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Segundo o Instagram os vídeos curtos, aqueles com até 15 segundos, já representam 45% das publicações no feed da rede social.

Nova linguagem

Vídeos curtos já são 45% do conteúdo publicado no Instagram — e vieram para ficar

GazzConecta, com colaboração de Millena Prado
29/09/2020 21:45
Neste ano tudo mudou. De métodos de trabalho a consumo de redes sociais. Um levantamento do Instagram apontou que os vídeos curtos, com menos de 15 segundos, representaram 45% dos conteúdos postados no feed da rede em julho.
Outro aumento expressivo foi o de acompanhamento de transmissões ao vivo. Instagram e Facebook somaram crescimento de 70% nas visualizações de conteúdo, com audiência de 800 milhões de usuários por dia nas plataformas. Os dados levantados pelo Instagram comparam o período de janeiro a julho deste ano.
Segundo Gonzalo Arauz, diretor de parcerias do Instagram para a América Latina, muitos fatores podem explicar este crescimento. O primeiro deles é a tentativa de se manter conectado mesmo durante o isolamento social, além de explorar novos conteúdos e linguagens.
“Se compararmos o volume de produção de conteúdo antes e durante a pandemia das 59 figuras públicas com contas mais ativas no Instagram, nota-se que a produção de vídeos no IGTV triplicou, por exemplo. Além disso, também vimos no Brasil um aumento na produção de lives, formato muito explorado por diversas pessoas no Instagram durante a quarentena, incluindo artistas de entretenimento e marcas”, descreve Gonzalo. 
A nova dinâmica da pandemia, com as regras de distanciamento social, se tornaram um laboratório para que criadores, marcas e usuários pudessem experimentar novas ideias e formatos nas redes, principalmente no Instagram.

Atenção é a moeda de troca

A mudança no consumo e produção dos vídeos curtos, veio por diversas razões. Desde a facilidade das ferramentas de edição, maior disponibilização de conteúdos, acessibilidade e também o confinamento.
Segundo Andre Miceli, CEO do MIT Technology Review Brasil e coordenador do curso de Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a mudança no consumo não inviabiliza ou tira a importância de vídeos mais longos.
Andre Miceli CEO do MIT Technology Review Brasil e coordenador do curso de Marketing Digital da FGV. Foto: André Joaquim/Divulgação
Andre Miceli CEO do MIT Technology Review Brasil e coordenador do curso de Marketing Digital da FGV. Foto: André Joaquim/Divulgação
“É uma tendência que veio para ficar, não que ela faça com que os vídeos mais longos sejam menos importantes. Uma ideia passada muito rapidamente tende a ser muito eficiente. A mudança na duração dos vídeos é uma analogia ao que os 140 caracteres do Twitter representaram para os posts mais longos, 15 anos atrás", relembra o especialista.
Para Andre o público aceita e consome diversos formatos, o grande trunfo dos empreendedores é conseguir entender o tipo de mensagem que prende atenção do consumidor e lançar mão destes recursos para atingir seus objetivos.
“A atenção é a grande moeda do momento, no marketing e nos negócios. Essa atenção precisa ser conquistada, as marcas podem aproveitar as tendências criando histórias e narrativas, mostrando como a marca pode se relacionar com seus consumidores através de boas histórias”, chama a atenção o CEO.  

Conheça seu cliente

Segundo os dados da empresa especializada em marketing digital, Social Bakers, o consumo e o tempo que os usuários passam na internet aumentou. De acordo com o levantamento 52% dos consumidores esperam adotar novos comportamentos de compra depois da pandemia. 39% dos entrevistados aumentaram a utilização de redes sociais e 42% dos usuários estão comprando online com mais frequência.
Os números são a receita para produzir e direcionar conteúdo para o público, além de alavancar as vendas. É o que destaca a especialista em marketing digital e professora da A+ Online, Elis Monteiro.
Para a especialista, aliar planejamento e conteúdo útil à informações precisas é fundamental. Para o Instagram, a utilização da plataforma facilita o processo de digitalização e abre um precedente para que empresas explorem novos formatos.
A chave está em utilizar a ferramenta lembrando quem é o público alvo e para quem o empreendedor precisam oferecer o produto. “Vender passa por uma série de decisões que são anteriores a especificação do produto. É preciso refletir se o público da empresa esta no Instagram ou no Facebook ou no LinkedIn. O empreendedor deve entender primeiro o objetivo do negócio, redes que servem e o público alvo que precisa atingir”, explica Elis.
 Especialista em marketing digital e professora da A+ Online, Elis Monteiro. Foto: Divulgação
Especialista em marketing digital e professora da A+ Online, Elis Monteiro. Foto: Divulgação
Com diversas ferramentas de divulgação, como os vídeos curtos Reels, o Feed, o IGTV e Stories, o ideal é que o empreendedor ou a marca utilizem o potencial de cada ferramenta abusando de suas diferentes linguagens, acrescenta Gonzalo Arauz.
“Explorar as ferramentas do Instagram, sejam os Reels, para captar a atenção do consumidor; o Feed pode funcionar como uma vitrine digital; o IGTV pode falar sobre o seu processo de produção; O Stories pode mostrar um pouco mais dos bastidores da marca ou ofertas específicas. As diferentes ferramentas podem ajudar muitos negócios a se manterem conectados com seus clientes, estabelecer um relacionamento mais próximo e com isso converter em vendas”, salienta executivo do Instagram.

Tecnologia a favor da produção

Um exemplo da força e do crescimento do consumo de vídeos e a Adtech (startup de publicidade) Chiligun, que reduz os custos da produção em 80% com uma plataforma automatizada de produção.
Fundada por Deborah Folloni em 2015, a plataforma automatiza a produção de vídeos, para diversas plataformas a partir de modelos prontos. O sistema já criou 6 milhões de peças publicitárias e chega a produzir 300 mil vídeos em um dia.
 Deborah Folloni, CEO e fundadora da Adtech Chiligun. Foto: Divulgação
Deborah Folloni, CEO e fundadora da Adtech Chiligun. Foto: Divulgação
A startup já realizou campanhas publicitárias para empresas como Rappi, Magazine Luiza e Ifood. Segundo a fundadora, o vídeo é um recurso que sempre chamou a atenção por combinar informações audiovisuais.
“Não é que as pessoas gostam mais de vídeos curtos, mas agora é mais fácil produzir e distribuir. Existem muitos softwares, como Instagram Reels, e além de tudo as redes estão fomentando a produção de vídeos mais curtos e objetivos”, explica.
A saída dos vídeos curtos é suficiente para determinada produção de conteúdo, mas não para todo o tipo de campanha e produção e completa. “Quanto maior o vídeo menor a retenção, o vídeo curto é o formato que tem mais limitação do tempo e força o produtor de conteúdo a entregar o máximo de conteúdo no menor tempo possível”, diz Deborah.

Faça você mesmo

A especialista em marketing digital Elis Monteiro elencou dicas para impulsionar o engajamento no Instagram, com todas as ferramentas que a plataforma disponibiliza, não só as em vídeo. Confira.

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