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Alvo das vaias na vitória sobre o Internacional na Arena, Oswaldo Alvarez chamou a torcida rubro-negra à realidade. "Supertime no Atlético, só quando o clube terminar seus projetos (extracampo)", alertou. Até esse futuro indeterminado, o treinador torce para que um inimigo íntimo não ganhe forças na própria trincheira.

As cobranças, com direito ao coro de "Fora Vadão", no sábado, foram um exagero na opinião do comandante. "O Inter pode não estar muito bem, mas é um time milionário, com um banco de reservas invejável. A torcida não perdoou jogarmos cinco minutos pior do que o atual campeão do mundo. Se tivéssemos mal o tempo todo, tudo bem. Isso me deixa chateado", lamentou, corado um pouco acima do normal.

"Não podemos ter um adversário dentro de casa. A Arena é respeitada justamente pela força da torcida. Não dá para jogar contra", cobrou o treinador, com a ressalva de os protestos terem partido de uma parte dos torcedores. A organizada Os Fanáticos o apoiou.

Mais tranqüilo, Oswaldo Alvarez inclui o mea culpa no desabafo. Ele assumiu a falha na última rodada. A saída de Alan Bahia para a entrada de Pedro Oldoni desestruturou o Furacão. Ele conseguiu reverter a lambança e, de quebra, o gol da vitória (2 a 1), marcado por Alex Mineiro, veio após um passe de Cristian, que havia entrado em campo.

Por isso, Vadão aproveitou para se defender das críticas por insistir em alguns atletas, como o próprio Cristian, ou Netinho. "Chegaram a falar que o passe foi sem querer. Aí já é maldade. Eles sempre são criticados. E se não colocá-los, quem vai jogar?"

A falta de opções é um reflexo da prioridade rubro-negra. "Os torcedores precisam entender que não têm o melhor time no mundo. Temos de trazê-los para a realidade, sermos pés nos chão. Nossa equipe é muito jovem. Ontem (segunda) ainda, estive com o presidente (do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia) e vi tudo de novo. O projeto é incrível e o Atlético será o único clube sustentável do país", disse, encantado, apesar disso custar a formação de equipes mais fortes e dificultar a concorrência com quem quer levar os maiores talentos do Furacão. Dênis Marques, Pedro Oldoni e Alex Mineiro são os cobiçados da vez.

Para completar, o comandante rubro-negro voltou a bater na antiga tecla. Não fosse o apito, a tolerância dos fãs não estaria tão esvaziada.

"Fomos eliminados da Copa do Brasil por falhas da arbitragem. Um pênalti não foi marcado no Rio e outro aqui, contra o Fluminense. A torcida havia comprado essa briga pelo torneio e sentiu muito a eliminação. Foi um baque muito grande para todos nós. Mas no fundo é isso: eles apitaram mal e é o meu pescoço que está assim", disse, simulando uma degola, já bem descontraído. Afinal, por enquanto, ele não se sente ameaçado.

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