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"A aproximação entre Atlético e Coritiba foi a grande conquista deste início de temporada. Pela primeira vez, depois de muitos anos de contenda e provocações, os dois clubes estão agindo juntos, para o bem comum e do futebol paranaense.

Em tempos passados foi assim, quando não havia um nível de ambição muito significativo em termos nacionais. Participar do "Robertão" – o embrião do Campeonato Brasileiro – já era motivo de festa. E como havia vaga apenas para um clube daqui, o escolhido, por critérios ou torneios, contava com o apoio dos demais, podendo utilizar seus jogadores e, com isso, também atrair os torcedores de outras cores para suas jornadas.

Mas aí são mais de 40 anos, quando simpatizantes de clubes rivais podiam se acomodar lado a lado nas arquibancadas sem sofrer represálias ou consequências mais graves. De lá para cá tudo piorou, a ponto de o futebol apresentar pontos de distúrbio longe dos estádios, a partir de encontros marcados por torcedores brigões, pelo simples prazer de brigar e agredir rivais.

Até que na semana passada houve uma luz nessa treva toda. Por iniciativa do Internacional, mandante do clássico Grenal que se aproxima, um determinado setor do Estádio Beira-Rio será destinado à torcida mista. Ou seja: torcedor do Inter poderá levar um gremista para acompanhar a partida ao seu lado. E a repercussão está sendo inteiramente positiva de ambos os lados, vermelhos e azuis.

Por aqui ainda não chegamos a esse ponto de evolução, mas um passo importante foi acertado diretamente entre Coritiba e Atlético, Nesse novo momento de decisões conjuntas: o Atletiba de domingo que vem, no Alto da Glória, terá as duas torcidas. O bom senso e a sensibilidade suplantaram a ideia de jogo com torcida única, que já se provou ineficiente para combater a violência entre as partes, uma vez que os confrontos mais graves – e alguns deles fatais – ocorrem invariavelmente longe das praças esportivas.

Os gaúchos de Grêmio e Internacional sempre estiveram muito próximos nas reivindicações conjuntas, deixando a rivalidade apenas para a bola rolando. Por aqui duelávamos tanto fora quanto dentro de campo, enfraquecendo nosso poder de barganha ou de defesa de interesses comuns.

Agora o que se vê são os dois clubes bem mais próximos, a ponto de terem iniciado juntos a negociação para renovação do patrocínio máster em suas camisas. E o acordo para a divisão de público (na proporção da lei) no clássico é a primeira consequência desse pensamento construído não mais com a visão individualista e beligerante de pouco tempo atrás.

A indicação de um candidato de oposição à presidência da Federação Paranaense de Futebol é o estágio seguinte, antecipando bons ventos para o que ainda há por vir.

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