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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O jogador do Paraná, Jonas Pessalli, que faleceu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 26 anos, vítima de um grave acidente de carro em Curitiba, fugia ao estereótipo do boleiro comum. O clube decretou luto oficial.

Ele era casado com Marjorie Pessalli e deixa três filhos, Ana Carolina, 7 anos, Emanoel Henrique, 5 anos e Paulo José, 3 anos.

De perfil singular no universo do futebol brasileiro, introvertido e estudioso, com frequência trocava a habitual resenha com os colegas de time nos vestiários e viagens pela solitária e silenciosa companhia de um livro, o que chegava a causar estranhamento em alguns dos atletas de futebol mais “tradicionalistas”.

A personalidade intimista não o impediu de fazer amigos na Vila Capanema — o mais próximo deles, o zagueiro Rayan, não viajou com o time para a partida diante do Náutico, nesta terça-feira (12), fora de casa, pela Série B. Ficará em Curitiba próximo da família de Pessalli.

Revelado como promessa das categorias de base do Grêmio, em 2011, após alcançar destaque na base do time gaúcho, o meia chegou ao Tricolor no início de 2017 em busca de um recomeço no futebol brasileiro, após anos seguidos no exterior, primeiro na França, depois no Azerbaijão.

Sem conseguir espaço no time, o gaúcho de Bento Gonçalves acertava nos últimos dias a rescisão de contrato com o clube.

Carro de Pessalli foi destruído ao colidir com um poste.Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Personalidade “francesa”

Pessalli não repetiu no time profissional o destaque obtido na base do Grêmio. Em 2012, rumou para o Angers, da França. Lá, obteve reconhecimento não apenas pelo futebol em campo, mas principalmente pelo comportamento adotado fora dele.

Em poucos meses, aprendeu o idioma local e surpreendeu os dirigentes franceses pelo perfil estudioso e apego aos livros e estudos. Em abril de 2016, em entrevista ao UOL Esporte, Pessalli contara estar lendo seu nono livro apenas naquele ano.

Revelou ainda o desejo de se naturalizar francês e permanecer no país. “O Brasil é o país do futebol, mas não vejo isso como um ponto positivo. Acredito que no Brasil não deveria ser só o jogador, mas o médico, o professor. Cada um na sua área tendo reconhecimento. É um visão diferente e eu acredito que todo brasileiro vá pensar assim”, declarou.

Vila Capanema

Foram quatro anos na França. Após o Angers, da segunda divisão, defendeu também o Luçon, da terceira. Em seguida, rumou para o Neftchi, do Azerbaijão, antes de chegar ao Paraná, em janeiro de 2017. No Tricolor, foram poucas oportunidades. Em oito jogos, Pessalli anotou um gol.

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