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A morte de um torcedor em 2014, no Arruda, levou à troca dos vasos sanitários convencionais por vasos turcos na Ilha do Retiro. | Peu Ricardo/Folha de Pernambuco
A morte de um torcedor em 2014, no Arruda, levou à troca dos vasos sanitários convencionais por vasos turcos na Ilha do Retiro.| Foto: Peu Ricardo/Folha de Pernambuco

O duelo com o Santa Cruz, sexta-feira (15), 19h30, pela segunda rodada da Série B, marca o retorno do Paraná ao Estádio do Arruda, no Recife, palco de uma tragédia no embate entre os clubes na Segundona do ano passado.

Pela terceira rodada da competição em 2014, no dia 29 de abril, as equipes empataram por 1 a 1. Um confronto entre torcidas organizadas após a partida, entretanto, causou a morte de Paulo Gomes Ricardo da Silva, 26 anos.

Cerca de 20 minutos após o apito final, Paulo caminhava juntamente com a torcida do Paraná do lado de fora da praça esportiva quando foi atingido por um vaso sanitário atirado de dentro do estádio pela torcida coral. Paulo era torcedor da Torcida Jovem do Sport, organizada que é aliada da Fúria Independente, uniformizada do Paraná.

Três homens foram presos pelo crime e aguardam o julgamento, que está marcado para dia 16 de junho de 2015. São eles Éverton Felipe Santiago de Santana, 23, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, e Waldir Pessoa Júnior, 34. Eles respondem por um homicídio consumado e mais três tentativas de homicídio, podendo pegar mais de 30 anos de prisão.

“Foram dois vasos sanitários atirados, um pelo Waldir, outro pelo Luiz Cabral. Já o Éverton ajudou a carregar por mais de 100 metros os vasos, procurando a torcida lá embaixo. Como se trata de um homicídio qualificado e três tentativas de homicídio, pois três pessoas ficaram feridas e tiveram de ir para o hospital, eles devem pegar mais de 30 anos de cadeia”, confia a delegada da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Recife, Gleide Ângelo, que conduziu o caso.

Organizadas banidas

Desde a tragédia no Arruda, a delegada Gleide Ângelo afirma que as torcidas organizadas do Recife foram proibidas de frequentar os jogos. “Fizemos busca e apreensão nas organizadas e praticamente acabamos com elas. Hoje, elas são proibidas de entrar nos estádios. As organizadas não entram”, assevera Gleide, que conta que a causa do fim das organizadas foi abraçada pela população do estado. “A população nos ajudou, pois o caso chocou muito. É algo monstruoso, podia ter matado muito mais gente” comenta.

Reflexo no estádio do rival

O caso dos arremessos de vasos sanitários no Arruda gerou reflexos no estádio do principal rival do Santa Cruz, o Sport. Na Ilha do Retiro, casa do Leão da Ilha, as tradicionais privadas de porcelana foram substituídas por “vasos turcos”, embutidos no chão, semelhantes aos utilizados em presídios.

Pacto de sangue

A aliança entre as organizadas Torcida Jovem, do Sport, e Fúria Independente, do Paraná, já havia causado outra morte, no dia 1º de julho de 2012. Na ocasião, os recifenses vieram à capital paranaense enfrentar o Coritiba, no Couto Pereira.

Por causa da aliança entre organizadas, a Torcida Jovem foi recebida pela uniformizada paranista. No entanto, a Torcida Gangue da Ilha, outra organizada do Sport, foi recebida pela Os Fanáticos, do Atlético, com quem mantém aliança própria.

Horas antes da partida entre Coxa e Sport, o adolescente Diego Henrique Gaab Gonciero, 16 anos, foi atingido por um tiro no rosto, na sede da Fúria, localizada próxima da Vila Capanema. Diego era torcedor do Paraná e iria acompanhar os torcedores do Sport até o local do jogo.

Três torcedores da torcida Os Fanáticos, do Atlético, foram acusados pela morte: Gilson da Silva Teles, Fabio Marques e Juliano Rodrigues respondem ao processo em liberdade.

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