Os sócios da Bastards Francisco Seegmueller, Richard Buchmann e Humberto Gonçalves, que fundaram a cervejaria em 2013. | Divulgação
Os sócios da Bastards Francisco Seegmueller, Richard Buchmann e Humberto Gonçalves, que fundaram a cervejaria em 2013.| Foto: Divulgação

O hobby que deu certo e virou negócio é quase um clichê: empreendedores, seja por vontade ou necessidade, geralmente relacionam o seu gosto pessoal com as suas empresas. Às vezes, largam seus ofícios apenas quando o “plano B” dá certo. Para os sócios Francisco Seegmueller, Humberto Gonçalves e Richard Buchmann, da cervejaria Bastards Brewery, nunca houve essa opção: os três deixaram empregos na área de engenharia e automotiva para profissionalizar suas receitas da bebida, antes, feitas em panelas na cozinha de casa. E a conta não era fácil de fechar, pois eles precisavam se tornar promissores dentro do segmento, competindo com grandes marcas nacionais e concorrentes regionais com propostas semelhantes – Curitiba já é considerado o “Vale do Silício” cervejeiro.

Fábrica saltou dos seis para os 24 mil litros produzidos mensalmente.

Fundada em Pinhais, região metropolitana da capital em 2013, a Bastards aumentou sua produção de seis para 24 mil litros e viu o faturamento mensal subir 200%. Os pontos de venda foram de 50 para 300. Todo esse resultado foi alcançado em pouco mais de dois anos focando não só na qualidade do produto, mas em um novo posicionamento de comunicação que cerca todo o universo do consumidor, geralmente, pessoas com mais de 25 anos, de maior poder aquisitivo e que buscam boas cervejas. O case foi o vencedor de “startup” no Top de Marketing 2016, nova categoria do prêmio.

200%

Foi o porcentual de aumento do faturamento mensal alcançado pela cervejaria.

As cervejas da Bastards não são só cervejas, mas personagens de identidade visual caprichada que representam cada um de seus rótulos: “Zé o Galego” é um típico malandro que não abre mão de uma ceveja – a sua receita é uma mistura de maltes brasileiros e alemães, ideal para o calor. Já “Mark the Shadow”, que resolve suas batalhas de forma “pouco ortodoxa” é uma stout (cerveja escura), com notas de café, caramelo e chocolate. No total, são seis figuras (Jean le Blanc, Willie the Bitter, Piná a Vivá e Hector 5 Rounds, além de Zé e Mark) atreladas a cada um dos produtos. “Nossa ideia foi gerar entretenimento e entregar conteúdo de maneira diferente. É mais um contato da marca com o consumidor. Estamos vendendo um storytelling”, diz o sócio-diretor da agência SoWhat, Bruno Lunardon, responsável pelo projeto.

Proximidade

Em sintonia com o público-alvo de bebidas desse gênero, a Bastards busca proporcionar a experiência de beber cerveja, o que é mais eficiente do que o consumo pelo consumo. Lojas especializadas, açougues premium e bares da Avenida Vicente Machado, em Curitiba, são alguns dos locais onde se encontram as cervejas.

Segundo um dos sócios, Francisco Seegmueller, aproximar o cliente é outra tática da cervejaria. “A gente brinca que ser bastardo é um estilo de vida e tentamos trazer todo o nicho de consumidor, inclusive o que não conhece a cerveja artesanal”. Ambiente de desgustação aberto ao público na fábrica, happy hour às sextas-feiras, eventos aos fins de semana com outras atrações e food trucks e tour pela fábrica estão entre as ações. “A gente apostou corpo e alma nesse projeto”, ressalta.