Governador se defende de críticas de Paulo Coelho sobre contratação de Blair

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Durante a semana, o escritor Paulo Coelho, em seus blog e Twitter, criticou a escolha do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair como consultor para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, por seu envolvimento com a Guerra do Iraque. Nesta terça-feira, em Madri, o governador Sérgio Cabral se defendeu e disse que a participação do ex-premiê é importante para o sucesso da campanha.

"Paulo Coelho é uma das pessoas mais especiais do Brasil, é um orgulho para nós. Um homem que já vendeu 6 milhões de livros tem o direito de opinar e de falar o que pensa sobre determinado assunto. Ele é um orgulho para o Brasil no mundo inteiro e nos ajudou muito na campanha da Rio-2016, com o Pelé e os atletas todos. Acontece que está havendo uma discussão muito forte quanto à participação da Inglaterra na Guerra do Iraque e isso faz parte dos temas polêmicos internacionais. Mas o Blair não vai ser consultor para guerra nenhuma, vai ser consultor para a paz", disse Cabral.

Cabral também afirmou que o investimento não sairá dos cofres do estado.

"O investimento para essa consultoria não sairá nem do governo do estado, nem da prefeitura, nem do governo federal e nem do Comitê Olímpico Brasileiro. Conseguimos mudar uma tradição no Rio, onde os empresários pouco se envolviam com as causas da população. Nessa luta pelas Olimpíadas de 2016, conseguimos envolver boas empresas e grandes empresários que conseguiram entender que seria por uma causa da sociedade, como a boa tradição norte-americana e européia que existe nesse ponto. Tony Blair é um homem de forte influência, capaz de levar o Rio de Janeiro cada vez mais para um destino de novos investimentos. É um "relações-públicas" muito importante. Esse papel é fundamental, ele irá como um grande consultor", avaliou.

O governador lembra que Blair era o primeiro-ministro da Inglaterra em 2005, quando Londres ganhou o direito de sediar os Jogos de 2012.

"Londres hoje está dentro do cronograma dos Jogos Olímpicos. É impressionante porque a cidade não estava pronta. Londres está investindo 10 bilhões de libras em infraestrutura, nove linhas de metrô, estações e mais 10 bilhões de libras no Parque Olímpico, em equipamentos esportivos e habitações. Vinte bilhões de libras são 60 bilhões de reais! Blair foi quem pensou o que era o legado para a cidade e para o país, pensou em como as coisas deveriam funcionar e hoje existe um programa extraordinário. Eu quero fazer isso dentro do Estado do Rio de Janeiro, dar estímulo à atividade esportiva e à difusão do esporte, não só o esporte de performance, mas como cidadania, e Blair fez isso com enorme capacidade. Não é à toa que hoje Estados Unidos e União Européia o têm como consultor", disse.

Em seu Twitter, Paulo Coelho criticou duramente a escolha de Blair como consultor. Em seus comentários, o escritor chamou o ex-premiê de "criminoso de guerra".

"Governador, os brasileiros não sabem organizar Rio-2016? Precisamos chamar Tony Blair, um criminoso de guerra", afirmou Coelho, para logo após comparar a guerra do Iraque à "carnificina feita por Saddam Hussein".