A Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, foi fundada no final do século 19.
A Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, foi fundada no final do século 19.| Foto: Pixabay

Vestibular, Enem e outras provas decisivas que provocam calafrios em milhões de estudantes brasileiros não dizem muita coisa para uma parcela de jovens que está concluindo o Ensino Médio. Apesar de estarem se preparando para ingressar na universidade, o objetivo dessa turma é outro: conquistar uma vaga – e de preferência acompanhada de uma bolsa de estudos – em uma universidade de renome no exterior. Algumas instituições de ensino, como o Colégio Everest Internacional Curitiba, preparam o estudante para as duas possibilidades, oferecendo não apenas o conteúdo pedagógico necessário, mas dando inclusive o suporte burocrático e emocional no momento de fazer essa escolha.

Em 2018, segundo uma pesquisa realizada pela Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) – entidade que reúne as principais instituições brasileiras que trabalham com intercâmbio – mais de 50 mil brasileiros estavam fazendo graduação fora do país. Este ano, a estimativa é de que este número seja superior a 70 mil estudantes.

Conseguir unir a formação profissional, ensino superior de alta qualidade, um ambiente culturalmente rico e diversificado e o diferencial do diploma internacional são fatores que atraem os estudantes. Mas é necessária muita dedicação e planejamento desde o início do Ensino Médio para que o estudante não fique apenas na fase da “sedução”.

Matheus Simm Tamez, 18 anos, fez sua preparação no Colégio Everest Internacional, em Curitiba, e já foi aprovado na University of South Florida (USF) com direito a receber uma das maiores bolsas que a instituição oferece. O estudante, que pretende cursar Engenharia de Software, depende ainda dos trâmites burocráticos para poder dar continuidade ao seu projeto. “Eu quero montar a minha própria empresa para ajudar a solucionar um dos grandes problemas do século 21”, destaca, referindo-se a questões como o aquecimento global, a evolução da tecnologia e a educação para o grande aumento da população. Porém, ele afirma que antes disso quer fazer estágio na Google e em uma startup do Vale do Silício para ter mais experiência prática.

Julia Rosembach Bruscato, 19 anos, que também foi aluna do Everest e hoje é acadêmica de Medicina na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), foi aprovada em quatro universidades norte-americanas – em pelo menos três ela tinha direito a bolsas de estudos. “Desde que optei pelo curso de Medicina, pesquisei muito sobre as faculdades, os pontos positivos e negativos, e conversei com profissionais e estudantes da área. Analisando tudo isso, acabei escolhendo a PUC. Assim, no meu último ano do ensino médio direcionei meus estudos para essa prova específica”, relata a futura médica.

O padre Esaul Toscano, diretor geral do Colégio Everest Internacional Curitiba, destaca que a oportunidade de morar fora é uma experiência culturalmente rica. Mas salienta que, em relação à formação acadêmica, o aluno que tem a possibilidade de conciliar o currículo escolar brasileiro ao mesmo tempo que faz o currículo americano, de dupla certificação, o que permite “navegar no melhor dos dois mundos”.

Além dos Estados Unidos, Pe. Toscano fala que países como o Canadá, Alemanha, França, Itália e Espanha costumam ser bastante receptivos para alunos provenientes de outros países. “As universidades desses países valorizam a presença de estudantes estrangeiros pois entendem que a presença deles cria um ambiente internacional capaz de formar líderes globais. Entrando em contato com alunos de diversos países, o universitário sai de sua zona de conforto e entende como pessoas de outros países pensam e solucionam problemas”, reflete.

O investimento financeiro, segundo o diretor, varia de acordo com o curso e universidade pretendida. Porém, ele lembra que existem várias bolsas no mundo inteiro, inclusive há países que oferecem universidades gratuitas. É o caso da Alemanha, Itália e França que promovem opções de currículo acadêmico universitário em inglês inclusive. “Muitos destes países têm um preço acessível, atraindo inclusive os americanos que têm ido fazer universidade na Europa, vista como um centro cultural, de networking, de novas economias e com preço mais acessível”.

Por outro lado, nos Estados Unidos as bolsas podem acontecer por mérito ou por esporte, com valores e condições específicas em cada universidade. No caso das bolsas por mérito, o aluno tem que ter um destaque acadêmico muito grande e comprovar que realmente fará uma diferença para a instituição. “O maior benefício é estar preparado para trabalhar em qualquer lugar do mundo, seja no exterior ou no Brasil, ao entender o mercado, a prestação de serviços e a forma que as pessoas pensam fora do Brasil. Estudar fora faz com que o aluno se insira no mercado internacional de contratação e criam-se muitas possibilidades durante este tempo de estudo através de redes de networking que o aluno vai estabelecendo”, ressalta.