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Sérgio Soares, 42 anos, estava no São Caetano até 1º de junho deste ano | Adriano Vizoni/Futura Press
Sérgio Soares, 42 anos, estava no São Caetano até 1º de junho deste ano| Foto: Adriano Vizoni/Futura Press

Perfil

Nome: Sérgio Soares da Silva

Idade: 42 anos (11/1/67).

Naturalidade: São Paulo/SP.

Clubes: Santo André (2004/2005 e 2007/2008), Juventus (2005/2006), Barueri (2006/2007), Ponte Preta (2009) e São Caetano (2009).

Títulos: Copa do Brasil 2004 (auxiliar-técnico) e Paulista A-2 2008.

Opinião

Sem união, ninguém faz milagre

O Sérgio é um cara sensacional. Sabe conversar com o elenco, antever os problemas, sentir quando alguém tem dificuldade no clube ou na família. Isso não só com os titulares, mas com o grupo inteiro, valoriza cada jogador. Gosta de colocar o time sempre para a frente. Estuda muito o adversário e arma uma estratégia priorizando a vitória, seja em casa ou fora. Também é ótimo para motivar o time. Lembro de uma preleção em que ele me pediu para falar e colocar para os meninos a importância de vencer aquele jogo. Tínhamos perdido para o América-RN, enfrentaríamos o Fortaleza e falei que o time precisava se decidir entre ser águia, que voa alto e chega mais longe, ou galinha, que se contenta com migalha. Vencemos. Mas para dar certo precisa haver consenso. Se no Paraná há briga entre parceiros, eles precisam deixar a vaidade de lado, se unir pelo clube e ajudar o treinador. Caso contrário, nem o Sérgio nem ninguém vai fazer milagre.

Marcelinho Carioca, jogador de Sérgio Soares no acesso do Santo André, em 2008

Entrevista: Zetti critica falta de pulso, falsidades e crise política

Você foi anunciado como substituto do Velloso no dia 5 de maio. Agora, dois meses depois, perde o emprego. O que aconteceu?

Futebol é resultado, não tem jeito. Não existe planejamento. Eu cheguei para um trabalho até dezembro, mas com três derrotas fica complicado. Trabalhei com o grupo que o Paraná me deu, só trouxe o Dirley. O trabalho foi feito, me desdobrei.

Leia a entrevista completa

O menor de seus problemas o Paraná resolveu. No sábado, Zetti pôs o cargo à disposição. Um dia depois o Tricolor optou pela troca e ontem, no início da tarde, o novo comandante da equipe para a disputa da Série B estava contratado: Sérgio Soares, ex-São Caetano. Mas e o maior? Quando o Paraná irá resolver, de uma vez por todas, as diferenças entre os seus parceiros, L.A. Sports e Base? Contaminando os bastidores da Vila Capanema há algum tempo, a disputa foi o principal motivo para a alteração no comando técnico.

Dentre os motivos que levaram Zetti a entregar o boné, dois deles estão intimamente ligados ao conflito. Após admitir ter chegado ao limite no trabalho com os jogadores, o ex-goleiro revelou não suportar mais "palpites" e, principalmente, não ter o apoio da diretoria no fogo cruzado (leia entrevista ao lado).

Os empresários reagem de forma diferente quando confrontados com o racha. Marlo Litwinski, proprietário da Base e vice das categorias inferiores do Tricolor, prefere abafar o caso, contra-atacando a afirmação de Zetti. "Ele está tentando criar uma cortina de fumaça", diz. "O Paraná sempre precisou de parceiros por causa da delicada situação financeira. Por isso não tenho restrições. Todos são muito bem-vindos, inclusive a L.A.", emenda.

Já Luiz Alberto de Oliveira, sócio da L.A., admite que vem sendo pressionado. Por isso pensa na possibilidade de encerrar a parceria, hoje restrita ao empréstimo dos meias Davi e Dinelson. "Tentei ajudar, trazer jogadores, mas estou sendo massacrado. Vou pensar melhor se não é o caso de deixar os caras tocarem a barca", afirma ele, prometendo para hoje um posicionamento oficial – a empresa administra também o futebol do Avaí.

Procurados pela reportagem, Aurival Correia, presidente paranista, e Márcio Villela, vice de futebol, não atenderam às ligações. Sobrou para Paulo Welter, diretor de futebol, dizer que não é o "mais indicado" para discutir o assunto.

Um alento é a mudança de atitude na contratação de Soares, decidida somente pelo Paraná. Algo que não aconteceu nas duas últimas vezes em que o Tricolor precisou encontrar um novo comandante. Com Wágner Velloso, valeu a indicação da Base. Com Zetti, a sugestão da L.A.

"Foi consenso dentro da diretoria. O presidente e o Márcio já trabalhavam com o nome do Sérgio. Ele foi contratado levando em consideração o currículo. Só o fato de ter subido com o Santo André já seria suficiente, mas buscamos mais informações", comenta Welter.

Outro ponto positivo é o pagamento dos direitos de imagem dos atletas, que estava atrasado – a diretoria avisou que quitaria o débito ontem. Depois do treino na Chácara do Geraldo, comandando pelo auxiliar-técnico Ageu, os jogadores foram até o Durival Britto para o acerto de contas.

Resta, então, saber, qual ambiente Sérgio Soares encontrará no clube. O treinador será apresentado hoje à tarde, na Vila Capanema. Com ele, chegam o assistente Denys Facincani e o preparador físico Stélio Metzker.

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