O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, adiou nesta quarta-feira (23) o julgamento de habeas corpus do inglês Raymond Whelan, diretor-executivo da Match, preso sob suspeita de fornecer ingressos dos jogos da Copa do Mundo à máfia dos cambistas, e pediu informações à Justiça do Rio de Janeiro sobre o andamento dos processos dele.
A defesa do estrangeiro ajuizou no STF, no início da semana, o habeas corpus que pede a suspensão da prisão preventiva de Whelan. Em nota divulgada pelo STF, Lewandowski diz que a situação "parece ser excepcional, com possível constrangimento ilegal do acusado".
"Entendo ser necessário solicitar informações prévias, que permitirão ao ministro relator uma melhor compreensão da matéria para o exame da medida liminar requerida", afirmou. O relator do habeas corpus é o ministro Marco Aurélio Mello.
Na decisão, Ricardo Lewandowski diz que pediu informações ao Tribunal de Justiça do Rio sobre o eventual exame de mérito dos habeas corpus ajuizados pela defesa de Whelan. Ao Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Estado solicitou o andamento atualizado da ação penal movida contra o britânico, inclusive sobre a manutenção da prisão preventiva dele.
Raymond Whelan foi denunciado pelos crimes de cambismo, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e sonegação. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, desde o dia 14.
O inglês é diretor da Match Services, parceira comercial da Fifa que tem a exclusividade dos direitos de venda de pacotes de hospitalidade (entradas VIP com serviço de bufê e estacionamento, entre outros benefícios) até o Mundial de 2022, no Qatar. Sócios majoritários da empresa, os mexicanos Jaime e Enrique Byrom são cunhados de Whelan.
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