Web rádio curitibana peita CBF e faz transmissões de jogos do Brasileirão

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Após enfrentar na Justiça a Federação Paranaense de Futebol (FPF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a web rádio curitibana Capivara Web se orgulha de ser o único veículo de mídia deste tipo no país a ter acesso aos gramados de jogos do Estadual e do Brasileirão das Séries A e B.

CONHEÇA O TRABALHO DA CAPIVARA WEB ESPORTES

Fundada em 2017 pelo estudante de jornalismo Jonathan William Pavan Pedroso, o Jhonny Pedroso, a Capivara conta atualmente com cerca de 20 colaboradores voluntários e marca presença em treinos e jogos de Atlético, Coritiba e Paraná.

Mas o caminho para poder trabalhar livremente em partidas oficiais como as demais rádios tradicionais teve de ser traçado judicialmente.

Isto porque os regulamentos do Paranaense e do Brasileirão 2018 proibiam o credenciamento de rádios web para o entorno dos gramados - ou seja, elas não poderiam deixar um repórter em campo.

Em fevereiro, a juíza Beatriz Fruet de Moraes, da 16.ª Vara Cível de Curitiba, deferiu liminar favorável à Capivara, obrigando a FPF a credenciar a equipe de rádio web nas partidas do Estadual.

Já em junho, o juiz Sergio Bernardinetti, também da 16.ª Vara Cível de Curitiba, estendeu a liminar acima também à CBF, obrigando a entidade a registrar os credenciamentos da Capivara, estipulando multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Segundo Pedroso, houve ainda uma audiência de conciliação entre as partes, mas sem acordo. Ele afirma que as entidades entraram com pedido de suspensão das liminares.

“Fomos procurados por várias rádios web de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, querendo informações sobre nossa ação judicial”, explica Pedroso, 25 anos. “Somos a única web rádio com este tipo de acesso ao gramado”, garante.

“Foi estipulada multa em caso de descumprimento da liminar. Ela foi descumprida duas vezes pela FPF e uma pela CBF, mas nenhuma pagou multa ainda”, assegura o fundador da web rádio, cuja sede fica na casa de um dos colaboradores, no bairro Mercês.

As partidas e entrevistas, por sua vez, são transmitidas na página de Facebook da Capivara.

Procurada, a FPF afirma que “está tomando medidas, mas este assunto vai ser tratado apenas internamente”. A Federação também nega que já tenha desrespeitado a liminar. Já a assessoria de imprensa da CBF afirma que não fará nenhum comentário, pois a entidade “apenas cumpre a decisão judicial”.

Um violão por uma mesa de som

O pontapé inicial para o nascimento da Capivara Web rolou quando Pedroso trocou um violão por uma mesa de som, em 2017. “Eu trabalhava na rádio São José e não tinha muita oportunidade de ir para os estádios. Convidei mais um amigo estudante de jornalismo e foi assim que começou”, relembra o fundador.

Hoje, a operação conta com patrocinadores que, na maioria das vezes, bancam os custos mensais da web rádio. “Quando a conta não fecha, a gente banca entre nós colaboradores”, emenda Pedroso.

Em 2018, por exemplo, a Capivara Web contou com patrocinadores para transmitir in loco duas partidas fora de casa do Atlético: contra o São Paulo, pela Copa do Brasil, e contra a Chapecoense, na Série A.

“Hoje, o que temos em equipamentos gira em torno de R$ 15 mil. Transmitimos não apenas futebol profissional, como campeonatos amadores, além de outras modalidades”, explica Pedroso.

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