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Entrevista de Marcelo Oliveira na íntegra |
Entrevista de Marcelo Oliveira na íntegra| Foto:
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Brasileiro

Treinador se esforça para o Coxa pensar no Sport

O esforço de Marcelo Oliveira para que o time não pense no Palmeiras antes da hora é nítido. Primeiro ele pede para o elenco esquecer que há uma Copa do Brasil na próxima esquina. Depois, fala da importância isolada da partida. Na semana passada, era o duelo com o Santos, forte candidato ao título brasileiro, na casa dele. Agora, contra o Sport, é dimensionar a importância de ter o melhor aproveitamento possível como mandante. "Não podemos desperdiçar pontos que talvez nos façam falta lá na frente", diz.

Porém, mesmo a escalação do jogo de hoje, às 16 horas, no Couto Pereira, tem relação com o que será feito quinta, em Barueri. Sérgio Manoel só enfrenta o Sport porque está suspenso na Copa do Brasil. Seu companheiro na proteção à zaga pode ser França ou Tcheco (caso França vá para o banco e Robinho ou Emerson Santos entre no time). Júnior Urso não é nem cogitado. Logo, será ele o escolhido para enfrentar o Palmeiras.

A outra pista é dada pela ausência de Gil. Sem problema de contusão ou cartão, ele também está fora do duelo desta tarde. O que automaticamente faz dele a primeira opção para o caso de Roberto não se recuperar da contratura muscular a tempo de enfrentar o time paulista.

Sem outra competição para tomar sua atenção, o Sport vem de três derrotas e dispensou seis jogadores esta semana. Felipe Menezes e Magno Alves, recém-contratados, ainda não estreiam.

Curitiba, 16h
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A cena se repete a cada momento em que Marcelo Oliveira tem uma vida de cidadão comum em Curitiba. Seja no mercado, na padaria, em restaurantes ou no colégio do filho, o treinador é parado por torcedores do Coritiba. São cumprimentos pela campanha, agradecimentos pela lealdade ao clube e votos de boa sorte. Nos últimos dias, a conversa ganhou um tópico novo, o desejo de que o treinador conduza o Coxa à conquista da Copa do Brasil. Ano passado, clube e técnico ficaram a um gol da conquista, na decisão contra o Vasco. Experiência que, admite o mineiro de 57 anos, pesa a favor no duelo com o Palmeiras. O jogo de ida será quinta-feira, em Barueri. A volta, dia 11, no Couto.

Qual contato com torcedor mais te marcou?

Eu estava no restaurante japonês do Levir Culpi. Jantei, tomei um vinho e na hora de pagar a conta falaram "já está paga". Tinha sido um torcedor. Não aceitei, pedi a conta e paguei. Mas achei bacana chegar a esse ponto. É uma paixão muito grande pelo clube da qual eu estou fazendo parte.

O clube está mais calejado para a final deste ano?

Voltar este ano mostra que não foi por acaso. O trabalho continuou, trocamos peças e estamos novamente brigando. Temos a experiência do ano passado, mas é uma nova história. Não existe supremacia de nenhum dos dois clubes. Estamos fortes, mais experientes e maduros. Ninguém vai correr ou lutar mais que o Coritiba. O Palmeiras pode até correr igual; mais, não.

Qual lição traz de 2011?

De que é possível ser campeão. Temos de acreditar.

Como foi o processo de remontagem do time, especialmente no ataque, em que você trocou um atacante mais fixo por um de velocidade?

Fomos tão bem ano passado que o assédio ocorre e fica difícil reter todos os jogadores. Vieram outros atletas, alguns que estavam aqui dentro ganharam espaço e ainda sofremos com contusões que atrasaram esse processo. Coloquei o Everton Costa, que nem é da posição, porque aqueles que foram testados não tiveram uma produção regular. Está dando certo porque ele é vigoroso, marca muito, briga muito com os zagueiros, é forte de cabeça. Treino muito com ele finalizações para que ele possa superar essa dificuldade de chegar e fazer o gol.

Tanto ano passado como agora o time se estabilizou no 4-2-3-1. É o seu esquema preferido ou algo que o estilo do elenco impõe?

O técnico não pode chegar impondo uma forma de jogar. O time tem que ser formado pela característica dos melhores. Eu gosto dessa forma se os jogadores pelo lado do campo são ofensivos, então sempre tem jogada com o lateral ou o atacante e o time chega com mais gente na área. Mas eles também recompõem bem. A gente consegue isso com o Roberto e o Rafinha. Qualquer forma é boa desde que os jogadores entendam e se entreguem na recomposição.

Você recebeu várias críticas pelo rendimento do time fora de casa e por escalar três volantes. Aí vem o jogo com o São Paulo, fora de casa, três volantes e o Coritiba domina o jogo...

[Interrompe sorrindo] Meu sonho é jogar com cinco volantes ou seis. Se tivesse seis Toninhos Cerezo jogava um na lateral direita, outro na esquerda, dois ali, mais dois de meia. Isso é uma grande bobagem. Às vezes você bota três atacantes e não é ofensivo. Bota três volantes e chega. Ou não chega se os volantes não saem para o jogo. É muito teórico. Existe o futebol falado – e nesse você pode falar depois – e existe o futebol de verdade ali na hora, em que você tem de correr riscos e tomar decisões.

Que tipo de crítica mais o incomoda?

Injustiça, profetização do acontecido e a perversidade. Uma linha de conduta de que mesmo ganhando tem de achar alguma coisa ruim. Isso não leva a nada, até prejudica.

Há claramente uma cumplicidade entre você e a diretoria. Qual o peso disso para o trabalho?

Há a combinação entre os bons resultados e um projeto de clube. Estou muito feliz aqui, tenho um grande ambiente e o clube reconhece o trabalho. Nunca sofri pressão, torcida toda gritando contra. Mas o futebol é muito dinâmico por causa de resultados. Pode vir alguma pressão interna e de fora ou receber propostas. Já recebi algumas e não saí. O importante é que estamos felizes.

Fica para a Libertadores?

O futebol é muito difícil fazer previsão longa. Eu tenho contrato até dezembro e seria uma marco conquistar a Copa do Brasil e retornar à Libertadores. Se eu estiver feliz e o clube estiver feliz comigo, tem uma possibilidade.

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