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Caio Bonfim desabafou após a  quarta colocação  na marcha  atlética | Saulo Cruz/Exemplus/COB/Saulo Cruz/Exemplus/COB
Caio Bonfim desabafou após a quarta colocação na marcha atlética| Foto: Saulo Cruz/Exemplus/COB/Saulo Cruz/Exemplus/COB

Nove anos sendo xingado enquanto treinava. E Caio Bonfim, 25, desabafou após conseguir o melhor resultado brasileiro na história olímpica da marcha atlética - o anterior era um 14° lugar de José Alessandro Bagio, em Atenas-2004 e Pequim-2008.

Bonfim terminou em quarto lugar na tarde desta sexta-feira (12) na Rio-2016, na prova dos 20 km, realizada em circuito montado na praia do Pontal, zona oeste do Rio. Ficou a apenas cinco segundos de distância do australiano Dane Bird-Smith, medalhista de bronze. O ouro foi para o chinên Zen Whang e a prata para outro chinês, Zelin Cai.

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A perda da medalha por tão pouco, depois de correr mais de uma hora e 19 minutos, não tirou o sorriso da boca de Caio Bonfim.

“Foram nove anos treinando e sendo xingado, falavam que eu rebolava, chamavam de viado, mandavam trabalhar. Mas está aí, tem um brasileiro quarto do mundo na marcha atlética”, disse o marchador.

O estilo de corrida marcha, que obriga o atleta a sempre estar em contato com o solo com ao menos um dos pés, o que dá a impressão de um rebolado, fazia com que Caio, que arriscou jogar futebol mas não tinha talento, ouvisse piadinhas por onde treinava, próximo a Sobradinho, cidade satélite de Brasília, onde nasceu.

Mas, ao chegar em casa, tinha o conforto dos pais. E foi para eles que o brasileiro dedicou a boa posição. Nem para patrocinadores, nem para os torcedores brasileiros. Para os pais João Bonfim e Gianetti Sena Bonfim --2013; a mãe, por sinal, foi marchadora e quem inspirou o filho.

“Tive ‘paitrocínio’, principalmente no incentivo. Essa boa posição é para eles, em um esporte pouco conhecido aqui, mas que eu acho ser o mais difícil e bonito do atletismo”, afirmou.

Sua mãe estava na arquibancada, e passou mal a partir do quilômetro 16. Depois melhorou e pôde ver o fim da prova do filho, que teve enorme evolução do 39° lugar conquistado em Londres.

“Hoje acordei e pensei, vai ser um grande dia. Eu dei meu máximo nas duas últimas voltas, fiz a melhor volta da minha vida. Por isso termino feliz. O capitalismo diz que é preciso ter medalha, mas um brasileiro ser o quarto do mundo em um esporte pouco popular é fantástico”, afirmou.

Caio Bonfim ainda vai correr a prova dos 50 km, na próxima sexta (19) --2013; em que não deve repetir o bom resultado, já que sua especialidade são os 20 km. O Brasil ainda tem esperança de medalha na marcha com Erica Sena, nos 20 km feminino, também na próxima sexta.

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