Carros expostos no showroom da Toyota Sulpar Alto da XV, em Curitiba.
Carros expostos no showroom da Toyota Sulpar Alto da XV, em Curitiba.| Foto: Rodolfo Buhrer

Conseguir o “preço tabela FIPE” na hora de negociar o usado como entrada para um zero km não é uma tarefa fácil. Depende de uma série de quesitos que podem puxar a avaliação da loja para cima ou derrubar o preço lá embaixo.

Nas autorizadas do Grupo Sulpar, que comercializam modelos Toyota e Kia em Curitiba e Paranaguá, é possível até conseguir um valor acima da FIPE dependendo do estado do veículo, podendo ser de qualquer marca.

Mas, segundo a empresa, é preciso observar alguns critérios fundamentais na hora da avaliação. O ponto de partida é o automóvel apresentar as condições mais favoráveis para uma revenda posterior na loja.

Isso significa que ele precisa estar com as manutenções periódicas em dia, não ter sofrido nenhum tipo de sinistro, apresentar a quilometragem adequada ao tempo de uso e, finalmente, ser aprovado na perícia veicular feita pela autorizada.

Carros em exposição em frente à fachada da Toyota Sulpar, em Curitiba
Fachada da Toyota Sulpar Hauer, em Curitiba| Rodolfo Buhrer

“Fazemos uma avaliação analisando as questões gerais do veículo, como lataria, pneus, manutenção, quilometragem, preço referência no mercado, histórico do carro e, após a conclusão do negócio, realizamos a vistoria veicular”, explica Fabio Calligari, diretor de Operações do Grupo Sulpar.

Preços justos na Toyota e Kia Sulpar

Não há uma regra específica para definir o porcentual em cima da FIPE a ser aplicado no valor usado. Até porque esse levantamento, em alguns momentos, não refletem o atual valor de mercado , seja para cima ou para baixo .

“A melhor avaliação depende do momento do mercado, da aceitação daquele modelo específico, da oferta e demanda. São muitas as variáveis. O que garantimos é uma preocupação de sermos o mais justo possível. E que consigamos fazer uma boa negociação para ambos”, salienta o Calligari.

Carros expostos no showroom da Kia Sulpar, em Curitiba.
Showroom da Kia Sulpar, em CUritiba.| Rodolfo Buhrer

É importante ressaltar que os critérios da Tabela FIPE deixam de lado fatores importantes para precificar os modelos, além de refletir os preços médios – e não específicos - no mercado nacional.

Na própria descrição oficial no site da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas consta a seguinte definição: "os preços efetivamente praticados variam em função da região, conservação, cor, acessórios ou qualquer outro fator que possa influenciar as condições de oferta e por um veículo específico".

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Em outras palavras, a tabela não considera quilometragem, estado de conservação do automóvel e a instalação de acessórios. Na prática, o valor FIPE para dois carros iguais é o mesmo, porém um deles pode apresentar algum problema, estético ou mecânico, passível de desvalorização maior na avaliação na loja.

Calligari explica que pela preocupação da empresa em tentar fazer sempre o melhor negócio, a captação de usados na troca de zero km é de 60% em média. E na troca do usado pelo seminovo, de 40%.

O diretor ressalta que a Sulpar usa também como referência a cotação da Tabela Molicar, que traz informações mais detalhadas, considerando fatores como região, itens opcionais e quilometragem dos modelos.

Kia Rio em exposição em frente à fachada da Kia Sulpar, em Curitiba
Fachada da Kia Sulpar, no Rebouças, em Curitiba| RODOLFO BUHRER

Avaliação do usado na casa do cliente

O grupo paranaense criou ainda uma maneira de facilitar a vida do cliente. Como diferencial de mercado, consultores das concessionárias Kia e Toyota Supar vão até o local onde o cliente estiver para realizar a avaliação do usado.

“Se essa for a vontade do cliente, vamos até ele. Ou então fazemos pelo aplicativo. O próprio cliente tira as fotos e responde algumas perguntas pertinentes ao estado do veículo”, destaca Calligari.

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Cuidados para o carro ser bem avaliado

Estado de conservação

O que mais chama a atenção é a estética do carro. E mantê-lo numa aparência de novo vai ajudar bastante na avaliação.

Só que as marcas de uso, ainda que mínimas, são inevitáveis. Uma alternativa a considerar é fazer o reparo antes de colocá-lo no negócio.

Só que nem sempre vale a pena fazer essas correções, uma vez que o veículo pode não valorizar na mesma proporção dos gastos com o conserto.

Portanto é essencial que a aparência seja a melhor possível, esteja bem conservado, sem arranhões, amassados ou problemas com a pintura.

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Estética

O ideal é preservar a pintura, com polimento a cada seis meses para protegê-la, e higienizar o carro, além de tomar outros cuidados básicos.

Automóvel de fumante, por exemplo, pode deixar marcas que impactam na desvalorização. É o caso de queimaduras nos bancos, odor forte de nicotina e a ação oxidante causada pela fumaça, como aquela cor amarelada que grudam em assentos e vidros.

Manutenção em dia

A desvalorização média de um motor e outras peças mecânicas que possam apresentar problemas é de 9%, indicam pesquisas.

Por isso, a manutenção periódica e preventiva são fundamentais para assegurar o bom estado do conjunto, além, é claro, de garantir a segurança ao rodar.

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Cor

É um fator que pesa na hora de negociar o automóvel. As cores preto, branco, prata e cinza representam quase 80% das vendas de carro zero km no Brasil.

Com isso os demais tons acabam tendo uma aceitação menor e, consequentemente, desvalorizados.

Histórico do veículo

Dois pontos na hora de precificar o veículo são o histórico de colisão, que afetam a estrutura, e a quilometragem percorrida. A integridade afetada do automóvel pode depreciar em até 8%. E a cada 10.000 km rodados, a perda é 0,5% do valor, em média.

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