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O volante Paulinho, camisa 18 da seleção, vai convencendo Felipão de que pode ser útil no ataque | Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo
O volante Paulinho, camisa 18 da seleção, vai convencendo Felipão de que pode ser útil no ataque| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

Antes da Copa das Con­­fe­­derações, o técnico Felipão chegou a dizer que "volante que faz gols só é bonito pra imprensa". Não poderia saber que a classificação do Brasil à final da Copa das Confederações viria graças a um jogador da posição. Ou melhor, com Paulinho no time já dava ao menos para imaginar algo parecido: o gol decisivo contra o Uruguai na quarta-feira foi o quinto dele em apenas 16 jogos pela seleção brasileira.

A média de 0,31 por partida é ainda maior do que a já expressiva marca de 0,21 pelo Corinthians (34 gols em 161 jogos).

Artilharia conseguida em atuações que parecem discretas, ao menos nas estatísticas. Para marcar seus dois gols na Copa das Confederações – o primeiro foi contra o Japão, na estreia –, finalizou somente quatro vezes nas três partidas em que esteve em campo. Ele não atuou contra a Itália por causa de uma lesão no tornozelo e só deixou de balançar a rede diante do México.

Paulinho participa menos do jogo do que o outro volante do time, Luiz Gustavo, de estilo mais marcador. Tem média de 44 passes por duelo até agora no torneio (79% certos), contra 52,5 do companheiro (85% certos). "É o meu estilo mesmo. Não fico indo toda hora ao ataque. Tento aproveitar a melhor hora, quando o adversário dá espaço, ou na bola parada como deu certo agora [contra o Uruguai]", diz o camisa 18 da seleção.

Ele também tem menos tentativas de lançamento do que Luiz Gustavo. São cinco contra nove por jogo. Mas de longe encontrou uma rara brecha na bem postada defesa uruguaia para colocar Neymar em condições de finalização no lance do primeiro gol brasileiro, marcado por Fred no rebote do goleiro Muslera. "Acho que aqui na seleção todos têm qualidade para tentar esse tipo de lance. Os zagueiros [Thiago Silva e David Luiz], por exemplo, fazem bastante. Tive a felicidade de acertar. Mas não é coisa para ficar tentando toda hora."

Na marcação, Paulinho aposta mais na ocupação de espaços do que no choque. O reflexo também vem em números discretos. Só cometeu três das 81 infrações da seleção brasileira, a mais faltosa do torneio. Neymar segue sendo o maior infrator da competição, com 14, seguido por Oscar e Luiz Gustavo, com 11.

A proteção do companheiro no setor de marcação tem sido fundamental para os avanços. E Felipão já sabe o que fazer se quiser aproveitar ainda melhor a faceta ofensiva do "volante bonito pra imprensa" na final com a Espanha. "O Paulinho se sente mais à vontade quando tem mais um ali com eles", analisa. O terceiro é Hernanes, usado como alternativa em três jogos no lugar de um dos meias-atacantes – duas no de Oscar e uma na de Hulk – e que substituiu o corintiano quando não pôde jogar contra a Itália. Quando saiu o gol decisivo na semifinal, o tripé estava em campo.

Rival

O Superclássico das Américas – confronto entre Brasil e Argentina com times formados por atletas que atuam dentro dos dois países – não deve ser dis­­putado neste ano. Para Felipão, "poderia haver quebra de ritmo" no trabalho e abalo na união dos atletas. "Juntar um ou outro chateado por ter ficado de fora com quem está agora não seria uma boa ideia", disse. Kléber Leite, organizador do duelo, revelou que a Ar­­gen­­tina também é contra as partidas, por causa do calendário. "A tendência é que a disputa não aconteça neste ano", admitiu ao site Uol.

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