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Danielle Rauen, 17 anos, e a medalha de ouro no Parapan. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Danielle Rauen, 17 anos, e a medalha de ouro no Parapan.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Medalhista de ouro no tênis de mesa do Parapan-Americano de Toronto, no Canadá, no mês passado, a catarinense Danielle Rauen, 17 anos, não se incomodaria em dizer que uma parte de sua conquista é paranaense.

A atleta natural de São Bento do Sul – cidade localizada a cerca de 100 quilômetros de Curitiba – faz tratamento na capital desde 2003. Como sofre de artrite juvenil, doença degenerativa poliarticular que atinge de mãos e cotovelos até a quadril e mandíbula, ela passou por inúmeros períodos de internamento no Hospital Pequeno Príncipe.

Danielle Rauen foi recebida com a delegação do Parapan pela presidente Dilma Rousseff em Brasília.Arquivo Pessoal

A gratidão pelo cuidado recebido no hospital, referência no tratamento de crianças no Brasil, é tão grande que uma das primeiras coisas que fez após vencer o ouro sem perder nem um set sequer foi gravar um vídeo de agradecimento. Em especial, à pediatra e reumatologista Márcia Bandeira.

“Ela é um anjo na minha vida. Me trata desde 2003 e espero que continue me tratando. Sem ela, não estaria onde estou hoje”, agradece Danielle, que pela idade agora recebe atendimento no consultório da médica.

Apesar das limitações causadas pela doença, a garota vive os últimos anos de adolescência com uma rotina mais do que normal. Deixou a casa dos pais para morar no centro de treinamento da seleção brasileiro, em Piracicaba, no Interior de São Paulo e enfrenta, de segunda a sábado, três sessões de treinos diários. Nos fins de semana, arruma a casa e lava roupa da semana.

“Também curto uma balada sem bebida, assisto filmes, vou ao shopping. Porque ninguém é de ferro, né?”, brinca.

O esporte iniciado há seis anos tem papel fundamental manter a qualidade de vida. “Ajuda em tudo. Na recuperação física, psicológica... A doença é limitante a longo prazo, mas a atividade física regular acaba compensando. Hoje a Dani tem uma vida normal, apesar da função articular com limitações”, explica a orgulhosa Márcia, que emoldurou uma foto da paciente no consultório. “Para servir de exemplo”, ressalta.

Em São Bento, Danielle virou quase uma celebridade. Foi recebida pelo prefeito quando chegou de Toronto, desfilou no caminhão de bombeiros e ganhou homenagem na Câmara de Vereadores. A última aparição, no entanto, foi em Brasília, no fim de agosto. Participou de um almoço com a presidente Dilma Rousseff junto de todos os medalhistas de ouro do Pan e Parapan.

Já classificada à Paralímpiada do ano vem, a número sete do ranking mundial agora foca no próximo sonho. “Vi que tenho possibilidade de medalha. Agora tenho de trabalhar ainda mais”, diz a catarinense, que já convidou seu ‘anjo da guarda’ para vê-la subir no pódio in loco no Rio.

Danielle Rauen agradece à equipe do Pequeno Príncipe após conquistar o ouro no Parapan:

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