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Conheça cinco govtechs que estão mudando o cenário governamental do país

Govtechs

Inovação no setor público: conheça cinco govtechs que estão mudando o cenário governamental do país

Maria Clara Dias, especial para o GazzConecta
30/09/2022 19:53
O setor público encara uma rápida mudança de paradigmas com a digitalização. Para lidar com os principais desafios do dia a dia, muitas prefeituras e governos estaduais e federal recorrem à tecnologia e inovação que vê das startups em busca de maior agilidade e eficiência. Nesse contexto, as govtechs, startups de tecnologia voltadas à prestação de serviços para o governo, ou Business to Government (B2G), encontraram uma grande oportunidade de crescimento.
Segundo um relatório de 2019 elaborado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e BrazilLAB, o país tinha cerca de 80 govtechs relevantes, ou seja, que tinham relação contínua de negócios com o setor público. Fato é que, com a pandemia, isso pode ter sido ainda mais impulsionado, considerando amadurecimento do mercado, as novas demandas de uma população mais familiarizada com o acesso a serviços de maneira digital e, mais recentemente, com o Marco Legal das Startups — que amplia as possibilidades da abertura do setor público para a TI.
E o potencial para os próximos anos é ainda maior: segundo o relatório do BrazilLAB, do total de startups existentes no Brasil, até 1.500 teriam potencial para ofertar suas soluções tecnológicas para os governos, se assim desejassem.
Para agilizar a transformação digital do setor público e criar mecanismos que facilitem processos burocráticos e a lida com papeladas, impostos e outras tributações, algumas startups vêm se destacando com produtos e softwares de ponta. Como resultado, essas empresas esperam impactar diretamente a população de diferentes municípios. Às vésperas das eleições, a busca por eficiência e uma gestão pública inteligente torna-se ainda mais relevante. Veja abaixo uma lista com cinco govtechs que estão adotando tecnologias disruptivas para modernizar a gestão pública do Brasil:

Gove

Criada em 2018 por Rodolfo Fiori e Ricardo Ramos, a Gove mira prefeituras ao oferecer uma plataforma de inteligência de dados para apoiar a tomada de decisões financeiras. A proposta da Gove é ajudar os governantes a otimizarem o orçamento municipal a partir do acesso a informações relevantes referente ao repasse dos orçamentos. Como exemplo estão as cargas tributárias e as inadimplências dos residentes. Segundo os fundadores, a startup já aumentou a eficiência financeira de municípios em mais de R$ 100 milhões desde a sua fundação.
“A proposta é que a plataforma seja capaz de identificar todas essas ineficiências a partir de uma análise, por exemplo, do balanço de receitas e despesas”, disse Rodolfo Fiori, cofundador da Gove, em entrevista ao GazzConecta.

Prefeitura Conectada

A Prefeitura Conectada é uma empresa paraibana fundada em 2021 pelo empreendedor Jonathan Veras. A proposta da startup é, por meio de um aplicativo, atender prefeituras interessadas em digitalizar processos variados do dia a dia. Na lista estão cerca de 480 serviços, desde a negociação de impostos imobiliários até o agendamento de exames e consultas. “Com a nossa solução, são resolvidos problemas como as grandes filas para utilizar algum serviço da prefeitura, burocracias desnecessárias, comunicação descentralizada, além de contribuir para a diminuição da máquina pública, com a otimização de servidores e a redução de consumo de papel”, diz Veras, CEO da companhia.
Um exemplo está na parceria com a prefeitura municipal das cidades de João Pessoa e Campina Grande, ambas na Paraíba, pela qual a govtech facilitou a vacinação contra a covid-19 de 1,2 milhão de pessoas para gerenciamento digital da aplicação de mais de 5 milhões de doses.
“Nosso negócio é desenvolver tecnologias que facilitem a vida do cidadão. Para isso, nossa intenção é atingir as médias e grandes cidades do país que precisam de digitalização e melhor experiência para os usuários”, diz.
Recentemente, a Prefeitura Conectada se uniu à Dome Ventures, venture builder focada em govtechs, para ampliar o número de prefeituras atendidas nos próximos dois anos a partir do desenvolvimento tecnológico e profissionalização da startup. O objetivo é, até 2024, alcançar 100 prefeituras e um faturamento anual de R$ 40 milhões.

GovLegal

A startup GovLegal mira a sonegação de impostos, um tema complexo e que causa prejuízos na casa dos R$ 417 bilhões aos cofres públicos anualmente. Para isso, a empresa desenvolveu um sistema que faz a leitura de arquivos fiscais de um contribuinte, cruza esses dados e identifica distorção no recolhimento do ICMS. Na prática, a inteligência do sistema pretende facilitar o dia a dia de auditores fiscais de diferentes estados do país, “lendo” essas informações e até mesmo calculando multas automaticamente,
O relacionamento direto da GovLegal é com secretarias estaduais, contribuintes, entidades de classes e parceiros, escritórios de contabilidade e advocacia, além de clientes do setor privado. “Conseguimos otimizar o trabalho dos fiscais, os recursos públicos e combater a sonegação de impostos, consequentemente, aumentando a arrecadação dos estados.” afirma Lucas Indio, CEO da GovLegal.
Atualmente, a govtech está em processo de validação junto às Secretarias de Fazenda do Acre (AC) e do Distrito Federal (GDF).

Gesuas

Líder na categoria de govtechs no ranking 100 Open Startups 2020, que premia e reconhece as pequenas tecnológicas mais notáveis por categoria, a Gesuas também é destaque no cenário nacional. A startup desenvolveu um um software para assistência social e o primeiro prontuário eletrônico para a área.
A proposta é facilitar o monitoramento e diagnóstico de famílias em situação de risco ou vulnerabilidade social em mais de 100 cidades do país, e que são atendidas por meio de secretarias municipais de assistência social. Com a tecnologia, é possível cadastrar famílias e criar planos de acompanhamento familiar, fazer todo o acompanhamento psicossocial, compartilhar as informações entre unidades de atendimento e acessar a versão digital do Prontuário do Sistema Único de Assistência Social.
“O Brasil tem mais de 80 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade. Esse é um nicho da gestão pública que ainda não é muito explorado, então criamos uma tecnologia para otimizar as políticas públicas, atuando lado a lado com as secretarias municipais de assistência social”, diz Igor Guadalupe, diretor-executivo da startup.

Trade Energy

Criada em 2018, a Trade Energy, como supõe o nome, é voltada ao setor energético. A startup criou uma tecnologia que facilita a gestão do consumo de energia, mirando agentes governamentais, como secretarias de saúde, educação, de administração — das esferas municipal, estadual ou federal. A proposta da empresa é de que, com a tecnologia, todo o processo de compra, venda e consumo se tornam mais ágeis e com um maior poder de  controle sobre esses processos. O destaque está no foco em fontes renováveis de energia. “Nosso escopo é a conectividade entre usuários produtores de energia renováveis e sustentáveis e consumidores. A partir do controle sobre o perfil, os dados e os meios de pagamentos utilizados pelos usuários, a plataforma entrega mais facilidade e inteligência na tomada de decisão sobre qual é a melhor solução em fornecimento de energia”, afirma Anderson Medeiros, CEO e fundador. Atualmente, a empresa atende a prefeitura de São Paulo.

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