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Acompanhe algumas situações que devem interferir no clássico restrito aos atleticanos |
Acompanhe algumas situações que devem interferir no clássico restrito aos atleticanos| Foto:

Entenda

Passo a passo da polêmica envolvendo o Atletiba:

Sexta-feira (17)

- Os presidentes do Atlético e do Coritiba decidem que o clássico seria com apenas uma torcida, a atleticana. Com isso, a Polícia Militar replanejou a estratégia de segurança e diminuiu o número de homens para 420.

Pouco mais de cinco horas da decisão, o Ministério Público Estadual diz que não concorda com a medida. Para o MP, o clássico com apenas uma torcida fere o Estatuto do Torcedor.

Sem o aval do MP, o Coritiba exige sua cota de ingressos, 10% do total de 9.999.

Sábado (18)

- Clubes se reúnem com o MP. O órgão pede uma posição da PM. Via Twitter, o presidente do Rubro-Negro, Mario Celso Petraglia, avisou que iria tentar de tudo para manter o jogo com apenas uma torcida.

Segunda-feira (20)

- À tarde, a Polícia Militar envia um ofício ao MP avisando que estava pronta para um Atletiba de apenas uma torcida, e que preferia que assim permanecesse. Contudo, se o MP pedisse, conseguiria aumentar seu efetivo e garantir a segurança das duas torcidas.

O documento foi analisado pelo promotor de plantão, Cláudio Smirne Diniz. Ele repassa o caso para a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor. Este cede ao apelo por torcida única.

O Ministério Público Estadual cedeu ao apelo do Atlético e, após mais argumentos da Polícia Militar, liberou o Atletiba de torcida única. Dessa forma, o clássico desta quarta-feira (22), às 19h30, na Vila Capanema, terá apenas torcedores atleticanos.

Mesmo considerando que o direito do torcedor do Coritiba poderá não estar sendo respeitado, pelas circunstâncias especiais do jogo, o MP aceitou a ideia "excepcionalmente". A partida do returno entre as duas equipes, no Couto Pereira, também terá apenas a torcida do Alviverde.

Caso a final do Paranaense não seja entre a dupla, os torcedores dos dois clubes têm boas chances de não se encontrarem neste ano. Isso só aconteceria se Atlético e Coritiba chegassem à final da Copa do Brasil.

A motivação para a mudança de opinião do órgão estadual foi, principalmente, a data estranha na qual a partida foi marcada."Em razão do Atletiba ser em uma Quarta-Feira de Cinzas, recém-saído de um Carnaval, uma data não muito boa para um clássico, a Polícia Militar argumentou que seria prudente fazer o jogo com uma torcida só. Como a situação foi colocada nesse patamar, tudo bem. Vamos admitir, mas só excepcionalmente. Para este e o outro jogo, pois tem de haver equidade", afirmou o promotor Ciro Expedito Scheraiber.

Na sexta-feira, o promotor havia se pronunciado contra um clássico apenas para os torcedores rubro-negros. O acerto havia sido feito entre os clubes, sem a presença do MP. No sábado, uma nova reunião ocorreu, desta vez com a presença do órgão. E como a PM também se posicionou a favor do clássico no formato sugerido pelo presidente do Atlético, Mario Celso Petráglia, o MP pediu a opinião policial por escrito. Isso aconteceu ontem no começo da tarde.

"Eles mandaram um documento, e já havia uma pré-conversa de que se a polícia garantiria a segurança. Embora mantenhamos o entendimento de sermos contrários. Pois é um direito constitucional do consumidor de ter acesso ao espetáculo", reforça Scheraiber, que diz estar abrindo uma exceção e promete a reavaliação para os próximos confrontos.

"Para os próximos, vamos reavaliar. Pois para haver torcida única tem de haver um fato muito especial ou um risco de violência muito manifesto. Mas resumindo: devido à manifestação da polícia, vai haver torcida única."

Mesmo com a liberação do promotor, o Coritiba ainda aguarda uma comunicação oficial. Enquanto isso não ocorre, a posição do Alviverde é a de que está esperando a sua carga de ingressos – 999 bilhetes.

Extraoficialmente, no entanto, a situação deixou o clube satisfeito, já que o único receio ao aceitar o clássico de torcedor único era o de que pudesse sofrer alguma sanção judicial.

Mesmo com permissão do Ministério Público, ainda há o risco legal que algum torcedor possa entrar na Justiça buscando os direitos de poder assistir ao jogo nas arquibancadas da Vila Capanema.

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