Para Lorenzo, intercâmbio complementou o aprendizado adquirido nas aulas de inglês. | Arquivo pessoal
Para Lorenzo, intercâmbio complementou o aprendizado adquirido nas aulas de inglês.| Foto:

Aprender um segundo idioma, preferencialmente o inglês, é hoje muito mais do que um diferencial no currículo. Em algumas áreas, é praticamente uma exigência. Além de permitir a comunicação em qualquer lugar do mundo, a valorização financeira do profissional que domina a língua inglesa já justifica o investimento. De acordo com as consultorias na área de recursos humanos, a remuneração de quem tem fluência em inglês chega a aumentar 35% em determinados cargos.

Não é à toa que os pais têm procurado matricular os filhos desde cedo para que adquiram proficiência no idioma. Hoje, porém, as escolas de idiomas ganharam a concorrência das instituições tradicionais de ensino que adaptaram os currículos e passaram a oferecer a educação bilíngue.

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Diferenças

A principal diferença entre o que é oferecido nos institutos de idioma e nas escolas bilíngues é a carga horária. Enquanto no primeiro são, em geral, duas aulas semanais com duração máxima de 1h30, na segunda o diferencial é a imersão no novo idioma: todas as disciplinas da grade curricular, como História, Geografia e Matemática, são ministradas em inglês – ou em qualquer outra língua predominante na escola.

A professora Regina Amélia Darriba, que dá aulas para a graduação de Letras Espanhol na Universidade Federal do Paraná (UFPR), salienta que o ensino bilíngue é mais eficiente do que em um instituto de idioma tradicional. “Uma criança que estuda todos os dias um idioma estrangeiro terá maior domínio no aprendizado do que uma criança que estuda apenas três ou quatro horas na semana”, compara.

Foi por esse motivo que a analista jurídica Carina Vanhoni Gonçalves Dias, mãe de Vitória Vanhoni Gonçalves Dias, 7 anos, matriculou a menina em uma escola bilíngue. “Vitória estuda inglês desde os 3 anos. Colocamos ela em uma escola com esse método de ensino porque para as crianças absorvem mais fácil outros idiomas e também para prepará-la melhor para o futuro, que está cada vez mais exigente”, afirma.

Quanto mais cedo a criança estiver inserida nessa língua estrangeira, mais natural será o aprendizado. Mas Regina alerta que é preciso ter cuidado com a forma com que a criança é apresentada a esse processo. “Pode acontecer de a criança estar sendo alfabetizada português, se confundir e misturar na hora de escrever em outro idioma. Isso porque forma como falamos e escrevemos é semelhante, o que não ocorre com o inglês. Mas escutar e falar, quanto mais cedo melhor”, explica Regina.

Progresso

Carina diz perceber a evolução da menina em casa também. “Vemos que a segunda língua presente no dia a dia quando Vitória fala os nomes dos objetos de casa em inglês”.

A servidora pública Cristiane Ribeiro, mãe de Lorenzo Ribeiro, 18 anos, decidiu investir em uma escola tradicional, mesmo ciente de que perderia em carga horária no comparativo com a escola bilíngue. “O Lorenzo já estava adaptado e com um círculo de amizades formado na escola onde estudava o idioma. Além disso, as escolas bilíngues eram longe, tornando muito difícil o deslocamento”, explica.

Entre os 10 e os 17 anos, Lorenzo frequentou as aulas de inglês em uma escola de idiomas e, depois de se formar, fez intercâmbio durante o Ensino Médio no Canadá. “Foi fundamental para aprimorar o inglês. A dificuldade foi apenas nos primeiros dias, em razão do sotaque”, garante.

Regina afirma que estudar um segundo idioma apenas uma vez por semana não é suficiente. É fundamental procurar outras formas de aprimorar a língua. “Quando se é criança, recomendo colocar desenhos, pois o vocabulário é feito especificamente para elas. Se algum familiar souber um pouco de inglês, ler histórias infantis também ajuda”, orienta. No caso dos adultos, a professora recomenda assistir filmes com legendas em inglês, escutar música e outras atividades que permitam a interação com a língua.