Keti e Osni, estão com 85% dos colaboradores em home office e registram os melhores índices de produtividade da equipe.
Keti e Osni, estão com 85% dos colaboradores em home office e registram os melhores índices de produtividade da equipe.| Foto:

Dois funcionários que se tornaram sócios e compraram a empresa dos chefes. Com esse espírito empreendedor, Osni Monteiro e Keti Lack  materializam o senso de pertencimento e visão de dono, ganham o mercado nacional como especialistas em cobranças e comemoram o resultado da pandemia: mais dinheiro circulando e dívidas sendo pagas.

Você já ouviu falar de colaborador com visão de dono? E quando esse senso de pertencimento se torna tão presente que o funcionário acaba se tornando o dono legítimo da empresa? Foi isso que aconteceu com Osni Monteiro e Keti Cicela Lack que hoje são os proprietários do Grupo Nacional Cobranças, exemplos de foco e determinação.

A Nacional começou sua atuação na área de cobranças em 1980 com uma sociedade entre três irmãos. Um deles veio a falecer e os gerentes das filiais acabaram assumindo o negócio. Aos 13 anos, em 1988, Osni começou a trabalhar na empresa na filial de Guarapuava, levando intimação para devedores de porta em porta, em 2003 foi transferido para a unidade de Foz do Iguaçu, até que assumiu a operação de Ponta Grossa. Conhecendo todas as áreas do negócio e vislumbrando oportunidades de crescimento, ele resolveu juntar suas reservas, investiu e se tornou sócio da Nacional.

Aos poucos os outros sócios foram deixando a sociedade e Keti que começou trabalhando como operadora de cobrança aos 20 anos, conseguiu também investir e se tornar sócia da operação. "Nossa história mostra que não importa da onde você comece, se você tem força de vontade e foco, você conquista seus objetivos. Hoje estamos no meio da jornada e vivemos o desafio diário que é empreender no Brasil", destaca ela.

E para quem pensa que os meses de pandemia foram ruins para o setor de cobranças se engana. Osni conta que este é o melhor momento que o setor já viveu. "Há muito dinheiro circulando, seja com o Pronampe, do auxílio emergencial, das linhas de crédito, nunca houve tanta negociação e pagamento de dívida como agora. Tem muito dinheiro e esse dinheiro está sendo usado para a negociação de dívidas", conta.

Especialistas em cobrar

O negócio da Nacionall sempre foi cobrança e esta é a sua especialidade. "Se existe uma dívida nós cobramos! No começo cobrávamos de tudo de crediário a dívida de posto de gasolina, hoje estamos assumindo grandes contas nacionais, concorrendo com gigantes do mercado e conquistamos nosso território pela eficiência da nossa entrega" destaca Osni.

Hoje a empresa que tem matriz sediada em Ponta Grossa, tem atuação em todo território nacional. Com o crescimento e amadurecimento do negócio, aumentam também os desafios. Keti conta que com as grandes contas que vem conquistando estão constantemente investindo em tecnologia, aprimorando processos para ganhar eficiência.

O setor de call center e cobranças foi super impactado com a pandemia do Covid-19 e o Grupo Nacional que estudava o home office gradativo a partir de 2021 antecipou os planos, e Keti, que é responsável pela área operacional conta que é um caminho sem volta. "A produtividade aumentou e reduzimos significativamente os gastos operacionais. Nossa performance é muito maior entre as mulheres e com esse novo modelo possibilitamos que aquelas que têm filhos e não tem condições de pagar uma escolinha possam trabalhar", destaca. Hoje o Grupo tem cerca de 400 colaboradores entre contratados diretos e indiretos, que ficam além de Ponta Grossa, nas cidades de Guarapuava e Guaratuba.

Osni destaca que a maior dificuldade no negócio de cobrança é a localização dos devedores, cerca de 35% de uma carteira de cobrança não são localizados. "Depois de localizados, a negociação se torna fácil", conta. Hoje a Nacional tem dois modelos de receita, no resultado que consegue efetiva de cobranças e contratos fixos.

O Grupo tem o diferencial de desenvolver sua própria tecnologia de sistemas e hoje fornece sistema para outras 29 empresas e consultorias do setor do país. Na projeção de crescimento, até 2022, o objetivo é se tornar totalmente digital e triplicar o faturamento.

Além da assessoria de cobranças o Grupo tem o portal acerteaqui.com onde qualquer pessoa pode consultar seu CPF e desde que tenha uma dívida cadastrada no banco de dados pode fazer a autonegociação. O portal foi adaptado em um tóten físico que hoje fica instalado nas Associações Comerciais de quase todo o Paraná. Nas próximas semanas, começa em Ponta Grossa um projeto piloto no Brasil que é a consulta ao SPC e ao SERASA e a negociação de dívidas nas maquinetas do Estar, graças a uma parceria com a CDL - Câmara de Dirigentes Logistas e ACIPG - Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa.

Em mais de 30 anos de mercado, Osni conta que a empresa passou por uma série de crises e momentos de adversidade. "Foram trocas de moeda, o Código de Defesa do Consumidor que impôs um novo ritmo no mercado, com a transformação digital onde ninguém atende mais o telefone, e agora estamos vivendo uma nova transformação com a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados", destaca ele que é advogado por formação e faz parte da Comissão de Compliance da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil de Ponta Grossa. O Grupo Nacional já está 100% adaptado à nova legislação que vai certamente impor um novo momento para o semento em todo o Brasil. Apesar de já ter entrado em vigor, as empresas tem até 2021 para se adaptarem a nova legislação.

O Grupo Nacional é filiado ao LIDE Paraná. Semanalmente nesta coluna o LIDE Paraná trará exemplo de empresas e empreendedores paranaenses que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo e elevam a marca do estado para outros territórios.