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Baseado em três pilares – algoritmo genético, plataforma de monitoramento em nuvem e gestão analítica em tempo real, o sistema da RoutEasy usa tecnologia para integrar processos e pessoas em um sistema de monitorização voltado ao mercado de cargas e entregas. Foto: Bigstock

Ação Inovadora

Startup usa algoritmo genético para tornar logística de distribuição mais eficiente

Isadora Rupp, especial para GazzConecta
03/11/2020 11:51
O e-commerce no Brasil já seguia uma tendência de alta nos últimos anos, mas o hábito dos brasileiros de fazer compras pela internet se intensificou . Dados de uma pesquisa da Nielsen/E-bit apontou que o faturamento das vendas online no primeiro semestre de 2020 subiu 47% em relação ao ano passado.
A necessidade súbita de permanecer mais tempo em casa por conta da pandemia exigiu uma digitalização às pressas para estabelecimentos que não estavam adaptados, bem como para as empresas que precisam contar com soluções que auxiliem na logística de distribuição. Afinal, a entrega é algo decisivo para o consumidor; levantamento da consultoria ConQuist apontou que 98% dos clientes entrevistados desistem de comprar ou contatar uma marca pela insatisfação com o serviço.
Tecnologias que favoreçam essa boa experiência é algo que o varejo on-line entendeu. E é onde atua a startup paulista RoutEasy, empresa de tecnologia especializada na logística de distribuição que já atendeu mais de 280 empresas no Brasil e América Latina. Baseado em três pilares - algoritmo genético, plataforma de monitoramento em nuvem e gestão analítica em tempo real, o sistema usa tecnologia para integrar processos e pessoas em um sistema de monitorização voltado ao mercado de cargas e entregas.
Em setembro de 2020, 6,5 milhões de pontos foram roteirizados pela plataforma. Em janeiro de 2019, foram 600 mil. Empresas como Royal Canin, Unilever, Mercedes e Mercado Livre são alguns dos clientes da empresa. Hoje, a atuação da Rout ocorre majoritariamente no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, mas já há operação no Sul do Brasil e em outros países da América Latina, como Colômbia, México e Chile. Em 2021, a RoutEasy estuda uma expansão sobretudo no mercado brasileiro.
"Imagina que você tenha 2 mil entregas e 100 veículos. De que forma você separa isso e cria rotas consolidadas? As empresas fazem isso de forma manual, por CEP e setor. Mas é um processo mais rígido. O nosso algoritmo traz uma eficiência para essa operação, onde se consegue mais entregas por veículo e maior taxa de ocupação. E, além disso, eles também rodam menos", afirma o CEO da RoutEasy, Caio Reina.
Engenheiro cartográfico formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Reina começou a estudar o tema ainda na graduação, em um programa de iniciação científica. Depois de formado ele decidiu aprofundar o assunto e cursou mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP).
O CEO da RoutEasy, Caio Reina, estudou sobre o tema em um mestrado na USP e colocou a pesquisa em prática no mercado.
O CEO da RoutEasy, Caio Reina, estudou sobre o tema em um mestrado na USP e colocou a pesquisa em prática no mercado.
"Meu objetivo foi estudar outras metodologias baseadas em Inteligência Artificial e escolhi o algoritmo genético, baseado na teoria do evolucionismo de Darwin ou em algum fenômeno da natureza. Na teoria, o indivíduo é a solução para o problema e se adapta fácil ao meio. Na operação de distribuição, é o meu algoritmo que precisa se adaptar quando algo muda" esclarece. Logo, um algoritmo genético (AG), na ciência da computação, é uma técnica para resolver problemas em otimização e busca.
O sistema da RoutEasy permite ainda a captação de dados para que as rotas fiquem cada vez mais dinâmicas. Por exemplo: estima-se o tempo de demora em cada cliente. "Numa primeira execução consigo captar esses dados, ver quanto tempo o motorista ficou em cada cliente e, aí sim, consigo estimar melhor o tempo. Baseado nesse histórico, fazemos uma aplicação melhor" diz o CEO.
A plataforma também permite que a empresa que conta com o serviço monitore a operação. Reina cita como exemplo a Royal Canin: um link é enviado aos pet shops e as lojas conseguem se organizar melhor para receber o motorista e a mercadoria. Neste caso, as empresas também avaliam a entrega e o motorista, que, conforme as pontuações, recebem bônus da Royal Canin.
O sistema da RoutEasy usa algoritmo genético para melhorar o sistema de distribuição
O sistema da RoutEasy usa algoritmo genético para melhorar o sistema de distribuição
Operações dinâmicas
Além de projetar novos mercados no Brasil e América Latina, A RoutEasy está colocando de pé um novo módulo dedicado para operações dinâmicas. "Existe uma tendência de e-commerce de comprar e receber a mercadoria no mesmo dia, e estamos entrando nesse mercado. Muitas lojas aproveitaram a pandemia para abrigar espécies de centro de distribuição e é algo que não deve retroagir" aposta Reina.

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