensa a 25 metros de altura, a estrutura é uma membrana de teflon sustentada por cabos de aço, e não se recolhe para fora, mas sim para o centro do gramado, dentro de um cubo onde há telas de vídeo, como nos ginásios da NBA.

Amsterdam Arena – Amsterdã, Holanda

Considerado um estádio revolucionário, a Amsterdam Arena foi um dos primeiros estádios cobertos de grande porte no planeta e inspirou a diretoria do Atlético no projeto da primeira Arena da Baixada. Inaugurado em agosto de 1996, a casa do tradicional Ajax tem capacidade para 53 mil torcedores em partidas de futebol, número ampliado para 68 mil pessoas em shows.

Nos primeiros anos, o teto retrátil, combinado com o gramado natural, causou vários problemas aos holandeses, que chegaram a trocar o piso quatro vezes em uma única temporada, pois a sombra da cobertura não permitia o crescimento da grama – problema semelhante ao vivido pela própria Baixada.

Esprit Arena – Dusseldorf, Alemanha

O estádio de Dusseldorf foi construído entre 2002 e 2004, e ampliado em 2010. Casa do Fortuna Dusseldorf, atualmente na segunda divisão da Alemanha, a Esprit Arena comporta até 54,6 mil torcedores de forma confortável. A construção conta com um sistema de aquecimento, facilitando a captação de eventos mesmo em meio ao rigoroso inverno alemão.

É o estádio com maior semelhança à Arena da Baixada, com ângulos retos. Entre os eventos recebidos, além do futebol, se destacam o Eurovision de 2011 e a Corrida dos Campeões de 2010, na qual a pista foi construída nos limites do gramado e contou com Michael Schumacher e Sebastian Vettel entre os participantes.

Arena Nacional de Bucareste – Bucareste, Romênia

A Arena Nacional de Bucareste foi construída para substituir o tradicional Estádio Nacional da Romênia. A obra, inaugurada em 2011, comporta 55,6 mil torcedores, tendo recebido a decisão da Liga Europa de 2011-12.

O teto retrátil segue o mesmo padrão do estádio de Frankfurt, com um grande cubo com quatro telões centralizado e abrigando a estrutura de cabos de aço e membranas.

Entre os shows recebidos no estádio da capital romena, destacam-se Red Hot Chili Peppers e Depeche Mode.

Estádio Nacional de Varsóvia – Varsóvia, Polônia

O Estádio Nacional de Varsóvia foi inaugurado na Eurocopa de 2012, sendo o principal da Polônia. Utilizado pela seleção local, a capacidade é de 58,1 mil torcedores.

O teto retrátil, elaborado com cabos de aço e uma membrana de PVC, também é recolhido para o centro do gramado, em uma estrutura que também sustenta os telões. O estádio tem como outros atrativos a iluminação da fachada e campo aquecido.

Desde que foi inaugurado, o Estádio Nacional de Varsóvia já recebeu apresentações de Madonna, Paul McCartney e Roger Waters.

Veltins-Arena – Gelsenkirchen, Alemanha

O estádio do Schalke 04, um dos mais tradicionais clubes da Alemanha, foi inaugurado em 2001. A arena, com capacidade de 61,5 mil torcedores, tem um teto retrátil com estrutura em teflon e fibra de vidro, que pode ser aberta total ou parcialmente, dependendo do clima e do evento.

Para melhorar o isolamento acústico, uma segunda camada foi adicionada ao teto, fazendo com que os shows não incomodem a vizinhança.

Outra atração é o gramado retrátil. Uma estrutura móvel faz com que o campo ser recolhido em quatro horas, preservando o piso em shows, além de permitir que a grama receba sol sem sofrer com a sombra da cobertura.

Millennium Stadium – Cardiff, País de Gales

O Millennium não é um estádio que tem o futebol como principal alvo – a seleção de rúgbi do País de Gales é seu principal inquilino. No entanto, a seleção nacional galesa de futebol joga todas as suas partidas no estádio, que tem capacidade para 74,5 mil torcedores – é o segundo maior estádio com teto retrátil do mundo, atrás apenas do Cowboys Stadium, equipe de futebol americano, em Dallas.

Inaugurado em junho de 1999, o Millennium foi sede de todas as decisões de competições da Inglaterra enquanto Wembley era remodelado. Também recebeu partidas da disputa de futebol na Olimpíada de 2012. Até mesmo uma etapa do Mundial de Rali aconteceu dentro do estádio, mostrando a capacidade de receber eventos com perfis completamente distintos.

Kobe Wing Stadium – Kobe, Japão

Com capacidade para 30,1 mil torcedores, o estádio é casa do Vissel Kobe, equipe da J-League, a liga de futebol japonesa. A arena foi inaugurada em 2001, tomando o lugar do modesto Kobe Central Stadium, que ocupava o mesmo lugar.

Foi o primeiro estádio com teto retrátil a ser usado em uma Copa. No Mundial de 2002, o local foi palco de três partidas - uma delas a vitória por 2 a 0 do Brasil sobre a Bélgica nas oitavas de final. O Pontiac Silverdome, da Copa de 1994, foi o primeiro estádio coberto a ser usado em Mundiais, mas tinha cobertura fixa.

A obra é um dos orgulhos da população da cidade, que foi devastada por um terremoto em 1995. Entre os eventos abrigados pelo estádio estão shows e casamentos, além, é claro, de partidas de futebol.

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