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Felipão comemora o título brasileiro de 2018 com o jogador Felipe Melo. | RUDY TRINDADE/ESTADÃO CONTEÚDO
Felipão comemora o título brasileiro de 2018 com o jogador Felipe Melo.| Foto: RUDY TRINDADE/ESTADÃO CONTEÚDO

Visto com desconfiança quando foi contratado em julho, Luiz Felipe Scolari, 70 anos, é o maior símbolo da virada do Palmeiras no Brasileiro, que culminou com a conquista do título neste domingo (25), na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco em São Januário. Na época da sua chegada, a equipe era apenas figurante na disputa pelo troféu. Após a derrota para o Fluminense, pela 15ª rodada, o time caiu para a sétima colocação e ficou oito pontos atrás do Flamengo, então líder.

Roger Machado foi demitido, e Felipão, contratado - a terceira passagem do gaúcho pelo clube paulista. Na sequência, o time reagiu. Embalou a maior sequência invicta da história dos pontos corridos,22 jogos, e se sagrou campeão, algo considerado improvável há quatro meses.

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A busca pelo técnico pentacampeão mundial e do 7 a 1 na Copa de 2014 foi uma aposta na sua especialidade em torneios mata-mata. Com o Palmeiras em situação difícil no Brasileiro, na época a esperança para salvar a temporada era ganhar a Copa do Brasil ou a Libertadores, principal obsessão da torcida.

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Felipão tem histórico positivo nas duas competições. Venceu a Copa do Brasil em quatro oportunidades (1991, 1994, 1998 e 2012), as duas últimas pelo Palmeiras, e o continental em outras duas (1995 e 1999), a segunda pelo time alviverde. O técnico, porém, nunca havia sido campeão brasileiro pelo Palmeiras e nem na era dos pontos corridos.

“Estamos trazendo um perfil vencedor, um técnico que tem amplo conhecimento dos valores do Palmeiras, das competições que estamos disputando. Esperamos um time que tenha bastante entrega, uma postura diferente daquela que vínhamos tendo”, afirmou o presidente do Palmeiras, Maurício Galliote, em agosto.

Felipão chegou também com a incumbência de melhorar o clima no vestiário. Dudu demonstrava irritação com Roger, enquanto Lucas Lima não conseguia reeditar o futebol apresentado no Santos. O elenco, um dos mais fortes do país, também era pouco usado pelo antigo comandante.

Dois times

Com a sequência de jogos em três torneios, o técnico praticamente montou dois times. Um para o Campeonato Brasileiro e outro para Copa do Brasil e Libertadores. Assim, nomes que tinham poucas oportunidades com Roger Machado, começaram a ser usados com frequência, como Mayke, Victor Luís, Gustavo Gómez, Luan, Moisés e Deyverson. “O Roger fez um grande trabalho, mas o Felipão mudou o ambiente”, disse o meia Lucas Lima.

Dessa forma, o Palmeiras chegou às seminais da Copa do Brasil e da Libertadores. Ao mesmo tempo, o time arrancou no Nacional e entrou definitivamente na briga pelo título com a vitória sobre o Corinthians, quando a diferença para o líder Internacional caiu para três pontos.

Nas copas, porém, o Palmeiras não conseguiu chegar aonde gostaria. Parou diante do Cruzeiro na Copa do Brasil e no Boca Juniors na Libertadores, ambas na semifinal.

Entre os jogos contra o time argentino, em outubro, Felipão teve que mostrar o seu lado motivador. Três dias após a derrota em Buenos Aires, fez o time se concentrar no Brasileiro e arrancar um empate contra o Flamengo no Maracanã, adversário direto pelo título. Assim, a diferença, que poderia cair para dois pontos, permaneceu em quatro.

Na rodada seguinte, três dias após a desclassificação do torneio sul-americano, o Palmeiras alcançou uma vitória crucial sobre o Santos.

Com a vantagem na liderança, o técnico montou o time para que encarasse cada partida como uma decisão.

Felipão já havia faturado a competição com o Grêmio, em 1996. Na época, a fase final do torneio tinha o formato mata-mata.

“Tínhamos a pretensão de seguir em frente em todas as competições. Fomos até a semifinal da Libertadores e também da Copa do Brasil, que há muito tempo o Palmeiras não chegava, mas não conseguimos passar. Eu não esperava essa situação no Brasileiro, esperava passar na Libertadores e na Copa do Brasil, e não passei”, disse Felipão recentemente.

Ultrapassado

O título faz o profissional afastar a sombra de técnico ultrapassado que passou a acompanhá-lo nos últimos anos, principalmente após  a goleada de 7 a 1 sofrida contra a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil.

Após o Mundial, Felipão teve passagem pelo Grêmio, onde ficou 11 meses e não venceu nenhum título. Em 2015, trocou o time gaúcho pelo Guanzhou Evergrande, da China. Ficou dois anos e meio e ganhou sete títulos, três deles de pontos corridos. Ele já havia conquistado um nesse formato pelo Bunyodkor, do Uzbequistão.

Agora, terá a chance de se tornar o treinador com mais pontos conquistados em um turno do Brasileiro.

O recorde é de Fábio Carille, que somou 47 na primeira metade da competição do ano passado, com o Corinthians. Para atingir a marca, o Palmeiras terá que ganhar do Vitória, no domingo (2), no Allianz Parque, pela última rodada.

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