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Alceu do Rosário com a camisa dada pelo goleiro Weverton, que o salvou de insultos da torcida do Atlético | Reprodução Facebook
Alceu do Rosário com a camisa dada pelo goleiro Weverton, que o salvou de insultos da torcida do Atlético| Foto: Reprodução Facebook

O goleiro Weverton impediu que ameaças de torcedores do Atlético a um idoso virassem algo pior na Arena da Baixada domingo (12). Enquanto os goleiros rubro-negros se aqueciam antes da vitória sobre o Figueirense, o aposentado Alceu do Rosário, 72 anos, que também é torcedor rubro-negro, foi hostilizado pela torcida por estar vestido com uma camiseta verde - mesma cor do rival Coritiba.

"Para mim foi uma surpresa [a reação da torcida]. Nunca havia acontecido antes. Há anos eu vejo os jogos na Baixada", afirma seu Alceu, que mora em Paranaguá, mas vem sempre a Curitiba assistir aos jogos do Furacão. "O Weverton foi fora de série. Não existe palavra que resuma a atitude dele. Eu era fã dele, hoje o vejo com carinho de um grande amigo. O gesto dele ficará gravado para o resto da minha vida", agradece o aposentado.

Antes do jogo, a confusão chamou a atenção de Weverton. Para evitar o pior, o goleiro deu a camiseta de treino para que o senhor vestisse e parasse de ser hostilizado. "Ele poderia ter ignorado o que estava acontecendo, mas resolveu tomar uma atitude. Ele foi lá e fez", afirma o filho do aposentado, Alceu do Rosário Júnior.

Nas redes sociais, o ato de Weverton repercutiu bastante. Especialmente após o próprio goleiro, em seu perfil no Facebook, divulgar a mensagem do filho de seu Alceu, agradecendo pela sensibilidade. "Parabéns e obrigado, em meu nome, em nome do meu pai, em nome da minha irmã, em nome de minha família, e em nome de todas as famílias que tiveram ou tem alguém que vá ao estádio desligado vestido com as cores do principal adversário", postou Alceu Júnior na conta do goleiro.

O filho explica que seu Alceu veio de Paranaguá para passar o fim de semana na capital por razões médicas. No domingo, dia livre na cidade, decidiu ir ao jogo. A camiseta verde teria sido colocada na mala pela filha Maristela, que alertou o pai sobre o risco de ir com ela ao jogo. "Coloquei também uma camisa bordô na mala, pedi para ele vestir, mas ele achou que não iria acontecer nada", afirma a filha.

Se por um lado o pai foi hostilizado, por outro, lembra Alceu Júnior, muitos torcedores tentaram protegê-lo dos insultos. "O pessoal próximo disse para ele mostrar a carteirinha de sócio, para provar que era atleticano", lembra.

O sentimento na família é misto: apesar da revolta pelo acontecido, a repercussão deve ser positiva, não alimentando mais rivalidades. "Queremos uma convivência de bem. Queremos que a atitude do Weverton seja vista como um exemplo. Um momento de tolerância", afirma Alceu Júnior

Já seu Alceu resume em uma frase o sentimento que o move após o episódio: "Uma pessoa de verde pode ser mais atleticano do que qualquer outra pessoa".

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