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| Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Ex-piloto das Fórmulas 1 e Indy, o italiano Alessandro Zanardi, 49 anos, conquistou a medalha de ouro na prova de ciclismo de estrada contrarrelógio H5 dos Jogos Paralímpicos. O italiano concluiu a prova de 20 km, na manhã quente do Rio de Janeiro, com o tempo de 28min36s81.

“Foi mágico vencer no Rio, onde consegui a minha primeira pole na Fórmula Indy. O Parque Olímpico foi erguido em cima do antigo circuito oval. Tem um simbolismo. Estou mais feliz que um porco na lama”, disse Zanardi, que foi bicampeão da categoria e chorou ao receber a medalha no pódio.

Em 2001, em Lausitz, na Alemanha, Zanardi foi atingido em cheio pelo canadense Alex Tagliani a quase 300 km/h. A colisão dividiu o carro do futuro paraolímpico em dois e por pouco não tirou a sua vida. O italiano foi reanimado sete vezes. Nesta quinta (15), o acidente completará 15 anos.

Acidente com Zanardi (carro vermelho) em 2001: recomeço. Reprodução.

O ex-piloto e agora astro paralímpico fechou a primeira das duas voltas no circuito do Pontal em terceiro lugar, mais de 18 segundos atrás do australiano Stuart Tripp, mas conseguiu fazer os últimos cinco quilômetros em ritmo ainda mais intenso e recuperou a diferença, fechando a disputa em 28min36s81. Tripp ficou com a prata (28min39s55), e o americano Oscar Sanchez (28min51s73) com o bronze.

Ao final da prova, Zanardi dedicou a vitória à família. “É simplesmente fantástico. Eu só tenho que agradecer. Eu sinto que sou um cara de muita sorte”, disse o ex-piloto, que teve as duas pernas amputadas em 2001, quando sofreu um grave acidente na Indy.

O paraciclista afirmou que a vitória no Rio teve um gosto especial. “É uma coisa mágica vencer no Rio. Eu amo muito o Brasil, tenho muitos amigos brasileiros, como o Tony Kanaan. Te saúdo, Tony, te quero bem! Meu ídolo é Ayrton Senna”, disse.

“Para mim o Rio é especial. Em 1996 vim ao Rio de Janeiro com a Indy e conquistei minha primeira pole. Foi num circuito belíssimo, e sempre andei muito rápido naquela pista. Cheguei em segundo, mas foi porque sempre é preciso um pouco de sorte”, lembrou, referindo-se ao Autódromo de Jacarepaguá. A pista foi demolida para a construção do Parque Olímpico da Barra.

“Quando me disseram que o estádio (Parque Olímpico) foi construído em cima daquela pista, do circuito da Indy, finalmente eu tive a chance de vencer uma competição no Rio”, comentou, dizendo ainda que isso era importante para ele por se considerar “um tipo romântico”.

Sobre a escolha pelo paraciclismo, Zanardi declarou que a questão da velocidade fica em segundo plano. “Não é pela velocidade. Eu queria andar de bicicleta, mas para vencer a prova eu preciso ser veloz, como com o carro”, comparou.

Ele também destacou a importância dos Jogos Paralímpicos na conscientização das pessoas. “O esporte paralímpico é num nível altíssimo. Hoje fiz 43km/h, 44km/h de velocidade média. Eu podia andar um pouco mais veloz, mas é difícil. Precisa muita força nos braços. O esporte está num nível muito alto. Tem que trabalhar muito. Se outro deficiente vê os ídolos no esporte paralímpico, isso os incentiva”, afirmou. Depois, o italiano fez pose com os braços e brincou. “Ele vê ‘olha como está bem o Zanardi, com quase 50 anos! Braço de Ferro!’”

Nesta quinta-feira, Zanardi buscará o bicampeonato paralímpico na corrida de estrada (60 km), e na sexta compete no revezamento, na qual levou a prata em Londres-2012.

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