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Torcedor do Coritiba em jogo no Ecoestádio. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Torcedor do Coritiba em jogo no Ecoestádio.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O caixa de bilheteria no Estadual revela um cenário de disparidade entre os clubes e a Federação Paranaense de Futebol (FPF). Enquanto a entidade fatura alto com o público, mesmo pequeno, nos estádios, os times participantes acumulam ganhos modestos e, em alguns casos, prejuízos.

Durante a primeira fase do Paranaense, a FPF pôs no bolso R$ 489.432. Montante oriundo da soma de 10% sobre todas as rendas brutas das 66 partidas disputadas no período classificatório – espécie de ‘imposto do torcedor’. No último final de semana, começaram os confrontos eliminatórios, de quartas de final.

O contraste com as equipes é gigantesco. A soma da renda líquida dos 12 clubes integrantes da elite alcança somente R$ 72.156, considerando também os 66 duelos. É quanto o campeonato ofereceu, efetivamente, de lucro para os clubes – número que é 6,7 vezes menor do que a casa da bola amealhou.

O dividendo irrisório dos clubes é puxado pelo prejuízo verificado pelo Coritiba. O Coxa atuou seis vezes no Couto Pereira e “pagou para jogar” em cinco oportunidades. A bilheteria registrou lucro somente na vitória por 3 a 0 no clássico com o Paraná: R$ R$ 69.266. No total, o Alviverde encarou prejuízo de R$ 461.534.

O rival Atlético teve histórico semelhante. Fez cinco embates como mandante e gastou mais do que arrecadou em quatro. O caixa do Atletiba (derrota por 2 a 0), entretanto, “salvou” o Furacão, com R$ R$ 251.183 de lucro. E, ao final das contas, o Rubro-Negro faturou na primeira fase R$ 47.727.

“Quando as federações são fortes, os clubes são fracos. Essa é a realidade do futebol brasileiro. O Paraná é a quarta economia do Brasil e o campeonato local dá rendimento insuficiente para qualquer investimento. É isso que pretendemos mudar”, comenta Luiz Sallim Emed, presidente do Atlético.

O Paraná, por sua vez, exibe lucro ainda menor do que o do Furacão. Dos cinco compromissos que realizou na Vila Capanema, o Tricolor “pagou para jogar” em dois e ficou com apenas R$ 38.772 no total.

O cálculo dos três clubes deduz o ganho com os sócios da receita final apontada no borderô. Cada ingresso de sócio representa R$ 20, valor que é multiplicado pelo número de associados que compareceram ao jogo e diminuído do rendimento com as entradas comuns.

Procurado pela reportagem para comentar o prejuízo do clube, o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, preferiu não se manifestar.

Por sua vez, a reportagem entrou em contato com o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, mas o cartola afirmou apenas que “não tem nada para falar com a Gazeta”.

CONTAS

Veja quanto FPF e clubes faturaram (renda líquida) com bilheteria ao longo da primeira fase do Paranaense.

FPF – R$ 489.432,2

Operário – R$ 253.720,85

PSTC – R$ 112.993

Toledo – R$ 74.406,25

Maringá – R$ 66.048,35

Atlético – R$ 47.727,95

Paraná – R$ 38.772,17

Rio Branco – R$ 11.733,45

J. Malucelli – R$ 11.659,30

Foz do Iguaçu – R$ 9.944,05

Cascavel – R$ 8.415,36 (negativo)

Londrina – R$ 81.898,80 (negativo)

Coritiba –R$ 461.534,26 (negativo)

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