Mais uma vez o futebol paranaense viu a dificuldade de entendimento entre os principais clubes do estado. O motivo: a indicação do Couto Pereira pelo Atlético, sem consultar o Coritiba, para ser o local do Atletiba decisivo do próximo domingo.
O impasse pode resultar hoje à revelia de rubro-negros e alviverdes na indicação pela Federação Paranaense de Futebol do Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa. O Furacão tem até as 15 horas de hoje para acertar com o rival ou indicar outro palco para o jogo. Caso contrário, a FPF levará o duelo para uma inédita disputa na região dos Campos Gerais.
Todo o processo de desacerto ocorreu sem diálogo, apenas com a troca de comunicados via fax entre as partes interessadas.
Hélio Cury, presidente da FPF, por exemplo, nem sequer estava em Curitiba ontem para mediar o impasse. O dirigente participa no Rio de Janeiro da assembleia para aprovação do balanço da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A confusão ocorreu após a Federação, a pedido do Ministério Público e da Polícia Militar, vetar o Ecoestádio Janguito Malucelli e solicitar que os atleticanos indicassem uma nova praça esportiva. A gestão Mario Celso Petraglia em ofício enviado à entidade sugeriu o Alto da Glória, porém exigindo 90% das arquibancadas para si, conforme prevê o regulamento da competição aos mandantes.
Sem abrir negociação, a FPF reenviou o pedido ao Coritiba. Em resposta, a diretoria coxa-branca (também por mensagem) respondeu à entidade que não havia sido procurado pela parte interessada (o Atlético) para a cessão da sua casa.
"O Coritiba sempre esteve aberto a negociar, mas de cima para baixo não vai acontecer nada", avisou o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade. "Acho difícil [haver negociação]. O presidente do Atlético não tem essa humildade de sentar-se à mesa para conversar. E dois turrões não se bicam [risos]".
A reportagem não conseguiu contato com a diretoria do Rubro-Negro, mas em entrevista publicada ontem no portal Lancenet, Petraglia se distanciou ainda mais do acerto. Questionado sobre a possibilidade de usar o Couto Pereira no Brasileirão, o dirigente foi enfático: "Para o Atlético está encerrado o assunto. Ali nós não somos bem-vindos e também a nossa torcida não quer. Está afastada qualquer chance de jogarmos no campo dos nossos inimigos".
A declaração foi usada como argumento pelo Coritiba. "Sempre respeitei o Atlético como adversário, mas como vou dialogar com alguém que se diz meu inimigo", disse Andrade.
"O Atlético inventou a Copa em Curitiba para fazer seu estádio com dinheiro público e acha que o problema de ele estar sem estádio é de todo mundo, menos dele. Quando o Coritiba ficou proibido de jogar no Couto, fui humildemente negociar com o Paraná, depois gastamos uma grana para jogar em Paranaguá, fomos a Joinville... O Coritiba sempre procurou resolver seus problemas sozinho. O Atlético transfere os dele para os outros", seguiu o mandatário coxa.
Se prevalecer a falta de tratativas, a provável escolha pelo Germano Krüger desagrada o presidente do Coritiba. "Em qualquer lugar se corre um risco enorme. Ponta Grossa tem estrada, as torcidas irão se encontrar, a do Atlético tem problemas com a do Operário. Vai ser uma guerra", comentou. "Fazer na Vila Olímpica seria uma piada, não tem condição", seguiu Andrade, sugerindo Paranavaí ou Cascavel.
O Furacão pode conquistar o turno no Atletiba caso vença e o Londrina caia, no Café, diante do J.Malucelli.
Colaborou Leonardo Mendes Júnior.
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